Antigamente, a censura ocorria porque os governantes tiravam o acesso à informação das pessoas. Hoje a censura existe, mas pelo excesso de informação: uma avalanche de informação. Quem é capaz de filtrar o que é uma informação importante de uma informação trivial tem poder.”
O Dr. Vitor Azzini é o convidado do nosso podcast de hoje — certamente um dos mais ricos em informação que já gravamos.
E tudo isso destilado em relativamente pouco tempo.
Pois, em cerca de 40 minutos de conversa, conseguimos cobrir tópicos tão diversos quanto:
- a história do Dr. Vitor Azzini com a medicina da precisão,
- tudo sobre vitamina D: o que é, e por que você precisa dela,
- como obter vitamina D: fontes alimentares, melhores suplementos, e exposição solar,
- a verdade sobre exposição ao sol e câncer de pele,
- os diferentes tipos de filtro solar (qual pode prejudicar os seus hormônios),
- como aumentar a imunidade: as melhores medidas de estilo de vida para fortalecer seu sistema imune,
- quais suplementos podem te ajudar a ter um sistema imunológico mais poderoso e funcional,
- o que é FODMAP — e por que esse grupo de alimentos pode ser a causa dos seus problemas gastrointestinais,
- alguns alimentos populares ricos em FODMAPs,
- quais são os principais sintomas da intolerância a FODMAPs,
- alimentos de origem animal e alimentos de origem vegetal: quais fazem mais bem a você?,
- por que o Dr. Vitor Azzini voltou a comer arroz — e por que ele diz que não come trigo “de jeito nenhum”,
- a importância de fazer testes e descobrir o que é melhor para você,
- quais são os hábitos fundamentais para a boa saúde,
- como a falta de sono levou o Dr. Azzini a acordar numa praça cheia de “cracudos”,
- como usar a filosofia da via negativa para uma vida mais saudável,
- a mensagem final do Dr. Vitor Azzini para você,
e muito, muito mais.
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E compartilhe este episódio com quem pode se beneficiar dele.
Pois — conforme o Dr. Azzini ressaltou na frase que destacamos acima — o poder mais importante que você tem hoje é o de filtrar a informação útil no meio de tanta informação trivial.
E este podcast faz exatamente isso.
Obrigado por nos acompanhar neste movimento saudável!
A transcrição da conversa toda está disponível abaixo.
Para ser avisado de novos episódios, lembre-se de nos seguir no email e no canal do Telegram.
Conteúdo do post:
Transcrição Completa Do Podcast Com O Dr. Vitor Azzini
Guilherme: Fala, Tanquinho, fala, Tanquinha! Sejam bem vindos e bem vindas a mais um episódio do nosso podcast.
Este episódio podcast está sendo oferecido a você pela Amazon.
A Amazon é onde nós pegamos todos os ingredientes que nós usamos nas nossas receitas.
Lá tem tudo, incluindo adoçantes, farinhas low-carb, chocolate amargo…
Além de vários lanchinhos low-carb, do tipo castanha-do-Pará, amêndoas laminadas, amêndoas defumadas, chips de parmesão e muito mais.
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É incrível! E eu recomendo que você compre lá porque os preços são bons, os produtos são ótimos e eles também apoiam essa nossa iniciativa do podcast.
Assim como o medidor de cetonas uaiKeto.
Esses apoiadores ajudam a manter o podcast funcionando.
E é por causa deles que podemos ter o privilégio de trazer a você esta conversa com o Dr. Vitor Azzini.
Tudo bom, Vitor?
Dr. Vitor Azzini: É um prazer enorme falar com vocês, já ouço vocês há algum tempo, acompanho vocês no Youtube.
Já li excelentes artigos de vocês, principalmente o artigo sobre FODMAPs, muito bom. Sempre recomendo para familiares meus.
Eu acho que esse artigo de vocês sobre FODMAPs convence mais do que eu falando para o meu pai, por exemplo.
Roney: Caramba, que legal, Vitor. Quanta honra receber esses elogios de você — e é um prazer estar falando com você agora, também.
Vamos começar então te apresentando para quem está nos ouvindo, mas ainda não te conhece.
Como a gente falou, o Vitor é médico, se denomina obcecado por nutrição e suplementos e medicina da previsão.
Então, você poderia começar falando de onde que surgiu esse interesse pela medicina e, num segundo momento, pela nutrição, suplementos e também a medicina da precisão?
Dr. Vitor Azzini E A Medicina Da Precisão
Dr. Vitor Azzini: Perfeito, claro. A medicina foi mais ou menos, eu fui no fluxo.
A minha família é de médicos, o meu pai é médico, o meu irmão mais velho é médico, a minha irmã mais velha também é médica…
Então, por tanto ouvir nos jantares eles falando sobre casos, eu acabei tomando a decisão mais fácil para mim — não mais fácil na questão do vestibular, mas mais fácil para mim de seguir esse fluxo.
Eu fiz faculdade normalmente e depois fiz residência em oftalmologia.
Até o meio da residência eu estava seguindo o caminho tradicional da medicina, até que eu me encontrei muito frustrado com a especialidade que eu escolhi, que é a oftalmologia.
Eu me encontrei frustrado em ver os médicos que eram os mais bem sucedidos, como é que era a qualidade de vida deles, a atenção, os cuidados que eles tinham com a alimentação e eu comecei a questionar muitas coisas, como se fossem dogmas na medicina.
A alimentação, sol, sono… a questão dos suplementos — que na faculdade, bem ou mal, você falar que suplementos não funcionam é o normal. Este é o padrão nas faculdades de medicina ainda.
