Dieta não é só uma questão de ciência, hormônios e metabolismo. Dieta envolve muito: questões de hábitos, questões motivacionais, ajustes de expectativas, e questões emocionais.”
No episódio de hoje, contamos com o médico endocrinologista Rodrigo Bomeny.
E você vai perceber que ele é um médico que oferece uma visão muito mais integrada das questões da saúde.
Porque fala sim sobre questões técnicas como “hemoglobina glicada”, “T3 reverso” e “termogênese adaptativa”.
Mas também — e principalmente — fala sobre mudança de hábitos, estilo de vida, e equilíbrio.
E isso é fundamental.
O episódio de hoje está recheado de momentos imperdíveis, e recomendo que você o escute atentamente até o final.
Porque, dessa forma, vai saber exatamente:
- como o Rodrigo se tornou médico e por que seus primeiros anos foram “chatos” e frustrantes,
- como ele conduziu um “experimento científico” em seu consultório,
- por que a visão que temos da low-carb pode ser distorcida pelos casos de sucesso,
- como e por que adequar a dieta a cada paciente (“pode comer pão de manhã?” depende!)
- por que o déficit calórico funciona mas a restrição calórica não,
- low-carb pode fazer mal à tireoide?
- aliás: o que é a tireoide — e por que se preocupar com ela?
- sinais e sintomas comuns do hipotireoidismo,
- para que servem os exames (tenha um médico, não um robô),
- dieta cetogênica pode fazer mal à tireoide?
- os poucos alimentos que contêm todos os nutrientes de que você precisa,
- dieta carnívora é saudável?
- a história do Claudio que ficou saudável com uma dieta “super restritiva”,
- por que individualizar a conduta médica e mostrar as opções aos pacientes,
- por que apenas controlar a glicemia dos diabéticos é um erro,
- quais são os hábitos saudáveis do Rodrigo,
- a surpreendente expectativa de “prazer ao comer” que o Rodrigo tem,
- qual a mensagem final que ele separou para você,
e muito, muito mais!
Sendo assim, preste atenção para sorver as palavras e o conhecimento desse grande médico.
Porque nossos podcasts não são apenas entretenimento.
E sim um investimento na sua educação — que disponibilizamos gratuitamente a você todas as semanas.
Por isso, anote, estude, pesquise…
E compartilhe — para que esse conhecimento seja cada vez mais difundido.
Você pode ouvir a entrevista completa no player abaixo.
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Segue abaixo a transcrição completa do episódio.
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Você pode acompanhar o trabalho do Dr. Rodrigo Bomeny
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A transcrição completa do episódio está disponível abaixo.
Conteúdo do post:
Transcrição Completa Do Episódio
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Guilherme: Bem-vindo a mais um podcast do Senhor Tanquinho. Eu sou o Guilherme.
Roney: E eu sou o Roney. E aqui a nossa missão é deixar você no controle do seu corpo.
Guilherme: Olá, Tanquinho! Olá, Tanquinha!
Bem-vindos a mais um episódio do nosso podcast. E hoje trazemos conosco o médico e endocrinologista Dr. Rodrigo Bomeny.
Tudo bem, Rodrigo?
Rodrigo: Tudo bom, tudo bem, Guilherme! Tudo bem, Roney!
É um prazer estar aqui. Acho que estamos ensaiando esse podcast há uns 6 meses. Ainda bem que deu certo agora.
Roney: É verdade. Já faz um tempo que queremos entrevistar o Rodrigo, e finalmente deu certo.
É um prazer tê-lo conosco, doutor.
E, falando nisso, o Dr. Rodrigo é médico endocrinologista e diretor científico da ABLC (Associação Brasileira Low Carb).
Rodrigo, você poderia começar contando como você começou a se interessar por medicina?
E como surgiu seu interesse em alimentação low-carb mais focada em comida de verdade?
A História Do Rodrigo Bomeny E A Descoberta Da Low-Carb
Rodrigo: Nossa, por medicina é uma longa história, mas vamos lá.
Faz tempo isso … Meu avô sempre falou que eu seria médico. Ele sempre me chamou: “Dr. Rodrigo vai ser médico”.
E isso desde que eu tinha 10 anos.
Mas confesso que nunca quis fazer medicina. Eu nunca pensei em fazer medicina.
Não tenho nenhum médico na família.
Eu decidi, sei lá, 3 meses antes do vestibular.
Foram 3 meses antes do vestibular que decidi isso.
Antes eu queria fazer educação física, e depois passei para fisioterapia.
Aí decidi fazer medicina 3 meses antes.
Passei 2 anos estudando: não tive outra vida a não ser os estudos.
E aí passei, fiz medicina.
Mas foi uma decisão bem em cima da hora, assim, em relação a parte da medicina.
Eu sempre gostei muito de contato com as pessoas e tal… Mas não foi alguma coisa que veio de tradição familiar, nem nada disso.
O low-carb veio depois que me formei em endocrinologia.
Durante a medicina, eu tinha a certeza que nunca faria cirurgia.
Então, no internato, quando passamos na sala de cirurgia e, que tinha que operar, eu lembro que nós fazíamos até trocas.
Tinha amigos que queriam ser cirurgiões e eles faziam questão de entrar para fazer a apendicectomia…
E têm os clínicos que, vamos dizer assim, não gostam muito de cirurgia.
E a gente trocava, dávamos plantões, e eles operavam. Fazíamos essas trocas…
E eu sempre quis fazer clínica. E aí depois decidi por fazer endocrinologia.
A residência fiz no HC, lá na USP.
É uma residência muito boa e, mesmo em relação ao aprendizado da obesidade…
Tive ótimos professores durante a residência.
E é claro que quando fazemos medicina nosso foco é muito no tratamento da doença.
A gente tem pouca informação e pouca formação para promover saúde, digamos assim.
Saúde Não É Só Remédio
O nosso foco é sempre usar medicamento.
Então, é assim: “você tem diabetes e utilizará esse medicamento para controlar a glicose”.
A abordagem que temos do ponto de vista nutricional, eu até tive — contudo, é bem escassa. Não é algo muito aprofundado.
E eu saí da faculdade com a crença que a maioria das pessoas tem em relação a gordura: “você não pode restringir muito carboidrato”…
É um foco que faz com que, na prática, as pessoas se tornam muito dependentes de remédios.
E eu conheci o low-carb, talvez, a uns 5-6 anos.
Primeiro, li o livro do Gary Taubes — mas confesso que não foi algo que “eu li e mudei minha ideia totalmente”.
Mas vi que no consultório não andava.
Os primeiros anos foram muito ruins e chatos para ser bem sincero.
Por que, de fato, mandar as pessoas comerem menos e se exercitarem mais era uma coisa que não funcionava.
Passavam a depender somente de remédio. As pessoas tinham fome.
Era uma dieta meio chata.
Aí depois conheci low-carb e foi uma coisa muito bacana.
Nossa, eu falei: “isso faz todo sentido”.
Resolvi estudar mais e fazer, digamos assim, um “estudo científico” no meu consultório, né?
Para alguns pacientes, indicava low-carb… e, para outros, fazia o que estava acostumado.
E era nítido que com low-carb tinham uma resposta melhor.
Mas confesso que com essa transição há alguns anos, eu perdi muitos pacientes.
Dieta Não É Só Ciência
Muitos mesmo… Perdi os pacientes, pois, comecei a indicar a dieta low-carb para aquelas pessoas que estavam em outros tipos de dietas que não estavam dando muito certo.
O problema é que todo paciente, naquela época e agora também, tem um cardiologista ou outro médico de confiança.
Então, quando diziam que estavam fazendo low-carb eram desestimulados.
