Podemos sorrir, nada mais nos impede / Não dá para fugir dessa coisa de pele.”
Jorge Aragão
Acne. Erupção acneiforme. Psoríase. Alergias. Queimaduras.
Provavelmente não era a isso que o Jorge Aragão se referia quando escreveu a letra de “Coisa De Pele”.
No entanto, estes são os assuntos do podcast de hoje — que está riquíssimo, graças à nossa convidada Noemy Ueno.
A Noemy é uma médica dermatologista que se frustrou com a maneira com que a medicina é tradicionalmente ensinada nas faculdades: muito boa para intervenções em doenças, mas com pouco foco em prevenção e estilo de vida.
E isso a levou numa jornada para desvendar exatamente como o nosso estilo de vida — hábitos alimentares, de atividade física, de sono, estresse, e muito mais — se refletem na nossa pele.
Esta entrevista ficou super completa — e, se você tem alguma dúvida sobre a saúde da pele, chances são de que ela foi respondida no podcast de hoje.
Afinal de contas, falamos sobre muitos assuntos fascinantes, incluindo:
- a frustração da Noemy com o ensino da medicina e seu pouco foco em estilo de vida,
- como entrar na menopausa levou a mudanças importantes de alimentação que a permitiram emagrecer e definir o corpo,
- como a inflamação está ligada à acne — e quais alimentos podem piorar a acne,
- açúcar, farinha, leite… saiba quais alimentos remover para melhorar a saúde da pele (e o que comer no lugar),
- e se eu não quiser mudar o que como? É possível melhorar a acne?
- como começar a efetuar as mudanças de alimentação para melhorar a pele,
- acne em adolescentes e acne em adultos — qual a diferença,
- o que causa acne em adultos: a doença da mulher adulta que causa acne,
- os suplementos comuns que podem causar erupção acneiforme (parece acne, mas não é),
- os cremes e pomadas para tratar acne funcionam?
- psoríase — o que é e como tratar,
- a relação das alergias com a alimentação — dermatites, urticárias, e mais,
- a influência dos vieses (exemplo: achar algo “muito radical”) e como isso pode prejudicar os pacientes,
- qual a melhor maneira de se expor ao sol (não é “usar muito filtro solar”),
- quais os hábitos saudáveis mais importantes que você pode ter,
- a mensagem final da Noemy para você,
e muito, muito mais.
O episódio pode ser ouvido no player abaixo (ou no seu player de podcast favorito — Spotify, Deezer, etc).
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A transcrição completa está disponível abaixo. E sabe por quê?
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Conteúdo do post:
Transcrição Completa Do Episódio Com A Dra. Noemy Ueno
Guilherme: Olá, Tanquinho, olá, Tanquinha. Seja muito bem-vindo e bem-vinda a mais um episódio do nosso podcast.
Hoje trazemos conosco a médica Noemy Ueno. Tudo bem, Noemy? Como é que você está?
Noemy: Tudo ótimo, é um prazer estar aqui com vocês, é muita honra participar desse podcast.
Roney: O prazer é nosso também, Noemy, de ter você aqui com a gente. A Noemy é dermatologista e a gente a trouxe aqui para falar justamente sobre isso, sobre a questão da alimentação com relação à saúde da pele.
Noemy, para começar, seria legal você se apresentar para o pessoal que está escutando a gente e que ainda não te conhece, e também já contar um pouquinho de como foi que surgiu esse seu interesse tanto pela questão da saúde da pele, quanto pela questão da alimentação.
Noemy: Bom, eu sou médica, dermatologista e eu tenho uma segunda especialidade que é acupunturiatria, a aplicação de acupuntura.
Eu moro atualmente em Cuiabá, Mato Grosso, mas eu sou de Santo André, São Paulo. E eu estudei medicina na Universidade de São Paulo, depois eu fiz residência médica em dermatologia, no hospital das Clínicas da USP, e aí uns anos depois eu fiz acupuntura também lá no Hospital das Clínicas da USP.
E eu, desde de depois da faculdade, recém formada, tive o seguinte pensamento.
Eu sempre tive a ideia de que o estilo de vida influi na nossa saúde. Só que isso não é muito ensinado nas faculdades.”
A gente sai da faculdade de medicina e mesmo da residência médica, assim, bem formado em tratamento medicamentoso e também em intervenções cirúrgicas e procedimentos.
Mas a parte de alimentação, nutrição, e outras coisas como atividade física, cuidado com a saúde mental, isso é pouco valorizado. A gente não tem muito foco nisso.
A gente tem uma matéria na faculdade chamada nutrição, mas é aquele bem, uma coisa bem básica.
Eu quase nem lembro como que foram as aulas, então é isso, a nossa formação médica é bem daquele modelo que a gente chama de biomédico, daquele americano que desenhou todo esse esquema das faculdades de medicina nos Estados Unidos, e aí o mundo copia.
E aí, falando mais sobre o meu interesse em alimentação, então desde aquele tempo eu tinha essa ideia, depois que eu terminei a faculdade e tal, de que estilo de vida influi na saúde.