Então, eu comecei a questionar esses dogmas e hoje não trabalho mais com oftalmologia.
Eu trabalho com a medicina… eu fiz pós graduação em medicina do esporte, tirei o título; fiz pós em nutrologia, não tirei o título, mas o fato é que hoje grande parte do que eu estudo vem de outros institutos, vem de outros médicos lá de fora, não é muito no Brasil.
E acaba que na minha prática hoje, do dia a dia do consultório, eu trabalho muito com a medicina da precisão.
Cada paciente tem a sua forma de me entregar os dados.
Às vezes um dado de um fitbit da vida ou exames, exames genéticos, exames de sangue metabólicos, exames hormonais, exames de saliva, e quanto mais dados a gente receber do paciente, mais facilidade eu tenho de orientar junto com ele alguma coisa específica na rotina, na alimentação, na suplementação para que a gente possa ajudar as pessoas ao máximo.
Vitamina D — Um Nutriente Fundamental
Guilherme: Excelente, Vitor. A gente abordou bastante sobre vários tipos de suplemento num outro podcast que a gente fez com a nutri Paula Mello.
Naquele episódio, a gente focou bastante nos suplementos que as pessoas do dia a dia acabam usando mais: suplementos de proteína, whey protein, glutamina, proteínas veganas, enfim.
Hoje, a gente queria focar um pouquinho mais num suplemento que está na boca do povo, a gente vê muitas pessoas suplementando como se fosse uma balinha: vai na farmácia e compra e começa a tomar, que é o caso da vitamina D.
Você poderia falar um pouquinho sobre esse suplemento?
Por que que está tão na moda as pessoas tomarem suplemento?
Aliás, vamos voltar até um pouquinho… o que é a vitamina D? Por que que as pessoas precisam ter atenção a esse nutriente, vitamina, pró hormônio, enfim.
Dr. Vitor Azzini: A vitamina D tem uma estrutura molecular muito mais parecida com um hormônio esteroidal do que com uma vitamina.
Então acredito que, como muitos médicos já falaram isso antes, não deveria ser chamado de vitamina e sim de hormônio, é um pró hormônio.
Ela tem uma estrutura muito parecida com esteroides no corpo humano, e ela atua em diversas reações bioquímicas em nosso corpo.
Para você ter uma ideia, nosso genoma humano, que tem entre 20 e 30 mil sequências genéticas, nós temos cerca de 10% de nosso genoma regulado pela vitamina D.
Então, cerca de 2 a 3 mil sequências genéticas reguladas pela vitamina D.
A vitamina D atua melhorando um poderoso agente no nosso corpo de defesa imune, da imunidade inata, é a catelicidina.
E a catelicidina é esse agente antivirótico, antibacteriano, antifúngico, e ele é regulado pela vitamina D.
A vitamina D é a única vitamina que eu conheça que você pode produzir de forma natural através de um hábito específico que é o ato de pegar sol.
Então, um dos dogmas da medicina, dogmas de qualquer área da medicina, na oftalmologia, o sol ele é incriminado como o fato mais importante que causa catarata e diversos problemas nos olhos.
E o fato é que a reação dos raios ultravioletas — ultravioletas tipo B — na nossa pele faz com que o colesterol da nossa pele (das camadas mais profundas na nossa pele) se transforme numa pré-vitamina D.
Essa pré-vitamina D vai para o fígado e se transforma 25-hidroxivitamina D, que vai para o rim e aí se transforma na vitamina D ativa, que é 1,25-hidroxivitamina D, que é o calcitriol.
Então, através da reação simples do ato de pegar sol, você consegue produzir esse importante hormônio relacionado à nossa imunidade, relacionado à nossa carga genética, que nos traz uma imunidade em tempos de coronavírus, uma imunidade inata, muito melhor por conta da catelicidina.
E além de regular isso, ela regula as células natural killers de nosso sistema imune.
Então, é um hormônio muito importante para a nossa saúde.
Eu tive o privilégio de conversar com o Dr. Cícero Coimbra, um médico brasileiro de São Paulo, onde você tá aí, Roney, e ele estudou durante muitos anos a vitamina D.
Ele trata diversas doenças auto imunes e também doenças neurodegenerativas, esclerose múltipla, artrite reumatoide, Crohn, doença retocolite ulcerativa com altas doses de vitamina D.
Então, acho que é um hormônio muito importante para a nossa saúde, muito importante para a nossa imunidade.
Mas, obviamente, não é sair usando de forma como se fosse uma balinha, como você mesmo disse.
A gente tem que ter muita cautela porque, apesar de poucos serem os relatos na literatura de efeitos colaterais, eles podem existir, principalmente para as pessoas que têm problemas na saúde dos rins, que é um grande fator que acaba por atrapalhar a excreção da vitamina D no nosso corpo.
Vitamina D: Eu Preciso Suplementar?
Roney: Perfeito, Vitor, perfeito.
Então, pode ser assim que as pessoas tenham deficiência em vitamina D e pode ser que precisem suplementar ou não.
E como, nesse caso, saber se você precisa suplementar? Tem algum exame específico que as pessoas devem fazer?
Dr. Vitor Azzini: Sim.
Vale lembrar que, assim, do que eu vejo no consultório: eu moro em Florianópolis.
E mesmo aqui, onde tem muito surfista, pessoas que pegam sol, a gente acabou de passar pelo verão, 90% das pessoas têm níveis de vitamina D, assim, na faixa dos 20 nanogramas por decilitro no sangue.