Enfim, os pacientes pararam de acompanhar comigo.
Mas acho que hoje melhorou: tem um viés, e todo mundo que vem no meu consultório, vem querendo fazer low-carb.
Então, de certa forma tenho meu viés e minha experiência, pois as pessoas já vêm muito querendo fazer low-carb.
Elas vêm muito dispostas a melhorar o estilo de vida.
Então, acho que tenho uma visão distorcida quanto ao funcionamento da dieta.
Embora nos estudos para diabetes e para pacientes que possuem resistência a insulina, de fato, o efeito é muito bom.
A grande questão é que dieta não é só uma questão de ciência, hormônios e metabolismo.
Dieta envolve muito as questões dos hábitos, as questões motivacionais — você ajustar suas expectativas — e, principalmente, questões emocionais.
E foram questões que aprofundei durante o consultório, estudei sobre hábitos e mudança do comportamento.
Como faço para que essas pessoas se mantenham aderentes durante o tratamento?
Realizei diversas formações sobre coach e programação neurolinguística.
Li muitos livros relacionados com essa parte de comportamento e hábito — porque muitas vezes as pessoas descontam na comida alguma frustração que elas tenham na vida pessoal e profissional.
Se o médico conseguir enxergar e abordar essa pessoa não apenas como uma pessoa obesa — que precisa comer menos ou tem que mudar —, mas o que está por trás? O que faz com que ela não consiga?
Até para conseguirmos encaminhar para um psicólogo, nutricionista, terapeuta ou coach.
Pois assim, com um tratamento multidisciplinar, melhora muito. A trajetória foi mais ou menos essa.
Dieta Low-Carb: Viés De Sobrevivência E Visão Distorcida
Guilherme: Entendi, Rodrigo. É realmente uma evolução pelo que compreendi.
Desde a visão de tratar a doença tida na graduação até essa abordagem mais holística, que é mais completa.
E que envolve compreender que não é somente uma questão de ciência como você mesmo disse.
Rodrigo: Exato! Tanto é que talvez esse seja um dos problemas das redes sociais que temos hoje.
Quando olhamos nas redes sociais, temos uma tendência de vermos apenas os casos de sucesso.
Ninguém posta: “fiz uma dieta low-carb e não consegui”. E cria um Instagram falando isso …
Guilherme: É até um viés de sobrevivência. Somente quem deu certo que vira caso.
Por Que Adequar A Dieta Ao Paciente
Rodrigo: Exato!
Então ficamos com uma imagem distorcida.
Não é que a dieta low-carb não funcione.
É que implantar de um novo estilo de vida, seja qual for, é muito difícil.
Porque envolve uma mudança total de hábitos e deixar de fazer coisas que dão muito prazer.
Mas é claro que como médicos e profissionais da saúde, nós temos que indicar para nossos pacientes o que temos de melhor.
Então, por exemplo, chega aqui um paciente com diabetes tipo 2, qual é a melhor intervenção nutricional para ele?
Sem sombra de dúvidas, indiscutivelmente, é restringir carboidratos.
Isso significa que esse paciente irá conseguir fazer? Não.
Contudo, a única maneira de sabermos se ele irá querer fazer isso ou não é se ele tiver essa opção e se ele souber que é seguro.
“Posso restringir carboidrato e, com isso, deixar de utilizar medicamento, deixar de utilizar insulina, posso ter chances de reverter a doença e ter menos fome.
Isso pode implicar em comer menos pão, deixar de comer sobremesa todos os dias, não beber mais suco de laranja”.
Mas isso, quem tem que decidir é o paciente.
E talvez essa seja umas das brigas que tenho, assim, das pessoas dizerem: “todas as dietas são iguais. A melhor dieta é a que o paciente consegue aderir.”
E isso não é verdade.
Assim, você tem dietas que são melhores para determinadas doenças, e o paciente tem que saber qual é a melhor opção.
E talvez ele consiga fazer essa dieta agora, talvez parte, e talvez não consiga fazer nada.
Nesses casos, teremos que gerenciar.
É igual quando você vai comprar um carro e diz: “qual o melhor carro?”.
O vendedor não pode te falar qual o melhor carro já julgando que você não terá muito dinheiro.
Ele provavelmente terá que falar: “o melhor carro é esse, por que ele atinge tal velocidade, ele é muito seguro …”.
E, quando ele te falar o preço, você fala: “esse realmente eu não vou conseguir, vou ficar com esse um pouquinho pior”.
A visão que temos de dieta nos estudos acaba sendo um pouco distorcida por causa disso.
Pois, quando fazemos um estudo de 2 anos de duração, quando chega ao final ninguém mais está seguindo nada.
E aí simplesmente definem que as dietas são iguais ou parecidas.
Mas a verdade que está por trás é: mudar um hábito é algo muito difícil.
Mas o paciente tem que ter o direito de saber qual é a melhor opção.
Por que se ele seguir — que bom, né? É o que vemos, por exemplo, no estudo do VIRTA com dietas cetogênicas e pessoas diabéticas.
A maioria consegue seguir, até porque tinham um aporte muito próximo — estavam sendo monitorados, tinham coach e tal.
E o resultado é surpreendente:
- reduções absurdas de insulina,
- suspensão de medicamentos,
- mais de 50% de regressões de diabetes tipo 2.
Então, acho que temos que orientar sempre o que for melhor para o paciente.
E isso não significa que você não irá individualizar depois de acordo com os gostos, preferências, o que ele consegue fazer ou não…
Às vezes para um paciente é muito mais difícil restringir completamente, porque isso, por algum motivo, gera um certo um desejo incontrolável.
E às vezes para esse paciente será melhor comer pão pela manhã, e se restringir completamente será a gota d’água para ele não fazer nada.
E só temos como saber isso discutindo com o paciente.
Déficit Calórico Funciona — Mas Restrição Calórica Não
Guilherme: Excelente, Rodrigo! E realmente o que aparece cada vez mais para nós, inclusive como pesquisadores, divulgadores e também como pacientes, é que temos que achar um equilíbrio entre o que é sustentável para o paciente e o que funciona.
Não adianta passar para o paciente a dieta da panqueca de Nutella.
Porque ele irá conseguir seguir, mas vai dar péssimos resultados: “Já ganhei três quilos em três meses e meus marcadores de saúde foram para o lixo, né?”.
Temos que encontrar um equilíbrio entre as duas coisas.
E a redução calórica tradicional, que indiscutivelmente pode remover parte do excesso de peso e melhorar alguns marcadores, mas que é um sofrimento e ninguém segue a longo prazo.
Ainda mais nessas questões pontuais como o diabetes.
Rodrigo: São pontos diferente, né? Quando fazemos uma restrição calórica, as pessoas deixam de seguir, porque na maioria das vezes passam fome.
Podemos propor qualquer coisa — mas ninguém aguenta passar fome.
Em algum momento, você abandona e fala: “jamais continuarei passando fome”. Esse é um ponto.
Outro problema da restrição calórica é quando consideramos apenas as calorias que entram e que saem…
Seria uma coisa muito boa se conseguíssemos controlar as calorias que saem, mas não controlamos, né?
Diversos estudos mostram, quando fazemos redução calórica forçadamente, seu corpo se defende.
Ele simplesmente diminui o metabolismo dele. Ele diminui o que sai.
Guilherme: E uma coisa que gosto de falar nesse sentido quando alguém fala: “mas você está dizendo que a termodinâmica não funciona: calorias que entram e calorias que saem”. Falo: “não, mas é que não são variáveis independentes”.
Rodrigo: Exato, exato! É aquela história, o balanço calórico negativo é algo necessário, mas não é a causa.