Mas eu não sabia exatamente como fazer, não tinha conhecimento.
Aí, depois que eu terminei a residência, na prática diária de dermatologia, eu sempre ficava meio frustrada porque os tratamentos medicamentosos só é um tratamento “paliativo”.
Eles não resolvem a causa do problema… até porque a gente não conhece a causa da maioria das doenças de pele.”
Então, eu ficava meio frustrada com o resultado do tratamento. Aí, mais tarde, eu fui fazer então acupuntura pensando em, fornecer para o paciente uma opção a mais de tratamento para aquela minha inquietação.
Fui fazer a especialização e aí comecei a praticar acupuntura também.
Só que eu vi que nessa especialidade a procura maior não é por doenças dermatológicas, é por outras causas.
Basicamente, dor crônica e distúrbios mentais, ansiedade, estresse, insônia.
Essas eram as principais queixas, mas eu aplicava também para doenças dermatológicas, para alergias, dermatite atópica, psoríase, e melhorava um pouquinho.
Era, assim, um tantinho a mais, um plus a mais do que o tratamento medicamentoso. E no mais, recentemente, assim, de uns dois anos para cá é que eu comecei a estudar mais por conta própria sobre nutrição, porque essa história é comum com os entrevistados.
Eu tava no Youtube, aí tava vendo vídeos sobre outras coisas, aí acabei vendo uma entrevista do doutor Souto, falando sobre a low-carb, e até então eu achava que low-carb era uma modinha, como tantas outras modinhas: dieta da sopa, dieta da lua, dieta do ovo, dieta não sei o que…
Eu pensava que low-carb e jejum intermitente, era mais uma, porque era todo o contrário do que a gente sempre aprende, que a gente vê nos congressos, congressos médicos.
E aí eu comecei a escutar, fui no blog dele e aí que comecei a estudar.
Aí comecei a ler livros, também, sobre esse assunto, livros do Gary Taubes, Nina Teicholz… e comecei a estudar por conta mesmo.
E aí, eu comecei a aplicar em mim mesma, porque eu tava numa época em que eu estava entrando na menopausa.
Eu sempre procurei ser saudável, sempre procurei praticar esporte, me alimentar bem, do jeito que eu achava que era saudável.
E aí eu ia ao nutricionista, ia ao endocrinologista para avaliar, e eu nunca fui obesa. Eu sempre fui assim magra, só que na menopausa eu comecei a ganhar peso, mesmo malhando bastante, que eu achava que se eu malhasse eu não ia ganhar peso.
Mas a gente começa na menopausa com as gordurinhas, principalmente na região do abdômen e quadril.
E, quando eu comecei a low-carb, eu vi que eu comecei a controlar o peso, assim, naturalmente sem passar fome.
Mais para frente, depois de um ano mais ou menos, comecei a fazer dieta carnívora, e aí entrou um ganho a mais, aí sim que eu comecei a perder mais gordura e melhorar a composição corporal, que como eu já malhava, e aí comecei a comer um pouquinho mais fontes de proteína, aí eu comecei a definir mais musculatura, melhorar a composição corporal.
E aí, eu comecei também a aplicar isso nos pacientes, e aí eu vi os resultados, assim, muito incríveis.
É claro que nem todos os pacientes estão a fim de mudar a alimentação, nem estão a fim de melhorar o estilo de vida.
Mas os que topam fazer isso melhoram muito. Então eu tenho paciente com acne, com psoríase, que melhorou muito.
E às vezes não precisa nem ser uma low-carb muito intensa, não precisa nem ser uma dieta cetogênica. Às vezes uma low-carb moderada já melhora bastante.
Medidas Alimentares Para Tratar Acne — Tirar Açúcar, Farinhas, E Leite
Guilherme: Com certeza, Noemy, com certeza a alimentação é um dos fatores preponderantes aí no tratamento da acne.
Conforme qualquer pessoa que tem um pouco de experiência no mundo real consegue observar, apesar de que muitos profissionais desatualizados acabam dizendo que alimentação não tem nenhuma influência na acne.
E a gente sabe que a acne é um problema que afeta a maior parte das pessoas nas sociedades ocidentalizadas.
Algumas estimativas chegam a dizer que entre 50 e 80% das pessoas sofrem com isso entre adolescência, a fase adulta… e a gente observa que isso não é o caso em sociedades com um perfil mais primitivo, com uma alimentação diferente.
Então, como que é essa relação entre a alimentação e a acne, o que que pode desencadear, o que que pode melhorar?
Se a pessoa já tem acne, o que ela tem que fazer?
A gente mencionou a dieta low-carb, mas eu queria saber mais especificamente como que isso pode se dar e também que outras dicas podem ser úteis, além de diminuir o açúcar.
Noemy: Bom, então eu vou primeiro para os estudos. Existem alguns estudos na literatura falando que a carga glicêmica mais baixa da dieta melhora a acne.