Este é um valor que eu considero — e que o Dr. Cícero também considera — muito baixo.
Como é que você avalia isso?
A principal forma é através do exame de sangue, você dosa a 25-hidroxivitamina D.
Isso é visto no exame de sangue, eu acho que até no SUS hoje está fazendo — não sei exatamente quais são os postos de saúde que estão fazendo, mas laboratórios normais em geral no Brasil já fazem.
E este é um exame muito corriqueiro — e esse próprio exame, 25-hidroxivitamina D te dá uma boa ideia de como é que estão os seus níveis de imunidade, de como é que está a sua reserva de vitamina D no seu corpo.
O Dr. Michael Holick, nos Estados Unidos, ele defende que idealmente a pessoa deveria estar entre 60 e 90 nanogramas por decilitro de 25-hidroxivitamina D no sangue.
Para isso, ele testou diversas estratégias para chegar nesse nível, usando 10 mil unidades internacionais por dia; usando 20 mil unidades internacionais por dia.
Segundo o Dr. Michael Holick e colaboradores, ele falou num artigo que ele lançou em 2018, que ao usar 20 mil unidades internacionais por dia — o que dá mais de 140 mil unidades por semana — não há nenhum risco de intoxicação para todos os pacientes que no estudo que ele realizou nos Estados Unidos. Não há risco para a saúde.
Então, a forma principal é justamente essa, dosando no sangue os níveis de 25-hidroxivitamina D.
E uma forma interessante que o Dr. Cícero Coimbra revela, é você ter uma ideia de como é que tá a sua reserva de vitamina D, além de dosar 25-hidroxivitamina D, é dosando o paratormônio, que é o hormônio que é produzido pela nossa paratireóide.
É uma glândula que fica atrás de nossa tireoide e que regula a quantidade de cálcio do nosso sangue.
Se o paratormônio tá alto, ele é inversamente proporcional ao depósito de vitamina D.
Se ele tá alto, é porque tem pouca vitamina D.
Se tem pouco paratormônio, quer dizer que a gente está bem de vitamina D, é mais ou menos essa ideia.
Isso para você regular se você aumenta a dosagem ou diminui a dosagem.
Vitamina D: Fontes Alimentares E Suplementação
Guilherme: Ah, perfeito. E você mencionou o hábito de exposição ao sol. Tem também fontes alimentares? Tem outras medidas de estilo de vida que podem facilitar ou dificultar a obtenção de níveis adequados do 25-hidroxivitamina D, além da suplementação?
Dr. Vitor Azzini: Sim. Em relação à suplementação, só um detalhe que eu não falei.
Existem duas formas principais de suplemento: tem o suplemento oleoso, de vitamina D e tem um que muitas farmácias de manipulação fazem e que muitas pessoas não têm o resultado esperado no exame de sangue, que é a forma de pó.
A vitamina D é um hormônio lipossolúvel, então, por motivos químicos, a melhor absorção dele, a melhor biodisponibilidade dele é na forma oleosa.
Então gotas oleosas é uma boa opção, soft gel é uma outra boa opção.
Agora, em pó, quando você manipula… não é talvez uma boa opção para você que tem uma deficiência.
Além disso, em alimentos, eu considero importante alimentos que têm vitamina D como por exemplo: frutos do mar, gema de ovo, fígado, a carne vermelha. Estes são alimentos que têm sua vitamina D.
Não é a grande nível mas acho que grande parte da vitamina D, obviamente quando mais idade a pessoa tem, menor reserva de colesterol bom para ele poder produzir vitamina D a partir do sol.
Então, quanto mais idosa a pessoa está, talvez ela precise pegar mais sol para transformar aquele ultravioleta em vitamina D.
Quanto mais jovem, menos sol precisa.
Então, acho que a fonte principal tem que ser a do sol, não estou recomendando aqui que ninguém fique se torrando no sol, essa não é a saída.
Mas uma constância de 10 a 15 minutos de sol de meio dia com os braços e pernas expostos, isso geralmente dá conta do recado — pelo menos do que eu tenho visto no consultório.
Vitamina D2 e Vitamina D3: Qual A Diferença?
Guilherme: Excelente, excelente. E é curioso notar que esses alimentos que você mencionou, eles já têm a própria matriz de gordura.
E, como a vitamina D é lipossolúvel, este é mais um sinal aí da natureza de como a gente deveria consumir a vitamina D (junto com gorduras).
E acho que algumas pessoas talvez tenham dúvidas sobre vitamina D2 e D3, as duas formas. Você poderia falar um pouquinho sobre isso também?
Dr. Vitor Azzini: Claro, a D2 é a ergocalciferol, derivada de plantas.
E alguns estudos mostraram que não há boa biodisponibilidade, por mais que você use vitamina D2, que é o ergocalciferol, derivado de plantas, a sua absorção e a atuação dela não é semelhante à vitamina D3 que é o colecalciferol, que é derivado de colesterol.
Então, não caia nessa cilada de que você usando alimentos fortificados com vitamina D, que você pode encontrar: geralmente eles fortificam com vitamina D2, que é o ergocalciferol.
Então, a absorção é baixa.
Não recomendo de forma nenhuma usar alimentos de origem vegetal que é a vitamina D2, e sim vitamina D3 — principalmente nos alimentos oleosos, como você próprio disse.
A própria manteiga também tem, mas a própria gordura de origem animal ela já tem as vitaminas lipossolúveis, vitamina A, vitamina D, vitamina E e vitamina K, principalmente a vitamina K2.