Hoje, por exemplo, atendi um paciente que é diretor de cinema e disse: “era como se você não se preocupasse mais em fazer nenhum filme bom”.
Pois, se a intenção dele fosse apenas encher o teatro, ele tinha apenas que se preocupar com a entrada de mais gente no teatro.
Então, ele teria apenas que pegar um monte de policial e entuchar para dentro que teria o teatro mais cheio.
Besteira seria ele se preocupar em fazer um filme bom ou uma peça boa.
Porque é simples, para encher um teatro é só mais gente entrando que saindo.
Quando temos um foco somente nas calorias, é mais ou menos isso: menosprezamos todo restante do por que as pessoas comem.
As pessoas não comem apenas pelas calorias, elas comem para nutrir o corpo.
Então, o fato de você continuar comendo mais ou menos está muito mais associado a densidade nutricional e proteica do que necessariamente calorias.
E durante muito tempo focamos apenas em calorias.
Então, comer 100 calorias de um bife ou de um brigadeiro, a resposta seria a mesma.
E isso é desconsiderar totalmente não só a parte hormonal como também a parte nutricional.
A pessoa come 100 gramas de proteína e fica absolutamente saciada.
A outra pessoa come 100 gramas de bolo ou chocolate, e quer mais 100 gramas, não conseguindo parar.
É um pouco aquela ilusão de quando pensamos que tudo é caloria, você tem a falsa ilusão — que é até confortável — de que podemos comer de tudo um pouco.
Se tudo é caloria, basta comer um pouquinho de chocolate, comer só um pouquinho do bolo…
Mas quem consegue comer somente um pouco desses alimentos industrializados?
Talvez até tenha algumas pessoas que conseguem, mas são poucas.
Outras comem muito, entretanto não engordam. Mas também é uma minoria.
Na verdade, a grande parte da população não consegue comer pouco desses produtos.
E não é por um a azar das pessoas: é que esses produtos foram desenvolvidos e produzidos para que você consuma muito.
Uma indústria alimentícia não irá fazer um sucrilhos para satisfazer o consumidor na primeira porção ingerida.
A ideia é o contrário: você comerá a primeira porção, terá muito prazer e irá querer repetir.
Pois, quanto maior for o consumo, maior será a venda.
Com isso, as pessoas se frustram por não conseguir comer pouco.
Entretanto, quando consumimos muito um produto industrializado não é por sermos fracos ou por termos uma compulsão.
Se olharmos por outro lado, estamos apenas servindo ao propósito daquele produto.
O qual é fazer com que tenhamos muito prazer e, assim, comermos muito.
É uma mistura de açúcar, óleo e gordura que são muito prazerosos.
E mais do que isso, com baixíssima densidade proteica, que não gera nenhuma saciedade.
Então, é por isso que acredito que do ponto de vista hormonal, fisiológico e até evolutivo, você pensar em uma dieta cetogênica associada ao jejum intermitente faz mais sentido do que simplesmente restringir calorias.
As pessoas podem continuar não seguindo, pois mudar hábito é difícil.
Entretanto, pelo menos eliminamos a questão da fome e saciedade.
Não tem ninguém que faça low-carb e passe fome.
Pois a orientação é justamente: “esta com fome? coma dentro dos alimentos que são permitidos”.
Ontem fiz uma enquete no instagram: “qual o seu pior inimigo dentro do processo de emagrecimento?”
E veja, o que interfere mais é “vontade de comer”, “questões emocionais” e “vida social”.
São coisas muito complexas que estão por trás.
Mas se conseguirmos retirar a variável hormonal, nutricional e a fome fica muito mais fácil para pessoa seguir.
Existem pessoas sem dificuldades emocionais e de vontade, e essas pessoas têm que saber qual é a melhor dieta.
Qual a dieta que, do ponto de vista nutricional, para resistência a insulina e para reversão do diabetes, funcionaria melhor.
Dieta Low-Carb E Tireoide: O Medo
Guilherme: Falou o necessário.
Acho que foi bacana começarmos com esse viés para retirar alguns obstáculos do caminho.
Muita gente irá falar que “low-carb somente coloca as pessoas em déficit calórico”. E não é isso que queremos?
Queremos um déficit calórico que as pessoas consigam aderir e não passem fome o tempo todo.
Essas são algumas questões importantes.
E, devido ao fato de as pessoas verem os casos de sucesso como estávamos dizendo — até de modo distorcido com o viés do sobrevivente nas redes sociais — muitas vezes já chegam querendo a dieta low-carb.
Funcionou para fulano, ciclano e beltrano…
Mas, às vezes, elas têm alguns medos também.
Por exemplo, que a dieta low-carb possa fazer mal para os rins ou para os ossos.
E, mais especificamente para a glândula tireoide — que é o foco de hoje.
O que pode acontecer nesse sentido? Esse medo tem fundamento ou não?
Rodrigo: Se fosse falar de forma resumida: não têm problemas.
Por outro lado, estaria mentindo se dissesse que não haveria nenhum estudo que indicasse o aumento do hipotireoidismo.
Existe um sobre dieta cetogênica em crianças que mostrou que aumentou a incidência de hipotireoidismo.
Mas o problema da dieta cetogênica para o tratamento de epilepsia em crianças é que ela é absolutamente contrária ao que preconizamos.
A mesma é repleta de óleo vegetal e hipoproteica…
Então é difícil esperarmos que os resultados fossem iguais ao que preconizamos para adultos ou outras crianças.
Por conter muita gordura saturada, é uma dieta absolutamente inflamatória.
Mas na prática não.
Se fôssemos utilizar os critérios tradicionais de hipotireoidismo não tem nenhum estudo que demonstre prejuízo para função da tireoide.
Talvez fosse melhor explicar o que é tireoide. O que vocês acham?
Roney: Claro!
Tireoide: O Que É
Rodrigo: Tireoide é uma glândula pequena, que fica na frente do pescoço.
Quando está alterado ou com nódulos conseguimos até apalpá-la.
Mas embora muito pequenina, ela tem uma função muito importante para o nosso corpo.
Quase todas as células possuem receptores para os hormônios da tireoide — regulando, assim, diversas funções do nosso corpo como a temperatura corporal, por exemplo.
O metabolismo pode funcionar mais rápido ou lento dependendo do hormônio tireoidiano.
O peristaltismo intestinal — no hipotireoidismo pode-se ficar mais constipado.
A alteração da temperatura corporal pode produzir intolerância ao frio…
Além de pele seca, memória, concentração, sonolência… são vários sintomas.
Não ter hormônio tireoidiano é muito prejudicial!
E não é à toa que paciente com hipotireoidismo tendem a ter doenças cardiovasculares.
Mas o que é a tireoide?
É uma glândula que produz, assim como uma fábrica, hormônios que irão agir em outras partes do corpo.
E ela é regulada por outra glândula, a hipófise, que produz o hormônio TSH.
Nesse caso, é importante entender que a tireoide seria como uma “fábrica” e o TSH como um “chefe” — entretanto, esse chefe é meio burro.
Pois ele consegue visualizar somente a quantidade que está sendo produzida na fábrica, nada além disso.
Imagine que seja uma fábrica que produza tecido e camisetas.
Se por acaso a fábrica começasse a produzir menos tecido e camisetas, a hipófise e o TSH iriam aumentar o tom de voz: “vocês tem que trabalhar mais!”.
E, com isso, a fábrica (tireoide) começa a produzir mais.
Ao contrário, se ele percebe que a fábrica está trabalhando bem, ou até em excesso, ele irá tirar um cochilo.
Entretanto, ele somente vê o que está acontecendo dentro da fábrica.
Mas qual é o problema no caso da tireoide?