E o que é a carga glicêmica?
É basicamente a quantidade de carboidratos na alimentação.
Mas, assim, quais carboidratos? São, principalmente, açúcar e farinha, que são aqueles carboidratos processados. E isso porque tem alguns mecanismos envolvidos.
A primeira coisa é a inflamação.
A gente sabe que a glicose quando em excesso, ela inflama o corpo, ela provoca aquele fenômeno chamado glicação, que é quando ela se liga nas proteínas do corpo, então qualquer proteína do corpo ela vai se ligando, formando aqueles compostos chamados compostos… esqueci o nome.
Guilherme: Compostos avançados de glicação, é isso?
Noemy: Isso, isso. Exatamente. E aí isso aí inflama e aí começa a gerar com a inflamação o estresse oxidativo, ou seja, mais inflamação, envelhecimento, além disso tem outros mecanismos também, de aumento do IGF-1, que é o fator semelhante ao da insulina, e isso também teria implicação nisso.
Mas, assim, resumindo, inflamação: então açúcar e farinha são os principais.
Tem alguns estudos, mas aí são estudos observacionais que só mostram a associação entre leites e derivados e acne.
Então, assim, não dá para concluir que o leite causa a acne.
Mas a gente observa que alguns pacientes, quando eles eliminam o leite e os derivados, eles melhoram da acne.
Então, é uma coisa meio individual, não sei serve para todo mundo, porque os estudos que têm são observacionais, mas vale a pena falar para o paciente, “olha, você pode experimentar tirar o leite”.
Porque o leite é um dos problemas né, tem a lactose, que é o açúcar do leite.
Algumas pessoas são intolerantes à lactose, mas o leite tem algumas proteínas também que podem ser problemáticas para algumas pessoas.
E a gente sabe que o leite é uma coisa que não é essencial na vida do ser humano.
A gente não precisa tomar leite para ficar saudável, então é uma coisa que é opcional, então eu pelo menos oriento os pacientes a fazer um teste. Olha, tira o leite e veja se melhora ou não.
Mas Eu Vou Comer O Que? A Dieta Para Tratar Acne
Guilherme: Com certeza, com certeza. E o leite pode estar implicado por vários desses mecanismos que você mencionou.
A lactose, que muita gente tem algum grau de intolerância.
As proteínas do leite, especialmente, a caseína, especialmente o leite de vaca, que muita gente também tem algum tipo de alergia ou reação.
E a própria elevação da insulina.
E as pessoas ouvem dizer muito por aí sobre chocolate, sobre os laticínios, sobre o trigo, e elas vão comer o que se elas tirarem isso?
Isso é uma garantia de que vai melhorar a acne?
Eu vejo muitas pessoas com, ao mesmo tempo um desejo de se livrar dos sintomas e da acne em si, e também querendo conciliar isso com uma dieta em que elas não vão ficar sem “nunca mais poder comer” tal coisa.
Acho que essa é uma queixa comum que a gente vê nas nossas comunicações.
É assim a sua experiência clínica também? As pessoas podem conciliar isso ou elas têm que sacrificar? Como funciona essa dinâmica, Noemy?
Noemy: Olha, tirando essas coisas que a gente mencionou, sobra um mundo de coisas.
Então, por exemplo, carnes de todo tipo, carne de vaca, carne vermelha, frango, peixe, frutos do mar, ovos.
Se a pessoa não for alérgica a ovos, pode comer ovos.
Queijos gordos, se ela não for intolerante ao leite.
Os vegetais de baixo amido, mas assim, em medicina, a gente não pode concluir por coisas categóricas, a gente sempre trabalha com probabilidades.
Então, o que a gente orienta é assim:
Se você tirar o açúcar, o glúten, o carboidrato processado… então existe uma grande chance de você melhorar.”
A gente não consegue ter certeza absoluta em nada, na medicina é assim, a gente não tem certeza absoluta de nada. Mas existe uma grande probabilidade.
Agora, se vai resolver ou não, a gente não tem certeza absoluta. A gente pode falar em uma grande probabilidade. Agora, mesmo se não melhorar a acne, eu acho que ela vai acabar melhorando a saúde como um todo, né.
Guilherme: Com certeza existe mais do que só a “melhora da acne” como benefício de saúde de uma alimentação mais baixa em carboidratos.
Mas E Se Eu Não Quiser Mudar O Que Como?
Noemy: Como tem muitos pacientes que não querem saber de ah, vou mudar a alimentação, ah, vou ficar sem pãozinho, mas eu não vou tomar leite no café da manhã e tal?
Bom, aí tudo bem, aí é uma questão de escolha da pessoa.
Mas aí a chance de melhorar é menor e ela provavelmente vai ficar mais dependente de medicamentos. Mas é uma opção dela.
O que a gente tem que fazer é esclarecer, orientar e informar as pessoas de que existe uma outra opção que não só o medicamento.