Então, acredito que essas sejam as fontes ideais na alimentação de vitaminas lipossolúveis.
Mas Ficar No Sol Não Causa Câncer De Pele?
Roney: Certo, Vitor. E você citou anteriormente a questão de tomar um pouquinho de sol — justamente no horário que as pessoas sempre ouvem falar que é o horário mais perigoso, que você falou meio dia, por exemplo.
Então, o que falar para essas pessoas que têm medo de tomar sol por causa do câncer de pele?
A gente conhece relatos de pessoas que usam protetor solar até mesmo para ficar dentro de casa — seja por medo da luminosidade da luz artificial, ou seja por medo da luminosidade da luz que entra pela janela.
Então, realmente tem que ter esse medo e se expor só os 15 minutos?
Ou pode ficar um pouco mais tranquilo e esse sol que você vai pegando pela janela também pode ajudar?
O que falar para essas pessoas que ouviram isso e já ligaram o alerta, com medo do câncer de pele?
Dr. Vitor Azzini: Excelente pergunta! Porque, até pouco tempo atrás, eu também achava que o sol que passava pelo vidro da janela tinha a capacidade de nos favorecer com o ultravioleta B.
Mas o que eu tenho visto ultimamente — até conversando com um físico — que quando você passa por uma camada mais densa, tipo o vidro, você perde esse UVB, e aí você perde as propriedades benéficas da vitamina D, que vão produzir vitamina D.
Então, para as pessoas que têm medo em relação ao sol, é óbvio que eu não quero derrubar totalmente o dogma da medicina de que o sol causa câncer.
O que mais tem hoje no mundo são cânceres de pele, só que os argumentos a favor de que é o sol o causador, são argumentos baseados, principalmente, em estudos epidemiológicos.
Eles estabelecem correlação, mas não estabelecem relação causa e efeito.
Então, a gente tem que ter um pouco de pé atrás em relação a isso.
Eu não consigo afirmar que pegar sol vai te proteger contra câncer de pele, mas o que eu observo e o que eu observei nos estudos é que, por exemplo, países onde mais se passa filtro solar — por exemplo, o estado da Austrália chamado Queensland é o estado que mais se usa filtro solar no mundo… por coincidência, é o estado que mais tem câncer de pele no mundo.
Então, não dá para eu afirmar também que o filtro solar causa câncer de pele, mas são dados de associação.
Quando você parte para a epidemiologia, você não pode pegar dois dados que se associação e transformar um em causa e outro em efeito.
O fato é que a vitamina D é importante para o nosso sistema imune.
O câncer é um defeito do nosso sistema imune, de forma, a grosso modo.
Então, se eu quero melhorar o meu sistema imune, eu tenho que melhorar a minha saúde, e a vitamina D é um fator fundamental para a nossa saúde.
Evitar sol, como muitas pessoas já conhecem alguém que já teve câncer de pele, sabe que muitas vezes evitar sol não te previne de ter câncer de pele.
Aí vem o argumento: “ah mas será que se a pessoa pegar sol, esse câncer seria mais agressivo?”
Aí seriam suposições, a gente não pode afirmar.
A gente não pode também ter a segurança de dizer que evitar sol vai te proteger contra câncer de pele, isso seria um erro estatístico falar que uma associação é uma causa.
Então, a gente tem que questionar em relação a esse dado. Isso é muito importante.
Filtro Solar Físico e Filtro Solar Químico — Prós E Contras
Roney: Certo, Vitor, perfeito. E sobre a vitamina D a gente abordou bastante coisa. Você acha que ficou faltando falar alguma coisa ou a gente pode tocar para outro assunto?
Dr. Vitor Azzini: Não, eu acho que imunidade, doenças neurodegenerativas, catelicidina, a parte do nosso DNA, que ela regula, eu acho que isso é o mais importante.
É claro que a gente tem que estar atentos também aos filtros solares.
Eu não quero aqui incriminar os filtros solares, mas obviamente filtros solares de má qualidade, eles muitas vezes têm parabenos, eles têm substâncias que são feitas para nos proteger mas fazem mais mal do que bem.
Um pouco de atenção em relação ao produto químico que está presente no filtro solar.
Muitas vezes o filtro é físico, e aí titânio ou zinco, óxido de titânio ou óxido de zinco, eu acho que é menos pior — mas o problema é que ele deixa a pele da pessoa pintada.
E os químicos, que aí tem algumas substâncias que uma vez absorvidas pelo nosso corpo, podem causar algumas desregulações hormonais, e aí seria um tema para um outro podcast, mas eu acho que é importante vocês deixarem esse recado final aqui em relação ao filtro solar.
Como Aumentar A Imunidade — Medidas De Estilo De Vida E Suplementos
Roney: Perfeito, Então, Vitor, o recado está dado.
Como a gente falou no começo, a gente já falou sobre outros suplementos, em outro episódio de podcast, mas como você também gosta desse assunto…
Quais os outros suplementos que você considera que podem ser indispensáveis — ou no mínimo altamente recomendáveis — para uma boa parte da população?
Assim como é o caso da vitamina D.
Dr. Vitor Azzini: Bom, em termos de imunidade, eu acho que atualmente todo mundo na rede social, meus próprios pacientes estão me perguntando o que que eu posso fazer para melhorar a imunidade.
Obviamente seria uma irresponsabilidade falar que usando um suplemento você vai melhorar a sua imunidade.
A sua imunidade você não a adquire de um dia para o outro.
Você a adquire ao longo do tempo, e quanto mais do básico, melhor a sua imunidade.