O que a tireoide mais produz é um hormônio chamado T4 (tiroxina), e ela produz um pouco de T3 (triiodotironina), que na prática é o hormônio ativo (capaz de atuar nos receptores celulares e provocar respostas fisiológicas).
No caso da fábrica, seria como se o T4 fosse o tecido e o T3 as camisetas.
É uma fábrica que produz tecido e um pouco de camiseta.
Contudo, ninguém usa apenas tecido nas ruas (as pessoas usam camisetas).
Essa sobra terá que ir para outro lugar, por exemplo, uma costureira ou loja para ser transformado em camiseta e ser vestido (como um receptor).
Entretanto, nesse percurso entre a fábrica e o tecido ser transformado em camisetas poderão ocorrer vários percalços, e o chefe não irá ver…
Pode ser que todos na rua estejam andando pelados, e ele não irá saber — já que ele apenas olha a fábrica.
Quando pensamos em tireoide é mais ou menos isso.
Fazemos o diagnóstico preconizando os níveis de TSH.
Ele estando alto interpretamos que falta hormônio.
Se está normal, dizemos que não falta hormônio, produz hormônio suficiente.
Entretanto, olhamos apenas a fábrica — e, quando esse hormônio é produzido, ele cai no corpo e vai para o sangue, tendo que entrar dentro das células.
E é dentro delas, que ocorre a conversão entre o pré-hormônio (T4) em hormônio ativo (T3) que irá atuar nos receptores.
E esse processo de entrada dos hormônios nas células e a conversão de T4 em T3 podem estar prejudicados em inúmeras situações.
Podemos ter, por exemplo, o nível de TSH normal (chefe tranquilo) e estar faltando hormônio dentro da célula.
E esse talvez seja o maior problema, pois as pessoas têm os sintomas de hipotireoidismo e isso não é evidenciado pelo exame.
E voltando a sua pergunta.
Low-Carb Pode Fazer Mal À Tireoide?
Será que low-carb piora a função tireoidiana? De onde sai esse mito?
E veja, é quase uma dissonância cognitiva.
As mesmas pessoas que defendem somente o TSH como critério diagnóstico de hipotireoidismo, são as mesmas que falam que a low-carb prejudica a função tireoidiana pela diminuição do T3 na corrente sanguínea.
E realmente ele diminui, pois também está envolvido no metabolismo da glicose.
Assim, quando fazemos uma dieta low-carb, iremos diminuir a ingestão de carboidratos, ou seja, irá entrar menos glicose no sangue.
Portanto, não iremos necessitar apenas de uma menor quantidade de insulina, mas também de T3.
E isso significa que você piorou o hipotireoidismo? Provavelmente não.
E por quê?
O primeiro motivo é que a maioria das pessoas que fazem dieta low-carb…
E vocês têm tanta experiência quanto eu tenho nesse sentido — do relato das pessoas.
(Porque eu também noto no site de vocês e no Instagram que as pessoas que estão dispostas a mudar o estilo de vida compram o guia low-carb publicado por vocês, o qual tive o prazer de ler antes antes de ser publicado. É um guia bem legal e completo!)
E o que as pessoas relatam para vocês? Alguém relata sintomas de hipotireoidismo como maior cansaço? Não, é muito pelo contrário.
Guilherme: É muito pelo contrário. É “mais disposição!” “Durmo melhor!”
Rodrigo: É maior disposição, perda de peso, estou dormindo melhor, meu intestino melhorou.
Guilherme: “Não tenho mais o pé gelado” muitas vezes, né?
Rodrigo: Exato! Essas pessoas têm sintomas exatamente contrários aos da falta dos hormônios tireoidianos.
Seria muita estupidez uma pessoa que melhora de todos os sintomas, abaixa T3 — que é algo desconsiderado por todas guidelines — e você diz que a low-carb piora a tireoide por causa disso.
De qualquer forma haveria uma forma mais precisa de saber isso.
Se formos pegar 1880, quando se descobriu o hipotireoidismo, percebeu-se que as pessoas ao retirar a tireoide desenvolviam mixedema — sintoma extremo da falta de hormônio tireoidiano.
E com isso, eles começaram a repor hormônio tireoidiano de formas bem arcaicas como, por exemplo, com suco de tireoides…
E assim, começaram a perceber os sintomas do hipotireoidismo.
E até metade do século passado, o diagnóstico e tratamento eram baseados apenas nos sintomas e na taxa metabólica basal e temperatura corporal.
A taxa metabólica basal tem uma associação direta com o hipotireoidismo segundo vários estudos — e eles iam tratando a pessoa até essa taxa normalizar.
E tem alguns estudos que demonstram isso, eles pegam pacientes com uma dieta preconizada atualmente — com doces, guloseimas e massas — e medem o metabolismo dessas pessoas.
Posteriormente, pegam essas mesmas pessoas e aplicam uma dieta low-carb.
E olha que interessante, embora o T3 tenha caído, a taxa metabólica se mantém.
E quais conclusões podemos tirar desses estudos?
De duas uma: a queda do hormônio T3 foi devido a diminuição da glicose no sangue ou, sendo mais ousado, a dieta low-carb melhora a sensibilidade de T3 na periferia.
Assim, do ponto de vista científico não existe nenhum motivo para contra indicar dietas low-carb ou jejum intermitente para quem tem hipotireoidismo.
Do ponto de vista prático podíamos falar até o contrário.
Se o paciente produz menos hormônio tireoidianos, e eles são importantes para o metabolismo da glicose, seria importante comer menos carboidrato. “
Essa seria uma outra forma de ver a mesma situação.
E é muito interessante que a dieta low-carb é uma dieta anti-inflamatória, por deixarmos de comer produtos industrializados.
E talvez não exista nada que prejudique mais a conversão de T4 em T3 que a inflamação do corpo.
Então, quando fazemos uma dieta low-carb e tiramos esses alimentos que são mais inflamatórios e controlamos a diabetes, teoricamente melhora-se a atuação dos hormônios tireoidianos, sendo mais comum vermos pacientes diminuírem as medicações.
Mas claro, em pacientes que já possuem uma doença muito avançada, isso provavelmente não ocorrerá.
Entretanto, ela pode passar a ter uma conversão melhor dos pré-hormônios (T4, Puran, Levotiroxina comprados em farmácia) em hormônios ativos levando a melhora dos sintomas, mais disposição, melhora do cabelo e das unhas — todos os sintomas que estamos acostumados a ver em pacientes com hipotireoidismo.
Dieta Cetogênica E Tireoide
Roney: Era isso mesmo Rodrigo. Caramba! Foi uma verdadeira aula.
Nossa, é muita informação boa! Ficou muito bem explicado, o pessoal vai conseguir entender direitinho. Adorei a resposta!
E queria aprofundar sobre a dieta cetogênica, que é semelhante a dieta low-carb, mas com uma maior restrição de carboidratos.
A mesma resposta se aplica nesse caso ou não?
Rodrigo: É absolutamente a mesma.
As pessoas têm muita paúra em restringir carboidratos, não sei se devido a conceitos errados como, por exemplo, “se precisamos de glicose para o corpo, logo precisamos de carboidrato”.
Mas se esquece da nossa capacidade de produzir glicose através do fígado.
E, se formos pensar do ponto de vista nutricional, quais são os alimentos mais densos do ponto de vista nutricional?
São justamente aqueles contemplados por uma dieta cetogênica: carnes, ovos e vegetais de baixo amido.
Quanto maior a relação proteína-energia, coincidentemente maior a densidade nutricional dos alimentos.
E se formos pensar do ponto de vista evolutivo e científico, e não do ponto de vista do prazer e da vida social, que comemos para nutrir o corpo e não para armazenar calorias, não teríamos porque comer outros alimentos.