E existe, também, a situação em que a gente combina as coisas. Tem pacientes muito graves em que às vezes é necessário intervir inicialmente com medicamento, mas aí a gente já faz as orientações de nutrição e outras coisas também para melhorar o estresse, por exemplo, que às vezes estava muito associado.
E aí, num segundo momento, a gente vai tirando os medicamentos. Mas o mais importante é deixar o paciente informado, e aí a escolha cabe a ele.
Como Começar A Mudar A Alimentação Para Tratar A Acne
Roney: Com certeza, é muito bom que a pessoa tenha a informação para poder decidir.
O ideal, talvez, fosse testar, fazer um tempinho de dieta, por exemplo, eliminando alguns alimentos determinantes, para aí sim decidir se consegue manter desse jeito, ou se realmente vai preferir optar pela medicação, né.
E, nesse caso, quem quer dar uma chance, quem quer testar os alimentos principais para eliminar num primeiro momento, seriam então esses que você falou, como por exemplo, os derivados do leite, ou seria o ideal fazer, por exemplo, uma eliminação maior — como uma dieta carnívora por algum tempo e depois ir reintroduzindo os alimentos pouco a pouco?
Qual abordagem você recomenda nesses casos?
Noemy: Olha, eu acho que pode começar com uma low-carb moderada, o principal é tirar os carboidratos processados.
Então, coisas a base de farinha, por exemplo, o pãozinho, bolachinhas, massas e açúcar.
Esses são os principais, e aí a pessoa tem que testar o leite e os derivados, mas o principal são os carboidratos refinados, esses industrializados.
Agora, tem gente que já prefere já partir para uma dieta carnívora, também é uma opção, mas a maioria começa com uma low-carb mais moderada mesmo, tirando esses carboidratos processados, refinados.
Acne — Em Adolescentes, E Em Adultos
Guilherme: Com certeza, Noemy. E, deixa eu perguntar, a gente sabe que existe acne em vários contextos, muita gente associa apenas com a adolescência… mas por que pessoas adultas também têm acne?
Pode ter alguma outra coisa por trás disso?
Noemy: Tem a acne que a gente chama a acne da mulher adulta, que acontece mais tardiamente — é uma acne em mulheres, na faixa etária de a partir de 30, 40 anos de idade.
Algumas dessas mulheres têm uma doença chamada síndrome dos ovários policísticos, e a acne é uma das manifestações dessa síndrome.
E essa síndrome, um dos principais fatores é a resistência insulínica, então um consumo excessivo de carboidratos, glicose, frutose, às vezes você vai ter uma solicitação de fabricação e produção de insulina pelo pâncreas, e isso com o tempo, essa insulina alta, com o tempo, vai causar uma resistência insulínica.
E aí uma das consequências, uma das raízes da resistência insulínica é a síndrome dos ovários policísticos.
E aí mais uma vez, nesse caso, a alimentação tem um papel importante para tratar a acne. A acne da mulher adulta.
Erupção Acneiforme — Parece Acne, Mas Não É
Existe uma outra situação, também, que é mais ou menos comum, que é uma outra doença chamada erupção acneiforme.
Acneiforme porque se parece com a acne, mas não é.
Dá umas pústulas, que são aquelas espinhas amarelas, mas geralmente é mais disseminado, dá no rosto, acaba espalhando para o tronco, para os ombros, braço e tal.
Ela pode ser consequência de algumas coisas — geralmente medicamento, por exemplo, corticoide, paciente que faz tratamento com corticoide, prednisona, por exemplo.
Suplementos Que Causam Erupção Acneiforme
Tem gente que toma polivitamínico e geralmente esses polivitamínicos têm vitamina B12, então vitamina B12 em excesso, às vezes dá erupção acneiforme.
E interferon pode dar também. Interferon é um medicamento usado para o tratamento de câncer e isso pode dar erupção acneiforme.
Outra coisa que está na moda são os suplementos — tem alguns suplementos que causam erupção acneiforme também.
Então, por exemplo, whey protein e tem um outro que chama tribulus terrestris que também tá na moda, o povo toma adoidado aí… E isso também causa erupção acneiforme.
Toda hora chega alguém que tomou tribulus terrestris e veio com uma erupção acneiforme.
Roney: Então, a gente vê que não só a alimentação, como também a suplementação pode causar problemas de pele.
Mas, nesse caso, a pessoa só fica sabendo se ela tem algum tipo de intolerância, se vai ter algum tipo de reação a esses suplementos a partir do momento que ela começa a tomar… Ou via de regra as pessoas apresentam algum tipo de reação?
Noemy: Não, não, necessariamente. Às vezes a pessoa não apresenta nada, aí quando começa a tomar, aí que dá o problema, aparece o problema. Aí é só parar de tomar. Parar de tomar aí o problema some.
Como Tratar Acne — Os Cremes E Pomadas Funcionam?
Roney: E além da alimentação, Noemy, aqueles cremes que são recomendados para passar na pele, para diminuir a incidência de espinhas?