E, quanto mais você fizer o que é básico, de forma consistente, melhor a sua saúde.
O que que é o básico? É dormir bem, sete horas pelo menos por noite.
Isso aumenta as suas células natural killers.
Fazer uma atividade física, você pode fazer a atividade física que quiser, qualquer uma, desde que não seja uma coisa muito agressiva, muito extenuante como um Iron Man, uma maratona…
No geral atividade física é uma coisa muito importante.
O jejum é uma coisa importante.
E, agora voltando para a parte de suplementos.
Suplementos que você adquire nas gorduras de qualidade — principalmente nas gorduras de origem animal, que são as gorduras lipossolúveis — são fundamentais para nossa imunidade.
Eu estou vendo aqui na minha frente, eu estava separando aqui um vídeo que eu ia falar sobre a imunidade nesses tempos de coronavírus.
Um estudo de 2018 “immune function”: função imune e micronutrientes necessitados para ao longo da vida.
E aí, nesse artigo os apresentadores fazem uma revisão geral de quais são os principais nutrientes e micronutrientes para a nossa imunidade.
A vitamina A, como a gente falou; a vitamina D, como vocês falaram; vitamina E, que é o tocotrienol, e tocoferol (são 8 vitaminas do complexo E).
A vitamina C, fundamental para o nosso sistema imune também. Além disso o nosso sistema da glândula adrenal, que produz o cortisol, é muito importante; e vitamina K2.
Eu acho que a vitamina K2, se utilizada junto com a Vitamina D, elas são uma combinação muito importante para a nossa saúde óssea.
A vitamina K2, que é a sua variante — não a vitamina K1, que está associada à cascata de coagulação do sangue — a vitamina K2 é muito importante porque ela está presente nas gorduras de origem animal, alimentos fermentados, na soja fermentada, natto, misso…
E ela é importante para regular para onde o cálcio vai se depositar, porque a vitamina D aumenta a absorção de cálcio na parede dos intestinos, e a vitamina K regula esse cálcio.
À medida que a gente envelhece, a gente vai perdendo essa capacidade de regulação.
E aí muitas vezes os idoso tem aquele corpo mais rígido, mais encurtado, aqueles vasos mais duros, aquela pressão aumentada, acúmulo de cálcio na parede dos vasos, acúmulo de placa de ateroma na coronária, nos músculos…
Isso é uma má orientação da molécula de cálcio: ela deveria ir para os ossos e não para os vasos. E quem faz isso é com maestria é a vitamina K2.
Então, a vitamina A, a vitamina D, vitamina E, vitamina K2, vitamina C — importante para a nossa glândula adrenal — complexo B…
Principalmente aqui em tempos de imunidade, a gente precisa ter uma maior regulação do nosso DNA, para evitar que as nossas pequenas mutações, que a gente chama de SNIPs (do inglês single nucleotide polymorphism), se expressem.
E essas mutações elas são muito reguladas pela vitamina B12, e pela vitamina B9, que é o ácido fólico, que é o folato.
Então, a vitamina B12, a vitamina B9… e a vitamina B12 você só encontra no reino animal, vitamina B9 é o folato, e a vitamina B6, que é a piridoxina.
Além disso, zinco, selênio, ferro também, a maior biodisponibilidade do ferro está no reino animal, é o ferro heme.
É muito comum a gente ver pessoas que, principalmente adolescentes, com anemia, mulheres com queda de cabelo, problemas na tireoide por conta de falta de ferro.
E o ferro é fundamental porque ele é receptor dos hormônios tireoidianos.
Se você é mulher e você menstrua a cada 28 dias, você perde ferro a cada 28 dias.
Se você não tem ferro, seus hormônios tireoidianos não têm um bom receptor, e com isso você tem sintomas de hipotireoidismo — mesmo sem ter hipotireoidismo.
E quem ajuda a regular isso é o ferro.
Roney: Você citou vários suplementos que muitas pessoas podem estar necessitadas — e aí é bom individualizar cada uma, não todo mundo sair tomando um monte de tudo isso que você acabou de falar.
Dr. Vitor Azzini: Claro.
FODMAP — O Que É Isso?
Roney: Então, Vitor, no começo da entrevista, você falou a respeito dos FODMAPs, que seu pai leu o texto também e gostou muito da explicação.
Dr. Vitor Azzini: Meu pai comia bastante maçã à noite, estava cheio de gases (não sei se eu poderia revelar isso aqui), mas ajudou muito esse artigo.
Roney: Que ótimo, e você poderia falar, assim, rapidamente, o que é essa intolerância aos FODMAPs?
E pode até citar o exemplo do seu pai à intolerância e a quais alimentos ele tinha?
Porque acredito que tem muita gente que está ouvindo a gente e que nunca ouviu falar em FODMAPs e pode ter batido essa curiosidade.
Dr. Vitor Azzini: Perfeito. Os FODMAPs “Oligo-, di-, monossacarídeos e polióis fermentáveis”.
O fato é que eu vejo muito no consultório — eu vou partir para a parte prática, e se vocês quiserem complementar, fiquem à vontade.
Exemplos De Alimentos Ricos em FODMAPs
Esses alimentos são:
- oligossacarídeos — por exemplo, a cebola, o abacate, o alho,
- dissacarídeos — que é a lactose, o principal,
- monossacarídeos — a frutose que você encontra na maçã, no caso do meu pai.
Que são açúcares fermentáveis.
Muitos clientes têm o consumo excessivo de frutas, que são alimentos que têm a tendência de fermentar no nosso intestino grosso.