Pois tudo que a tireoide precisa para funcionar teríamos nesses alimentos: zinco, complexo B, magnésio …
Tudo tem numa dieta cetogênica.
Seria um medo quase infundado, sem a menor justificativa.
E veja, as pessoas fazem dieta cetogênica e melhoram, continuam bem, fazendo maratonas.
Então é algo que a realidade já mostra que não é uma verdade e os estudos também demonstram, retirando aquele estudo que mencionei que era em criança com uma alimentação mais inflamatória que poderia justificar as alterações …
Nenhum estudo com dieta cetogênica ou low-carb mostrou o aumento do hipotireoidismo usando o TSH que é preconizado nas guidelines.
Para Que Servem Os Exames?
Guilherme: Entendi. E é importante dizer que esse critério observado do TSH das guidelines que é o chefe gritando na fábrica.
E não mesmo, a verificação diária e mesmo subjetiva dos sintomas e de como a pessoa se sente…
Porque, no fim das contas, você tem que viver com você mesmo, todos os dias, no seu corpo.
E utilizar os exames como uma orientação sobre a existência de algo a se preocupar.
E não ficar procurando “atingir certos níveis” no exame à despeito de como você se sente, né?
Rodrigo: É! até coloquei algo recentemente no instagram, refletindo, que é mais ou menos assim: “se a medicina continuar tratando somente exames, seremos substituídos por robôs no futuro”.
Então, um paciente chega e fala: “eu gostaria de fazer um check-up”.
O médico: “sua idade é essa… faça esses exames.”.
E o médico recebe e vê que tudo está dentro dos valores de normalidade e, por isso, diz para o paciente: “não precisa fazer absolutamente nada, seja feliz”.
Entretanto, quando olhamos para essa pessoa, ela está cansada, com queda de cabelo, indisposta e com intolerância ao frio.
É interessante que a história do hipotireoidismo guarda uma relação muito próxima com a história da gordura saturada.
Tínhamos tratamentos feitos de uma forma — claro que com excessos como nos casos de suco e extrato de tireoide — , mas a partir de mecanismos altera-se todo diagnóstico e definição de tratamento de uma doença.
E depois temos uma consequência, por exemplo, na restrição de gordura todos passaram a comer alimentos industrializados que são ricos em gordura vegetal e açúcar, levando a consequências como diabetes, hipertensão etc.
No caso do hipotireoidismo, ao fazer um tratamento descobriu-se, por um acaso, que o T4 se transforma em T3.
E como descobriram isso?
Retiraram a tireoide de um ratinho — ou seja, removeram a fábrica — e apenas injetaram T4.
Contudo, a partir de exames sanguíneos perceberam a presença também de T3.
Com isso, concluíram que não era necessário a realização de reposição combinada de T3 e T4, parando de fazer isso.
Além disso, percebem a dosagem de TSH: quando a pessoa está com hipotireoidismo, os níveis de TSH aumentam.
Então, isso significa que se os índices de TSH estão normais, logo, a produção dos hormônios tireoidianos também está normal.
E isso parte de um mecanismo e cria uma outra premissa: quando o TSH estiver normal não há necessidade de reposição.
E todos os estudos se baseiam nessas duas premissas:
- o T4 se transforma em T3 sem problemas (pois o corpo é absolutamente capaz de saber o que é melhor de termos), e
- O TSH é o melhor marcador da concentração hormonal tireoidiana na periferia.
Além disso, elas também estão permeadas por uma terceira premissa: a de que o uso do T3 é perigoso.
Porém, nenhum estudo demonstrou isso até hoje.
É claro: existem relatos de tentativa de suicídio, manipulação errada da droga… o que é algo de fato limitante atualmente.
Mas veja, existem estudos em pacientes que estão infartando, crianças pré cirurgia cardíaca, pacientes em depressão e fibromialgia que utilizam T3 e melhoram.
E mesmo nos estudos com hipotireoidismo que de fato não demonstraram benefícios do uso do T3, não houve aumento do número de efeitos colaterais.
Então, por que os estudos randomizados não demonstram os benefícios do uso do T3?
Porque eles são baseados em premissas erradas.
As pessoas pararam de tratar pessoas — fomos deixando de valorizar os sintomas dos pacientes em detrimento aos exames.
Logo, se o paciente está com todos os exames normais, mas com todas as queixas de hipotireoidismo, passamos a considerar apenas o valor do exame.
É algo absolutamente errado, pois estamos nos baseando em premissas que foram demonstradas em vários estudos como falsas, erradas.
Mas, até conseguirmos mostrar que tudo feito nos últimos 30-40 anos está errado, é quase a mesma jornada da gordura saturada.
Guilherme: É com certeza muito mais difícil desfazer o mito do que plantá-lo em primeiro lugar.
Rodrigo: Com certeza, com certeza…
A Dieta Carnívora É Saudável?
Guilherme: Então Rodrigo, falamos sobre a dieta low-carb que é uma dieta mais baixa em carboidratos, e que hoje em dia vemos cada vez mais pessoas aceitando e seguindo como estratégia alimentar.
Também falamos um pouco sobre a dieta cetogênica que é ainda mais restrita em carboidratos, mas que permite saladas, abacate…
Então, ela é ainda uma dieta em que conseguiríamos montar pratos interessantes e em que você conseguiria mostrar para alguém um prato com peixe, salada e azeite…
E praticamente todo mundo diria: “esse é um prato saudável”.
(Falamos sobre isso neste post abaixo, no Instagram.)
Porém, tem um grupo de pessoas — cada vez maior pelo que vemos nas mídias sociais — que segue a estratégia de se alimentar apenas com produtos de origem animal, a chamada dieta carnívora.
Nesse contexto, o que podemos dizer sobre a relação entre a dieta carnívora e a saúde da tireoide?
Rodrigo: Ótimo. Do ponto de vista científico, temos poucos estudos relacionados a dieta cetogênica e a tireoide… imagine em relação à dieta carnívora.
Se fomos pensar em estudos randomizados … não me lembro de ter lido um estudo comparando a dieta carnívora com outra dieta.
Mas vale a pena lembrar que os alimentos de origem animal são os mais densos do ponto de vista nutricional e proteico.
Não temos estudos a longo prazo com a dieta carnívora, mas também não temos nenhum estudo a longo prazo com as outras dietas.
Então, isso acaba não sendo um argumento válido.
O que as pessoas têm que refletir é: o que seria mais saudável pensando no ponto de vista científico e nutricional?
Deixando de lado o ponto de vista filosófico e religioso — que acabam sendo quase que “indiscutíveis”.
O que é mais saudável: vivermos apenas com alimentos de origem animal — que do ponto de vista evolutivo já fizemos em determinada época (com raras exceções de frutas)…
Ou comermos apenas alimentos de origem vegetal — que do ponto de vista evolutivo nunca fizemos?
Do ponto de vista proteico, o que seria mais saudável?
Do ponto de vista nutricional, o que seria mais saudável?
Eu tenho minhas dúvidas.
Pensando na tireoide, não vejo nenhum problema em seguir uma dieta carnívora. “
Talvez o que tenhamos que pensar é que uma dieta carnívora pode ser mais restritiva em relação às opções.
Como você falou, na dieta cetogênica ainda temos algumas opções.
Mas veja, acho que entramos naquela questão: “o que a pessoa está disposta a fazer? Ela consegue seguir a dieta carnívora e através disso reverter o diabetes?”
Terei que citar um amigo, Cláudio Hollanda, que faz dieta carnívora e reverteu o diabetes.
Ele tinha um triglicérides — ele expôs publicamente, por isso estou falando — que era de 1800 mg/dL, hemoglobina glicada igual a 12%, pesava quase 130 kg.