Pergunto isso porque eu já passei bastante creme na minha adolescência, e mesmo até pouco tempo, até três ou quatro anos, antes de ter uma alimentação mais low-carb, mais comida de verdade, e eu percebia que eles não resolviam muito os meus problemas com espinhas.
Você acha que para alguns casos esses cremes podem funcionar ou realmente é mais a alimentação que vai impactar a saúde da pele?
Noemy: Eles funcionam sim. Não para todo mundo, como foi o seu caso, mas eles funcionam sim. Não é uma coisa 100%.
A porcentagem de eficácia varia de medicamento para medicamento, mas é assim, é aceitável o grau de eficácia, então eu acabo usando ainda bastante.
Mas tem os pacientes que são bem mais resistentes a tratamento, que não melhora, e aí você tem que mudar várias coisas mesmo.
Mudar a alimentação, aí tem um outro fator que é o estresse, o estresse crônico, também é uma outra coisa que causa e mantém o fator de piora da acne. Você tem que abordar isso também.
Psoríase — Como Tratar
Guilherme: E acho que a gente cobriu bastante as bases da acne, que faz sentido falar bastante disso porque é um problema bastante comum.
Mas também a gente sabe que tem outros problemas de pele que são comuns também, como por exemplo, as alergias.
E você mencionou a questão da psoríase.
Queria mergulhar um pouquinho nessa questão da psoríase primeiro, porque sei que essa é uma condição que aflige várias pessoas, e que várias delas fazem experimentos.
Eu tinha um amigo que tinha psoríase e fazia experimentos com a exposição solar, ou com ingestão de bebida alcoólica, ou glúten, e ele ia vendo como isso influenciava na manifestação dos sintomas.
O que que a gente tem que a ciência pode trazer para a gente sobre isso e que a sua experiência clínica traz também, sobre alimentação e hábitos de vida e a psoríase?
Noemy: A psoríase é uma doença inflamatória da pele.
Na verdade, não é só da pele, ela atualmente é considerada uma doença sistêmica, ou seja, ela atinge a pele e outros órgãos também, por exemplo, as articulações são bem frequentes de fazer parte desse quadro da psoríase.
E é, assim, uma doença bem complexa… eu acho que é difícil as pessoas manejarem assim sozinhas.
Normalmente precisam de um auxílio de especialistas, dermatologistas. Muitas vezes, reumatologistas também.
É bem complexo, e tem muita relação com síndrome metabólica, então é frequente os pacientes com psoríase terem também hipertensão, diabetes, obesidade, distúrbios dos lipídios, aumento de triglicérides, doenças cardíacas, doenças articulares, gota… então é bem frequente essa associação.
A gente não sabe a causa dela ainda, mas o que tem de ciência, as evidências não são muito fortes, mas tem alguns trabalhos mostrando que uma alimentação low-carb melhora a psoríase.
Quando em combinação com tratamento medicamentoso.
Mas, assim, ainda são estudos fracos, de baixa qualidade. O que eu observo no consultório é que os pacientes com psoríase que optam por fazer uma alimentação low-carb melhoraram muito a psoríase, às vezes mesmo com a low-carb bem moderada — só tirando os carboidratos refinados (bolachinha, pãozinho, refrigerante, açúcar) já melhoram bastante a psoríase.
Só que assim, ela é multifatorial, não é só com a alimentação.
É importante também cuidar da saúde mental: normalmente ansiedade e estresse também estão associadas à psoríase.
É uma doença que tem um impacto muito grande na qualidade de vida.
Eles se sentem incomodados, porque as pessoas têm preconceitos, então é difícil um paciente com psoríase conviver na sociedade. Então tem que ser feita toda essa abordagem, melhorar a saúde mental…
Pode fazer algumas coisas para melhorar o nível de estresse — então acupuntura, meditação, exercícios respiratórios, atividades físicas.
Só que muitas vezes eles precisam de terapia também: ajuda especializada com acompanhamento com psiquiatra ou psicólogo para tratar isso.
Porque muitas vezes eles ficam deprimidos, eles ficam muito estressados, ficam ansiosos, e isso também acaba influindo.
Aí é uma via de mão dupla, ansiedade piora a psoríase e a psoríase acaba piorando também a saúde mental. É um problema difícil mas dá para controlar.
Alergias, Dermatites, Urticárias, E Alimentação
Roney: Certo, Noemy, e além da psoríase e da acne que a gente abordou já, quais tipos de alergias que você que são mais comuns nos seus pacientes — e qual a relação delas com a alimentação? A maioria das alergias mais comuns podem ser resolvidas ou atenuadas com alimentação também?
Noemy: Quando a gente fala de alergias, alergia é um termo bem amplo, ela abarca um monte de doenças diferentes. Então, é até difícil falar porque são várias doenças diferentes — vou citar algumas aqui.
Por exemplo, dermatite atópica, que é um tipo de alergia que começa na infância, mas às vezes adulto também tem, e normalmente é acompanhada de outras manifestações de alergia.
Por exemplo, rinite alérgica, bronquite, asma, que a gente chama de atopia.