Sintomas De Problemas Com FODMAPs
Só que por ter uma alta chance de fermentar, acaba causando um problema digestivo nas pessoas.
Inchaço abdominal, diarreia.
Chega o caso de muitas pessoas terem formigamento nas mãos, mal estar ou constipação.
O fato é que o consumo excessivo, muitas vezes a pessoa coloca no suco verde, achando que o suco verde faz bem, independente da quantidade — e isso é um grande problema.
Ela come de forma excessiva frutas, ela toma de forma excessiva leite, cebola, abacate.
O fato é que esses alimentos, por essa alta capacidade de fermentação, pelas bactérias do nosso intestino, eles acabam gerando esses sintomas todos — em algumas pessoas mais, em outras menos.
Mas, no geral eu percebo que eu fiquei muito tempo sem comer frutas, agora eu voltei a comer frutas e comecei a sentir já o meu estômago mais inchado, a minha barriga mais inchada.
Eu acho que todo mundo tem problemas com FODMAPs até certo nível — e você pode ter diarreia ou não, ter constipação ou não, mas todo mundo tem.
E o fato é que isso acaba atrapalhando muito a qualidade de vida da pessoa, e muitas pessoas podem até desenvolver aquele supercrescimento bacteriano intestinal.
As bactérias que deveriam estar fermentando no intestino grosso, elas acabam subindo ao intestino delgado e fermentando no intestino delgado, que é onde deveria estar ocorrendo a absorção dos nutrientes, e não a fermentação.
A fermentação, via de regra, é para ser feita no intestino grosso, e aí isso muitas vezes pode ser ocasionada por um consumo excessivo desse grupo de alimentos que causa essa fermentação no nosso intestino.
Alimentos De Origem Animal x Alimentos De Origem Vegetal
Guilherme: Perfeito, Vitor, acho que foi uma excelente explicação e um ótimo resumo também para quem não conhecia esse conceito.
E é interessante notar que muitos dos FODMAPs — praticamente todos, na verdade — vêm justamente de alimentos de origem vegetal, que são vistos muitas vezes pelas pessoas como saudáveis: o suco verde, as frutas — e que as pessoas pensam que podem comer à vontade, que “quanto mais melhor”.
Enquanto vários dos nutrientes que a gente mencionou antes, por exemplo, a vitamina D, a vitamina K2, o ferro, estão presentes em alimentos de origem animal, que muitas pessoas tendem a demonizar — elas podem ter medo da carne vermelha e tal.
Ou da gordura natural dos alimentos, também, especialmente da gordura dos alimentos de origem animal.
Então, é interessante ver como, muitas vezes, o que a pessoa acha que faz parte da cura dela — que seria um suco verde, um suco detox, uma coisa assim — é o que pode estar fazendo mal.
Sendo que, na verdade, ela pode estar deficiente nos nutrientes dos alimentos que ela está evitando.
É interessante notar como os vieses da sociedade acabam muitas vezes influenciando as escolhas das pessoas na alimentação, e isso vai causando deficiências e outros probleminhas.
Dr. Vitor Azzini: Exatamente.
Além disso, você evitar alimento de origem animal acaba te trazendo maior consequência em termos de absorção de ferro, absorção de vitamina B12, absorção das vitaminas que você falou, da vitamina A, D, E, K.
Então, num longo prazo, o que eu acho mais importante é a gente entender que evolutivamente nós temos uma proporção entre o intestino delgado e o intestino grosso: o nosso intestino delgado é muito maior, proporcionalmente, do que o intestino grosso.
Nosso intestino grosso é muito mais parecido com o de um animal carnívoro, estritamente carnívoro, do que o de um animal herbívoro, que tem quatro estômagos e tem o intestino grosso muito maior.
O chimpanzé, por exemplo, o gorila, ele tem um cólon tão grande que a barriga dele fica estufada, porque é onde vai ocorrer a fermentação de todas aquelas folhas, aquelas plantas que ele consome ao longo do dia.
Nós não temos a capacidade de fermentar uma quantidade tremenda e nem conseguimos passar 80% do nosso tempo consumindo folhas, então quando mais densidade calórica em micronutrientes e calorias nós conseguimos comer, melhor.
Um alimento que tem vitaminas lipossolúveis; um alimento que tem ferro, pode ser muito mais interessante pra gente.
Consumir alimentos de origem vegetal, eu não sou totalmente contra, mas tem que ter cautela, porque plantas têm os seus mecanismos de defesa.
Plantas produzem oxalatos, que são uma molécula que vai se acumulando nas plantas, no geral, e ela é um mecanismo de defesa para as lagartas não comerem as plantas, as folhas, principalmente.
E no corpo humano, ela pode causar oxalato de cálcio, pedras nos rins, a famosa pedra nos rins, que antigamente, na década de 70, era cerca de 30%, e hoje cerca de 80% das pedras nos rins são por oxalato de cálcio.
As plantas têm o ácido fítico que quela os nutrientes (se liga a eles).
O arroz, por exemplo, o arroz integral ou o trigo, quela os nutrientes e impede que ocorra a absorção desses nutrientes, por causa do ácido fítico.
As plantas têm as lectinas, que é o glúten, a avenina da aveia, que são proteínas inflamatórias, que vão aumentar a inflamação na parede do nosso intestino.
Então, no geral, eu não acho que sou contra — em período de quarentena eu voltei a comer arroz, porque não dá para você estocar só carne na geladeira, mas tem que ter cautela.
Arroz É Melhor Que Trigo
Guilherme: Com certeza. E só para pontuar aqui que o arroz é super inócuo perto de coisas como o trigo, que você estava mencionando.