E com dieta carnívora reverteu absolutamente tudo, não usa nenhum remédio.
E atualmente com triglicérides igual a 50 mg/dL, hemoglobina glicada igual a 4,8%.
Alguém teria a coragem de dizer que a dieta carnívora fez mal para ele?
Guilherme: Não tem como, né? Não é uma população ou um estudo, mas olhando para ele e a experiência dele, não tem como dizer que não funcionou.
(Relacionado – livro completo sobre a dieta carnívora.)
Rodrigo: Para ele funcionou!
E ele tinha tentado fazer outras dietas: três em três horas, bolachinha…
Mas ele se adaptou nessa.
Ele sente-se bem disposto, melhorou gases e estufamento…
Então, alguém teria coragem para dizer que a dieta carnívora irá matá-lo?
Que com ela, ele irá viver menos? Tendo em vista todas as doenças que ele reverteu.
Acaba que essa decisão é do paciente, no que ele sente-se bem fazendo — a gente expõe e vai monitorando.
Tudo possui riscos, inclusive alguns nunca saberemos, mas isso nunca iremos saber em relação a nenhuma dieta.
Relacionado: nosso vídeo sobre dieta carnívora disponível aqui.
Diabetes: Por Que Resistimos Em Recomendar Low-Carb?
Roney: Perfeito, Rodrigo! Cobrimos o que tínhamos imaginado cobrir sobre a tireoide.
E ainda temos mais duas perguntas para fazer.
Você tem mais alguma questão a acrescentar em relação a tireoide ou podemos seguir em frente?
Rodrigo: Pode seguir, pode seguir …
Roney: É uma questão relacionada ao que você tinha falado no começo do podcast sobre o diabetes.
Que a melhor dieta seria uma que restringe um pouco os carboidratos, justamente com esse problema em lidar com a glicose.
Uma coisa que ficamos curiosos é no porque insistem numa dieta baixa em gorduras e rica em alimentos integrais (macarrão integral, pão integral) para lidar com esse tipo de condição, ao invés de recomendar uma dieta baixa em carboidratos.
Por que ainda tem tanta resistência da área médica?
Rodrigo: Se formos ver a origem do tratamento para diabetes, vemos que era a dieta cetogênica — lá no início do século XIX.
Quando não tínhamos tantas opções terapêuticas, o tratamento restringia carboidratos.
Usando uma analogia do Souto:
Quem tem diabetes infarta mais. Infarto é causado por gordura. (Não é.)
Então vamos restringir a gordura.
Quem tem diabetes possui mais doença renal, e essa seria causada pelo consumo de proteína. (Não é. Mas, novamente, falamos aqui do senso comum.)
Então restringe-se a proteína.
Sobre o quê? Sobra carboidratos!
Assim, o senso comum é mais ou menos esse.
O grande problema da interpretação dos estudos é que as pessoas ficaram focados na glicose — chamam até de quinquênio perdido do diabetes… o pessoal ficou com uma tara pela glicose. “Tem que tirar a glicose do sangue”…
Mas a glicose é apenas um sintoma.
Quando temos o diabetes tipo 2, a glicose está alta no sangue, mas o maior problema é a resistência à insulina e a inflamação.
E por muito tempo, 50 anos, ficamos focados em tratamentos que tirem a glicose no sangue com uso de medicamentos.
E pensando que, melhorando esse marcador laboratorial, tudo ficaria bom.
Contudo, durante esse tempo todo, nenhuma medicação mostrou de fato um benefício claro em vista do desfecho cardiovascular.
Tem estudos que demonstram que quando utilizamos insulina em excesso aumentamos o risco dos pacientes morrerem.
O maior problema talvez não seja a glicose — claro que temos que controlar a glicose devido às complicações microvasculares e macrovasculares (olhos, rins, nervos) — , e sim a resistência à insulina e a inflamação no diabetes tipo 2.
Ao você fazer uma dieta low-carb, independente da perda de peso — entretanto quanto mais perdemos peso, mais melhoramos a resistência à insulina e a inflamação — , teremos resultados positivos para saúde do paciente.
O problema é que as pessoas focam muito no controle glicêmico.
E mesmo se o paciente comer apenas carboidratos, 100% de carboidratos — ainda assim conseguimos controlar a glicose… mas à custa do uso de muitos medicamentos.
Transforma-se essa pessoa em dependente de remédios, os quais não param a progressão da doença.
Ao diagnosticar um paciente com diabetes tipo 2 é necessário expor a realidade a ele. É até chato, mas eu tenho de falar.
“Você possui uma doença.
Infelizmente, ela é caracterizada por intolerância a glicose, e seu corpo terá dificuldade de lidar com alimentos que aumentem a glicose. Os alimentos que mais fazem isso são os carboidratos.
Caso continue ingerindo grandes quantidades de carboidrato, teremos que retirar essa glicose do seu sangue, pois seu corpo não consegue fazer isso sozinho. E aí vou ter este, este, este, e aquele remédios.”
Contudo, se não mudamos a origem, o paciente com o tempo precisará de mais remédios. E, daqui a três anos, de outro.
Quando olhamos estudos que apontam que duas dietas conseguiram o mesmo controle glicêmico — veja: apenas isso não basta.
Temos que olhar a quantidade de remédios que os dois grupos utilizaram, pois o custo com tratamento medicamentoso é muito alto.
Nos EUA, ano passado, foram 40 bilhões de dólares só de tratamentos medicamentosos.
O custo de manter esse paciente com resistência a insulina e inflamação é muito alto — uma vez que é isso que irá resultar os demais sintomas e complicações.
Num paciente se manifestou como diabetes. No outro, vai se manifestar como infarto. Ou derrame. Ou esteatose hepática. Ou Alzheimer. Ou hipertensão.
Mas a base de todas essas manifestações é a mesma: resistência à insulina e inflamação.
A verdade é que criamos doenças, inventamos critérios diagnósticos, então:
- “se aumentar a glicose em determinado valor vamos chamar de diabetes … terá esses sintomas e tratamentos…
- se aumentar a gordura chamaremos de esteatose hepática…”.
Então definimos doenças que na prática resultam de quadros maiores como a resistência à insulina e a inflamação.
E talvez essa seja a maior decisão que os pacientes terão que tomar: se estão dispostos a tratar a doença — e isso significa se manter doente, melhorando a glicose no sangue, mas continuando diabético — ou você está disposto a ter saúde?
Mas para ter saúde é necessário alteração do estilo de vida, incluindo a alimentação.
E o primeiro passo é retirar os alimentos industrializados, e se o paciente possui diabetes ou hipertensão realizar uma dieta low-carb ou cetogênica.
A questão é: que tipo de tratamento você quer para o diabetes?
Quer reverter a causa ou controlar o sintoma — glicose alta no sangue?
Quer reverter a causa sem precisar “passar fome” ou ficar doente?
Ou quer fazer uma “dieta da fome”, emagrecer… mas provavelmente engordar tudo novamente?
Isso é uma decisão do paciente, que necessita ser apresentado de forma clara as opções:
Restringir carboidratos, consumir mais proteínas, aumentar moderadamente o consumo de gorduras…
E quanto a segurança: o paciente não irá morrer 4 anos mais cedo, ter câncer ou infartar por estar fazendo a dieta low-carb, por exemplo.
O paciente tem o direito de saber sobre as melhores opções para o seu caso.
Algo que vejo muito são os profissionais pré julgando que as dietas não irão dar certo de acordo com suas experiências.
Novamente utilizando o exemplo do Cláudio — vou ter que pagar uma churrascaria para ele… (risos).