Esse conjunto de manifestações de alergia. A dermatite atópica também é multifatorial, então tem que ser uma abordagem múltipla, não só medicamentosa. Ela também pode melhorar com uma alimentação.
Aí no caso dos paciente com dermatite atópica, uma parcela deles tem alergias alimentares também, então, às vezes, precisa fazer testes e fazer uma dieta de exclusão para saber o que que tá causando aquela alergia, ou a piora ou a manutenção da dermatite atópica.
Uma vez eu tava numa reunião, como se fosse um debate com vários médicos, que um laboratório patrocinou. Tava eu, dermatologistas, tinha pediatras e tal, e tinha alergistas também.
Estávamos discutindo sobre isso, dermatite atópica, e a abordagem era basicamente medicamentosa, e aí eu na fase de perguntas, eu perguntei assim para a pediatra: “escuta, mas, se a gente tira por exemplo coisas como farinha que tem glúten, açúcar… será que a gente não ajudaria os pacientes?”
Aí ela achou que fosse muito radical: “não, a gente não pode ser tão radical com isso, porque os pacientes com dermatite atópica, geralmente, são faixa etária de crianças, e seria muito radical, eles teriam uma desnutrição” e tal.
E eu fiquei pensando: “mas que desnutrição que você vai causar se você tirar a farinha de trigo, por exemplo?”
Eu não sei se é fácil, às vezes é complicado, mas do ponto de vista nutricional, não tem nutrientes.
Então, assim, às vezes tem que fazer essas dietas de exclusão, porque uma parte dos pacientes com dermatite atópica tem alergia alimentar. Não é a maioria não.
Aí, nesse caso, é minha opinião, eu acho que a abordagem com dieta carnívora seria o ideal, porque você restringe tudo, você fica com alimentos com alta densidade nutricional, você tem ali todos os nutrientes e micronutrientes.
Você sabe onde você tem vitaminas, os minerais, além da proteína, gordura. E aí, aos poucos, você vai reintroduzindo os outros alimentos.
Então, a dermatite atópica é uma coisa que se beneficia de uma abordagem alimentar, entre outras coisas também.
O outro grupo são as urticárias. A urticária também é um tipo de alergia que dá, também, lesão na pele, dá aqueles vergões vermelhos, coça muito e é mais ou menos frequente no consultório do dermatologista.
Também tem múltiplas causas. É uma doença imunológica. A gente sabe que existe uma alteração no sistema imunológico e que ele começa a responder, a reagir à vários antígenos, que a gente não sabe quais, e é também difícil.
Geralmente fica crônico, a pessoa fica tendo por meses, às vezes até anos. Nesse caso aqui também é minha opinião porque não tem estudo fazendo uma abordagem com dieta carnívora
Você elimina tudo, fica só com o que é essencial, você vai continuar nutrido, não vai ter desnutrição, nada, e aí aos poucos você vai reintroduzindo.
Porque urticária pode ter causas alimentares e pode ter outras causas também, além da alimentação pode ter causas do ambiente, por exemplo, coisas com cheiro, perfumes, então, produtos de limpeza, perfumes, cosméticos, produtos de higiene, um monte de coisa pode causar urticária.
É um negócio difícil de lidar, também porque qualquer coisa pode causar urticária. Então, acho que as principais são essas.
Existem outros tipos de alergia, mas aí já são menos frequentes.
A Influência Dos Vieses E Das Crenças Limitantes No Tratamento Dos Pacientes.
Guilherme: Excelente, acho que você cobriu vários e vários tipos de alergia aí, e com certeza são as mais comuns que a gente vê.
E uma coisa interessante que me chamou a atenção da história que você contou, foi o fato de simplesmente alguém dizer que tal alternativa, por exemplo, retirar os alimentos com glúten não deveria ser apresentada ao paciente, por exemplo, por ser algo difícil de implementar.
Sendo que, na verdade, a questão de ser difícil de implementar ou não é um julgamento que caberia justamente à pessoa que vai fazer essa solução, que vai implementar e ver no dia a dia.
Então, é questão da gente pensar quantas vezes a gente é rápido em dizer “ah, isso é muito difícil, isso ninguém vai fazer, isso é muito restritivo”.
E, na verdade, por prejulgar isso, a gente está privando essas pessoas daquela informação que, talvez — mesmo que talvez nem a maioria das pessoas conseguisse seguir — quem conseguisse teria os benefícios, ou poderia ter a possibilidade de ter os benefícios.
Quando você não apresenta a opção, você está essencialmente privando a pessoa de uma possível via que poderia ajudar no tratamento.
Noemy: Pois é, falou tudo [risos].
E, nesse caso da dermatite atópica, a gente sabe que tem, são múltiplos fatores, é muita coisa que influi, e tem coisa que a gente não sabe ainda.
Então, é complicado mesmo como você falou, prejulgar isso.