Então, com certeza, foi uma escolha pensada também, né.
Dr. Vitor Azzini: Sim, sim. Trigo de jeito nenhum, eu acho que hoje se eu comer trigo eu passo mal, tenho diarreia.
Mas arroz, um bom e velho arroz branco, eu estava até com saudade de comer aquele saborzinho gostoso.
Não acho que é fantástico para a nossa saúde, mas em tempos de quarentena é uma escolha ok, estou me sentindo bem.
A Importância De Testar E Descobrir O Que Funciona Melhor Para Você
Roney: Ah, maravilha, Vitor. Com certeza se é para comer esses alimentos, por exemplo, os carboidratos, escolher os mais limpos, as fontes mais limpas como, por exemplo, o arroz, talvez as batatas, e não o trigo ou a aveia.
E só para deixar claro aqui, a gente não é contra o consumo de vegetais, não sei se ficou parecendo isso pela pergunta do Guilherme.
Mas, é aquele negócio: cada pessoa talvez tenha intolerância a um alimento diferente, a um vegetal diferente, e aí é bom, talvez, fazer testes, por exemplo, uma dieta de eliminação.
Eliminar alguns grupos de alimentos por um tempo e depois ir reinserindo para a pessoa aprender mais sobre o próprio corpo, aprender quais tipos de alimentos ela tolera bem e quais tipos de alimento talvez estejam gerando algum tipo de reação adversa no organismo.
Dr. Vitor Azzini: É isso aí, exatamente.
O autoconhecimento é fundamental, saber como que você funciona, o que que te faz bem, o que que te faz mal.
Muitas vezes o alimento que para mim não faz mal, por exemplo, sei lá, grão de bico, para você cause dor de cabeça.
Para minha esposa, o vinho, e apesar de eu achar que com o vinho eu durmo melhor e eu consigo medir isso, eu tenho um aparelhozinho que eu consigo medir a qualidade do meu sono.
Uma taça de vinho para mim a noite, o meu sono é ok, tranquilo.
Se eu tomar 2, o meu sono é uma porcaria, eu durmo bastante, mas eu tenho um sono superficial.
Para ela não — ela tem enxaqueca, então ela tem o azar de não poder tomar vinho.
Roney: Eu também se tomo um pouquinho mais de vinho — talvez meia garrafa — já sinto atrapalhar o meu sono. Mas uma taça é ok.
Dr. Vitor Azzini Revela Os Hábitos Fundamentais Para A Boa Saúde
Guilherme: Vitor, a entrevista foi muito boa, mas infelizmente eu acho que a gente está chegando na parte final dela.
E uma pergunta que a gente sempre faz é sobre quais os seus outros hábitos saudáveis.
Acho que já ficou claro aqui que você se preocupa bastante com alimentação e com os suplementos.
Quais seriam outros hábitos saudáveis que você adota no seu dia a dia?
Dr. Vitor Azzini: Excelente pergunta.
Esta é uma das perguntas mais importantes porque as pessoas se preocupam muito com os detalhes, mas esquecem do básico.
Por exemplo, alimentação: eu por exemplo terminei a faculdade com 24 anos, não sabia nada de alimentação, na faculdade de medicina.
E vivi normal: eu não era um cara doente, obviamente estava muito mais inchado, tinha os meus problemas intestinais, mas nada de grave, segui a vida.
Agora, quando eu dava plantão em hospital, e eu ficava muitas vezes dois dias seguidos, muitas vezes no esquema da residência, tendo que dar plantão e no dia seguinte alguém falta, e você tem que dar plantão no lugar.
É só você ficar dois dias seguidos sem dormir direito — dormir no plantão é tipo duas horas, três horas — e a minha capacidade de tomar decisões corretas… parece que você desliga esse botão.
Então, é impossível eu enfatizar mais a importância do sono.
Você pode comer mal até os 24 anos, no meu caso — agora dormir mal, bastam dois dias para a sua capacidade de tomar decisões ir por água abaixo.
Para você ter uma ideia, uma vez eu estava num plantão dobrado, aí eu tive que dar — para compensar um amigo meu que tinha que sair, tinha que faltar, ele estava doente — eu dei dois dias seguidos de plantão.
Eu fui para casa, isso à noite.
Eu parei, ” vou dar uma descansada aqui”, numa praça lá na Tijuca.
Eu estava muito cansado, tinha muito trânsito e olha só, eu acordei de madrugada numa praça super deserta, tinha várias pessoas “cracudas” ali na região.
Olha a minha capacidade de tomar decisões erradas: eu parei para dar uma descansada dentro do carro, e saí do carro e dormi assim, meio que na calçada.
Olha que perigo!
O seu senso crítico de tomar decisões corretas é totalmente destruído por duas noites mal dormidas, então sono é fundamental.”
Ter uma rotina de atividade física é fundamental, independente de qual esporte você goste de fazer.
Pratique algum esporte por prazer, não precisa ser musculação em si, mas faça um esporte: seja tênis, seja corrida, qualquer coisa que te traga prazer, que te deixe focado no momento: um jogo de tênis, um jogo de ping pong te deixa no momento.
Ou, nesses tempos de quarentena agora, eu e minha esposa estamos curtindo cozinhar, aprender novas receitas, fazer o prato juntos.
Você fica, parece que, excluído do mundo das tragédias na mídia, e fica envolvido ali na cozinha, nos ingredientes, como é que vai ficar o prato, o sabor.
Isso é legal, é tipo uma meditação.