Imagina se, no primeiro momento que conheci ele e soube que o mesmo fazia dieta carnívora, eu dissesse para parar. “Não faça isso, você não vai conseguir. Isso é muito restritivo.”
Eu estaria fazendo um pré julgamento — é algo meu, eu talvez não conseguiria fazer.
Mas veja que ele está a quase dois anos fazendo essa dieta com os exames absolutamente normais.
Precisamos colocar para os pacientes as melhores opções e de acordo com as preferências do paciente (e com o que ele é capaz de fazer) individualizamos as condutas.
Os Hábitos Saudáveis Do Dr. Rodrigo Bomeny
Guilherme: Você abordou muitos pontos sensacionais.
Quem estiver nos ouvindo (ou lendo) e tiver diabetes, pré-diabetes ou conhecer alguém que possua, sugiro que volte e ouça novamente a fala do Rodrigo.
Porque têm diversas nuances que podem não ficar aparentes no primeiro momento.
E, Rodrigo, além desse ponto da alimentação — que é parte integrante de um estilo de vida saudável, e pode ajudar a combater a resistência à insulina e mesmo impedir ou retardar a evolução do diabetes, e ajudar na remissão dele — existem outros hábitos de vida considerados saudáveis.
Mas queremos perguntar para você, quais são seus hábitos de vida saudáveis no dia a dia?
As pessoas que escutam o podcast adoram essa seção, e gostam de saber um pouquinho mais sobre o que os entrevistados fazem para cuidar da saúde, além de comer direito.
Rodrigo: Maravilha, vamos lá!
Sou casado, tenho três filhas, e priorizamos em casa ter ao máximo “comidas de verdade”, sendo raro produtos industrializados (pão, doces …).
Como é meu café da manhã?
Às vezes é jejum.
Outras vezes queijo coalho, e hambúrguer – tem um de 200g e quase artesanal que eu como bastante.
Almoço é perto do consultório, geralmente são carnes — às vezes frutas como morango ou mesmo manga (entretanto, não é comum)…
E a noite é o momento que mais como vegetais.
Novamente alguma carne, ou peixe, ou frango, e uma fruta após o jantar.
Talvez seja o motivo para não conseguir fazer a dieta carnívora, pois gosto muito de frutas.
No final de semana às vezes tem uma exceção, algum sorvete com minhas filhas ou eventualmente sair para jantar.
Entretanto, hoje em dia, essas exceções são bem raras.
Comer Para Se Nutrir, E Não Para Ter Prazer
As pessoas precisam mudar um pouco as expectativas do que elas esperam com a dieta.
Quando vou comer, eu não espero ter nenhum prazer comendo.
Isso pode parecer radical — é claro que eu não quero ter desprazer. Não vou comer algo que eu não goste.
A minha expectativa principal é nutrir meu corpo da melhor maneira possível naquele momento. E não ter prazer.
Porque, no fim, o que faz com que nos sintamos satisfeitos e felizes está muito mais relacionado às expectativas que temos do que a realidade que vivemos.
Observo que as pessoas têm necessidade em sentir muito prazer ao comer, ou de, nos eventos sociais, ficarem muito satisfeitas com as comidas servidas.
E quando a nossa expectativa principal é ter prazer ou conviver socialmente da maneira mais fácil, muito provavelmente iremos nos frustrar — pois alguém poderá lhe passar uma dieta na qual o objetivo principal é nutrir e não ter o máximo de prazer…
Ou iremos abandonar.
Porque, por mais que eu goste de carne, salada, e fruta… os produtos industrializados são extremamente prazerosos.
E isso não é por coincidência: eles são produzidos e estudados para tal (embalagem, crocância, textura, gosto, cor …).
E, por isso, se nossa expectativa for ter o máximo de prazer, dificilmente seguiremos uma dieta low-carb.
No último estudo sobre a população americana, somente 12% eram considerados metabolicamente saudáveis.
Então, 88% das pessoas não têm o controle de “comer um pouco de tudo”.
Ou seja, mesmo sendo uma ideia que nos conforta — na prática ninguém consegue.
Guilherme: Que horror esses dados! 88% é algo a considerar mesmo: como nossos hábitos têm que ser diferentes da maioria caso queiramos ter uma saúde diferente da maioria.
Rodrigo: E colhe-se exames dessa população e os define como normais.
Guilherme: É o “normal” do laboratório.
Rodrigo: Exato! Ou seja, sua definição de normal é baseada numa população doente.
É algo interessante para pensarmos.
Passamos a nos comparar a uma pessoa que talvez estejam pior que você.
Guilherme: Nos comparamos ao Homer Simpson e dizemos que estamos saudáveis — mas esta não deveria ser essa a nossa régua.
Rodrigo: São questões meramente estatística, não considerando em nada as questões fisiológicas.
Guilherme: E nessa questão que você comentou em comer para nos nutrirmos, tenho a certeza que muitas pessoas que estão iniciando nesse estilo de vida…
Ou que nunca tenham lutado contra o peso…
Ou que não tenham muita fome ou apetite, nunca tenham se deparado com isso.
Entretanto, eu pessoalmente me identifico muito com sua fala.
Pois, apesar de gostar muito das comidas da low-carb — e quando vou comer, e saio do estado de jejum, estou com muita fome… (Então mesmo um bife e uma salada com azeite são muito saborosos por mais que não se comparem aos produtos industrializados).
Mesmo assim: são alimentos que consigo ter um controle, comer, me sentir bem e ser uma nutrição adequada.
E, às vezes, quando vou a eventos sociais e opto por fazer uma exceção, e quando ela não é tão saborosa quanto esperava, fico muito mais decepcionado.
Pois eu tenho um grau de exigência muito maior para a exceção do que para as refeições diárias.
Pois ocupam espaços mentais e funções diferentes na vida.
Rodrigo: Exato! As exceções necessitam valer muito a pena…
Uma vez estava passando visita no quarto de um paciente no hospital e me deparei com uma paciente cuspindo um alimento no chão (era um doce).
Imaginei que estivesse estragado ou engasgando.
Contudo, ela me disse: “doutor, é que não vale a pena!”.
Ela provou, mas entendeu que não era um prazer significativo para sair da dieta.
Eu imagino que a exceção tenha que ser tratada dessa forma.
É diferente quando estamos comendo um sorvete em casa apenas para descontar a raiva do dia a dia ou o cansaço…
E quando vamos em família a uma sorveteria ou em um evento social, que tem um sorvete diferente, e que possui todo um contexto por trás.
As pessoas têm que encarar a exceção como um prazer muito diferente do restante…
Para você abrir mão da sua saúde e da nutrição do corpo… Tem que ser muito prazeroso — inclusive socialmente.
Roney: Perfeito! Realmente é muito chato quando nos dispomos sair da dieta e nos arrependermos.
Queríamos tocar num assunto antes de finalizar a respeito da ABLC (Associação Brasileira Low-Carb), o qual comentamos no início do episódio, e que você é diretor científico.
Como surgiu a ideia dessa associação e qual sua finalidade?
Rodrigo: A ABLC é uma entidade sem fins lucrativos, não recebendo nenhum financiamento da indústria alimentícia ou farmacêutica, sendo uma questão essencial para não termos conflito de interesses.
Uma vez que precisamos poder dizer quando algo faz mal.
E, por mais idôneo que se seja, quando recebemos dinheiro ficamos com “o rabo preso”.
O objetivo principal é divulgar a alimentação low-carb.
E por que é necessário uma associação?
Querendo ou não, essa dieta ainda é discriminada por boa parte dos profissionais de saúde e, principalmente, pela mídia.
E toda vez que temos uma minoria é necessário uma entidade para defender essa minoria injustiçada.
Uma das funções é essa, divulgar conhecimentos baseados na ciência e sem interesses comerciais.