Mas acho que um pouco isso por conta de crenças que a gente carrega com a gente desde a faculdade, e a gente fica muitas vezes apegado a essas crenças e deixa de ter um olhar mais aberto.
Eu, no começo da vida profissional, eu era meio assim, também.
Eu achava que o que eu tinha aprendido na faculdade e o que eu via nos congressos, era a verdade.
E aí depois eu descobri que o que se fala nos congressos nem sempre é a verdade, porque eles estão carregados de vieses.
Os congressos, por exemplo, tem patrocínio das indústrias: os palestrantes geralmente são o que a gente chama de speaker, é o palestrante pago pela indústria.
Então, eu acho que tem um pouquinho disso também, nossas crenças limitantes e a gente tem um certo preconceito com coisas, com informações novas e que a gente não aprendeu e a gente acha que não cabe no nosso repertório.
Guilherme: Com certeza, ainda bem que com o tempo a gente tem a capacidade de mudar de opinião, de ajudar a difundir outros pontos de vista, e de difundir a informação também para mais pessoas — para elas poderem decidir o que que é útil e importante para elas (que não deve ser descartado) e o que não é útil (que deve ser descartado).
E também para elas poderem acrescentar aquilo que é unicamente delas.
Isso é uma frase do Bruce Lee que eu gosto bastante:
Pegue o que for útil, descarte o que for inútil, e acrescente o que for unicamente seu.”
Acho que é uma boa fórmula de sucesso em várias áreas da vida.
Saúde Da Pele E Exposição Ao Sol
E, Noemy, uma outra questão de pele que muita gente tem dúvida é sobre a exposição solar.
Muita gente morre de medo do sol, não sai de casa sem protetor, mesmo num dia nublado… e até dentro de casa, ou no escritório, a pessoa que fica muito exposta a lâmpadas fluorescentes passa filtro solar na pele o tempo todo.
Essa atitude é correta? Esse é o jeito certo de lidar com o sol? Quais são as considerações que a gente pode fazer a este respeito?
Noemy: Bom, quanto à exposição solar, a gente não pode ir para os extremos: nem demais e nem de menos.
Tirando algumas pessoas que têm certos problemas de pele — por exemplo, quem tem lúpus, ou quem já teve um câncer de pele, ou outras doenças que são desencadeadas pela luz solar.
Então, esse grupinho de pessoas realmente tem que ficar fora mesmo. Tem que evitar a exposição solar.
A maioria das pessoas se beneficia de uma pequena dose de sol por dia — não precisa ficar queimado, bronzeado, nada.
Você pode se expor um pouquinho por dia, 10 ou 15 minutinhos e, sempre, contínuo, constante.
O que é ruim é aquela pessoa que nunca tomou sol e aí vai viajar para a praia um fim de semana, aí quer aproveitar e fica lá o fim de semana inteiro debaixo do sol, e aí vai ter uma queimadura, vai ficar vermelho, inchado, doendo, passa mal. Às vezes até febre tem.
E isso é o que não pode, o exagero.
Essa exposição exagerada causando queimadura solar, isso é um fator de risco para um tipo de câncer de pele chamado melanoma.
O melanoma cutâneo, que é o câncer, é um tumor maligno, e isso é o que não pode. Mas um pouquinho de sol não tem problema, a gente precisa de um pouquinho de sol para sintetizar vitamina D, melhorar a depressão, para ser feliz, para brincar, isso é importante também.
A gente ter saúde mental, então, momentos de lazer, sair com os filhos para passear, para andar de bicicleta, ir até a pracinha, conversar com as pessoas, se divertir.
Você pode ir para a praia, mas se diverte, vai para a praia, vai pescar, vai tomar banho de cachoeira, tudo isso é permitido e faz bem.
O que não pode são os exageros, e ficar fugindo do sol também não é muito bom. Então, é o bom senso, a gente tem que seguir o bom senso e ficar no meio termo.
Os Hábitos Saudáveis Da Dra. Noemy Ueno
Roney: Perfeito, Noemy, com certeza a busca por esse equilíbrio é algo que muitas pessoas estão atrás, para conseguir ter saúde ao mesmo tempo em que consegue usufruir o melhor da vida.
Noemy, já que a gente tocou nesse ponto, quais seriam outros hábitos saudáveis que você tem?
Noemy: Bom, a primeira coisa é a atividade física. Eu sempre fiz atividade física.
Quando era criança, adolescente, eu era nadadora até federada, treinava na natação e tal. E aí mais para frente, aí eu já fiz várias coisas, aeróbica, musculação, e atualmente eu estou no crossfit, mas ninguém precisa fazer crossfit.
O importante é fazer alguma coisa que a pessoa se sinta bem e tal e faça com constância, o importante é a constância, é fazer sempre.
Então, a atividade física eu considero fundamental. E principalmente para mulheres depois da menopausa, porque a gente vai perdendo massa magra.
Outra coisa, fazer meditação.
Eu comecei a fazer meditação de um ano para cá, mais ou menos, e tem estudos também mostrando que melhora o estresse, melhora a ansiedade, melhora o sono.