Meditação é uma coisa que eu gosto muito, mas atualmente eu não tenho feito.
Mas o próprio fato de cozinhar com cuidado, com receita é uma coisa interessante.
Eu acho fundamental.
Guilherme: Excelente, todos ótimos hábitos!
E é muito curioso exatamente o que você mencionou das pessoas pegarem o detalhe do detalhe — do suplemento ou do “super alimento”, ou o que quer que esteja na boca do povo.
E elas esquecem as bases sólidas, como mover o corpo, estar presente com alguma prática, seja a meditação ou a culinária, fazer diário, fazer terapia, qualquer coisa que coloque a mente em ordem.
E dormir direito também: porque ninguém quer deitar uma hora mais cedo, e parar de ver o Instagram, ou parar de ver a série na Netflix… mas isso é algo que vai ter um monte de benefícios, com certeza.
Como Usar A Via Negativa Para Uma Vida Mais Saudável
Dr. Vitor Azzini: É, com certeza, e o trabalho de vocês é muito importante nesse sentido, porque muitas vezes você está achando que está indo bem, está usando suplementos, mas está comendo um alimento que está te fazendo mal — por exemplo, derivados de glúten, ou as vezes os próprios FODMAPs, ou os oxalatos.
Então, muitas vezes tirar aquilo que te faz mal é mais importante do que comer aquilo que te faz bem.
Tirar aquele alimento que está te causando uma inflamação e você nem sabe, muitas vezes faz uma maior diferença do que você colocar aquele resveratrol trans sublingual lipolítico, alfa-lipóico na veia.
Muitas vezes você parar de comer aquilo que está te fazendo mal é mais importante.
Então, o trabalho de vocês, nesse sentido, é muito importante, de atingir milhares de pessoas, como as da nossa família aqui: o artigo de vocês sobre o FODMAPs é fantástico, muito bem escrito, e atua nesse sentido, de tirar aquele alimento que está nos fazendo mal.
Roney: Com certeza, Vitor, uma coisa que a gente acredita muito é nessa via negativa da alimentação.
(Um conceito popularizado pelo livro Antifrágil, do escrito Nassim Nicholas Taleb.)
E ela diz que não é você inserir um alimento X, uma pílula mágica, que vai te salvar — mas sim você retirar aquilo que te faz mal em primeiro lugar, antes de ir atrás das outras causas.
E, se fosse para ter algum tipo de pílula mágica na saúde, talvez fosse o sono, né, como você falou.
Dormir por volta de 7 a 9 horas por noite é algo que pode trazer inúmeros benefícios — e é grátis.
Assim, a maioria das pessoas pode fazer.
É claro que tem pessoas que tem estilos de vida que às vezes não é possível, por causa de trabalho, por exemplo, mas todo mundo que tem a possibilidade deveria se esforçar para fazer isso com uma certa frequência.
E Vitor, para finalizar, a gente gostaria que você deixasse as suas mídias sociais, para o pessoal poder te acompanhar e, com certeza, quem escutou até aqui vai querer te acompanhar, e também uma mensagem final.
Essa mensagem final pode ser relacionada ao que você quiser.
A Mensagem Final Do Dr. Vitor Azzini Para Você
Dr. Vitor Azzini: Perfeito.
As minhas mídias são Vitor Azzini, tem lá no
essas são as minhas principais mídias.
Tem também em grupo do Telegram.
Mas o fato é que a mensagem final é uma coisa muito interessante que eu li no livro “Homo Deus”, do Yuval Harari, que ele fala o seguinte no final do livro.
Antigamente, a censura ocorria em que os governantes eles tiravam o acesso à informação das pessoas, e quem tinha informação tinha poder.
E ele fala que hoje a censura, segundo ele, continua existindo, e eu acho bem interessante isso, não pela restrição da informação, mas hoje a censura existe pelo excesso de informação.
Uma avalanche de informação.
E quem é capaz de filtrar o que é uma informação importante de uma informação trivial, tem poder.
E essa informação que vocês estão passando aqui nesse podcast, essas entrevistas, esse conteúdo que vocês botam no site de vocês eu sei que é de excelente qualidade, faz parte da boa informação que deve ser dada atenção.
Muitas pessoas melhoram a sua saúde, muitas pessoas que não podem pagar uma consulta, elas têm acesso a isso, isso é muito importante, porque pode melhorar as vidas das pessoas, isso é bem legal.
Guilherme: Perfeito, Vitor, muito obrigado pela sua mensagem, pela sua participação aqui no podcast, a gente gostou muito.
A gente conseguiu colocar, na verdade, muito conhecimento em poucas dezenas de minutos aqui para o pessoal, então eu queria agradecer você novamente por ter vindo aqui, participado e compartilhado um pouco do seu conhecimento com todos nós.
Além é claro, dos elogios: a gente fica honrado quando alguém que a gente admira elogia o nosso trabalho, que a gente faz com tanto empenho.
Então, obrigado por tudo isso.
Dr. Vitor Azzini: Eu que agradeço, parabéns, Senhor Tanquinho, Roney, Guilherme, é isso aí, continuem o bom trabalho, a qualidade e estamos juntos: podem contar comigo para o que vocês precisarem.
Roney: Então, mais uma vez, muito obrigado, Vitor, por sua presença aqui, foi um prazer falar contigo.
E também aproveitar para agradecer a todo mundo que nos escutou até agora, muito obrigado por sua audiência.
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E a gente se fala, então, na segunda-feira que vem. Um forte abraço do Senhor Tanquinho.