A segunda finalidade é conseguir certificar produtos ditos low-carb ou bons para diabetes.
Vemos atualmente que as associações que defendem teoricamente a saúde e o bem-estar dos paciente com diabetes certificam produtos para pacientes com intolerância à glicose que possuem praticamente 100% de glicose, ou seja, maltodextrina.
E isso é um problema sério, pois diferente de nós que fazemos a dieta low-carb por achá-la nutritiva e por gostar, outras pessoas utilizam essas dietas (cetogênica e low-carb) e possuem diabetes tipo 1 e 2 e epilepsia, uma vez que são terapêuticas.
E quando essas pessoas utilizam esses produtos, supostamente certificados por associações que deveriam defender seus interesses, têm suas glicemias indo a 300 mg/dL, crises convulsivas… Isso é um perigo!
Essa é a ideia e o outro braço da ABLC.
Já começamos o processo de certificação dos produtos, sendo uma certificação que envolve análise de rótulos e controle glicêmico para conferir realmente a validade das informações presentes nos rótulos.
Nosso desejo é que as pessoas que querem seguir uma dieta low-carb, seja por prazer ou doença, possam consumir os produtos de forma que não tenham quantidades prejudiciais de carboidratos.
Temos o instagram: ABLC.org.br. Também temos o site: ABLC.org.br.
Hoje sobrevivemos, mesmo sendo uma instituição sem fins lucrativos, existem curtos — temos secretários, local alugado, impostos —, sobrevivemos com ajuda de contribuintes que tiveram suas vidas mudadas e querem que essa informação se espalhe para o maior número de pessoas possível.
Essas pessoas fazem uma doação mensal, com um valor simbólico de R$ 17,90/mês, e usamos esses recursos para pagar as questões burocráticas.
Além disso, estamos criando um guia de alimentação infantil, pois em boa parte das escolas ainda temos o ensino da pirâmide alimentar que é totalmente desatualizada.
É uma associação que surgiu a pouco tempo, e que espero que cresça nos próximos meses e anos para ajudarmos o máximo de pessoas.
Roney: Perfeito! O Senhor Tanquinho é associado desde o início.
É muito importante esse trabalho, outro dia postamos no instagram sobre dois alimentos que dizem fazer bem para diabéticos e que possuem o selo da associação para diabéticos, mas que eram cheios de maltodextrina.
E nos comentários tinham várias pessoas que utilizavam esses alimentos, porém viram que eram um perigo e no final pararam de utilizar esses alimentos.
Rodrigo: E olha que maluquice! Você pega as marcas de isotônico, que possuem como propaganda: “recupera rapidamente sua energia”.
O que eles possuem na composição? Maltodextrina.
É engraçado, o mesmo produto maltodextrina que é dito como de rápida absorção e, por isso, recupera rapidamente a energia — entra como glicose no sangue e recuperam o glicogênio — é taxado como seguro justamente para pessoas com intolerância à glicose.
É inacreditável! (Essa talvez seja uma palavra que podemos utilizar no podcast.)
Realmente não tenho nenhuma palavra para descrever esse sentimento quando penso nisso.
Roney: Realmente é um absurdo e deixa qualquer um chocado mesmo.
E Rodrigo, vamos deixar as mídias sociais da ABLC.
E com certeza depois dessa entrevista as pessoas irão querer seguir você e acompanhar as suas atualizações.
E onde elas podem te encontrar nas mídias sociais?
Rodrigo: Pelo Instagram: @rodrigobomeny.
Estou lá e costumo postar coisas sobre low-carb, emagrecimento, e tenho postado sobre mudança de hábitos e comportamentos, que talvez seja o que mais pega as pessoas…
E será um prazer recebê-los lá na página.
Mensagem Final Do Rodrigo Para Você
Guilherme: E Rodrigo, para quem nos escutou até aqui, você possui alguma mensagem final para a audiência?
Algum chamado para ação ou algo que poderiam fazer para melhorar a vida deles de alguma maneira?
Rodrigo: Essa pergunta é boa.
Para quem está querendo emagrecer… se eu pudesse definir o processo em uma palavra seria paciência. “
Você tem que ser paciente independente da dieta, pois o processo é longo.
As pessoas desistem muito por terem expectativas muito altas sobre a perda de peso e acabam se frustrando.
Sejam pacientes, busquem apoio, busquem informações em fontes confiáveis, se aproximem de pessoas que possam te ajudar.
Pois o ambiente determina muito o comportamento, e não desistam.
Não se contentem em ser medíocres (na média).
Sejam o melhor possível, terem a melhor alimentação e fazer atividades físicas para que possamos viver da melhor maneira possível.
E não tratando doença, e na prática sobrevivendo.
O que observo na prática é que a maioria das pessoas sobrevivem, elas não vivem.
Elas se arrastam, e grande parte por um estilo de vida ruim.
Optem por ter saúde — e não por ficar tratando doença. “
Acho que essa seria a frase final.
Roney: Perfeito! E assim encerramos mais um podcast que ficou sensacional. E gostaríamos de agradecer muito sua presença e atenção. Muito obrigado, Rodrigo!
Rodrigo: Obrigado pelo convite, enrolei vocês por alguns meses, entretanto, foram privilegiados com o primeiro podcast que gravo.
Acho que o segundo talvez seja mais fácil de fazermos. (risos)
Guilherme: Com certeza vai ter um segundo — pois iremos querer você de volta aqui no nosso podcast!
E tenho certeza que o público e a audiência que escutou também irá querer.
Obrigado novamente, Rodrigo!
E obrigado a todo mundo que escutou e escuta a gente.
Toda segunda-feira tem episódios novos.
Alternamos entrevistas com especialistas como o Rodrigo Bomeny com episódios em que somos somente eu e o Roney falando sobre tópicos de interesse.
Vale a pena você escutar todos!
Para isso é só você se inscrever na sua mídia favorita, pode ser:
- Soundcloud,
- Apple Podcasts (iTunes), ou
- Spotify.
Seja qual for sua mídia favorita, o nosso podcast está lá!
A gente se fala na segunda-feira que vem.
Um forte abraço, do Senhor Tanquinho.
Nossa não tenho palavras para descrever o que achei desta entrevista :). Tenho hipotiroidismo a muitos anos e atualmente tomo 150 mg de levotiroxina, iniciei a LC a uns 4 meses e agora passei pelo médico e vou fazer exames e vou saber a quantas andam meus hormônios e tudo mais.
É verdade a LC da energia, alegria é tudo de bom. Voltei a gostar de cozinhar, faço várias receitas do Sr Tanquinho, perdi pouco peso ainda 13 kg mas sou outra pessoa.
Não concordo quando o dr. Rodrigo diz que não devemos pensar no prazer e sim em nutrir nosso organismo. Penso que a nutrição pode andar de mãos dadas com o prazer sim.
Foi muito boa essa entrevista eu prefiro ler , assimilo melhor do que ouvindo..
Parabéns aos 3. Bju.
Oi Nilce, tudo bom? Obrigado pelo comentário!
Que maravilha ver tamanho avanço na sua saúde e qualidade de vida! Ficamos felizes que goste e acompanhe o nosso trabalho!
Talvez dando uma pequena controlada também nas calorias você consiga ir além na perda de peso – falamos sobre isso aqui: senhortanquinho.com/calorias
De toda forma, concordamos: alimentação saudável pode sim unir nutrição+prazer!!
Seguimos sempre juntos, Nilce!!
Beijos =)
olá, não está aparecendo o ícone no soundcloud para fazer o download do podcast.
Obrigado por avisar, Vanessa! Agora está disponível :)
Depois nos conta o que achou do podcast!
Forte abraço