É uma coisa gratuita, não custa nada, não tem risco nenhum, zero risco de efeitos colaterais. É uma coisa que a gente pode fazer no dia a dia, todo mundo pode fazer isso.
O que é importante também para a saúde são essas relações sociais.
A gente tem que conviver com família, com filhos, com avô, avó, vizinho, vizinha.
As relações sociais são importantes também.
Tem gente que gosta de frequentar igreja, tem gente que gosta de cantar, tem gente que gosta de sei lá, de grupos, de trilha, caminhada, isso é importante também para manter a saúde. Essas relações interpessoais.
A Mensagem Final Da Noemy Para Você
Guilherme: Perfeito, Noemy. É importante buscar esse equilíbrio e buscar realmente se encontrar, se conhecer e realmente criar essas práticas em várias áreas da vida.
Acho que isso você deixou bem claro com a questão de mover o corpo, de procurar momento para você mesma, de buscar uma alimentação melhor. Muito, muito bom.
E se você pudesse deixar uma mensagem final para a nossa audiência, antes de dizer onde eles podem te acompanhar mais e saber do seu trabalho e pegar mais dicas com você… qual seria essa mensagem?
Como você resumiria os ensinamentos de hoje para as pessoas que gostariam de ter uma dica acionável no final de toda essa entrevista.
Noemy: Vamos ver se eu consigo resumir. Bom, a medicina está sempre evoluindo, e a gente procura sempre estudar mais, porque a gente nunca sabe tudo, e as coisas vão evoluindo, o conhecimento vai evoluindo, então é importante para nós, como profissional médico e profissional da área da saúde continuar sempre estudando mais, para aprender mais, porque assim a gente consegue ajudar mais os nossos pacientes.
Com relação ao paciente, o importante é saber que não existem só medicamentos para tratar as doenças.
Existem outras opções que podem ser úteis, com baixo risco de efeitos colaterais.
Muitas vezes mais baratos que remédios, às vezes até de graça e que também vão impactar muito na nossa saúde.
Então, é o que nós falamos. Alimentação, atividade física, cuidar da saúde mental, qualidade do sono e as relações interpessoais.
Roney: Ótimo, Noemy, perfeito. Então, assim a gente chega na parte final do nosso podcast e a gente queria te agradecer muito por sua presença, pelo seu tempo e pelo seu conhecimento.
Muito obrigado mesmo por ter topado gravar essa entrevista com a gente.
Noemy: Eu que agradeço. Foi muito legal, eu gostei bastante também e, nossa, um show de bola.
Eu vi que vocês entrevistam só gente top, assim, excelente, tem um nível altíssimo de profissionais.
Guilherme: Ah, muito obrigado, a gente gosta bastante do nosso podcast, não é só porque a gente que fala não: é porque os convidados são muito bons [risos].
Então, Noemy, muito obrigado pela participação. Você sabe onde falar com a gente, então a gente tá a disposição aí caso precise de qualquer coisa, tá bem?
Noemy: Tá joia, então. Muito obrigada, foi um prazer enorme falar com vocês, viu.
Guilherme: Bom pessoal, espero que tenham gostado do episódio de hoje, a gente com certeza sabe que trouxe respostas para muitas das perguntas comuns que as pessoas têm sobre pele, e para mais respostas, para mais dicas, para mais informações, basta seguir a Noemy lá no instagram. O Instagram dela é @noemyueno.
Roney: Então muito obrigado a você que ouviu a gente até aqui, e se quiser mais conteúdo sobre acne, acesse o vídeo que o Guilherme gravou lá no Youtube, que é só digitar “senhor tanquinho acne”.
(É o vídeo abaixo.)
E, claro, siga a gente aqui no podcast: a gente solta episódios novos todas as semanas, alternando entrevistas mais cumpridas como esta, com profissionais maravilhosos como a Noemy, com outros conteúdos mais curtinhos.
Então, siga a gente no seu player de podcast favorito. A gente se fala na semana que vem.
Forte abraço,
— Guilherme e Roney, do Senhor Tanquinho
Muito boa a entrevista! Eu achei procurando por “erupção cutânea e low carb”. Justamente depois de eu ter radicalizado mais na low carb, comecei a ter muita coceira no rosto. A dermatologista só conseguiu deduzir que era alergia e me mandou ficar tomando antialérgico… bem frustrante, não quero ficar tomando remédio assim! Agora tenho consulta marcada com alergista. Mas o medo que eu estou de chegar lá e dizer que eu praticamente só como carne e aí me encherem de recomendações do tipo “tem que comer carboidratos”…
Bom dia Clarice, tudo bom?
Obrigado pelos elogios!
O alergista certamente irá te ajudar. Principalmente depois que você disser a ele que tem uma alimentação baseada em peixes, ovos, vegetais de baixo amido, frutas, legumes e proteínas (o rótulo ‘low carb’ põe medo hehe por isso é melhor descrever a alimentação do que dar “nome aos bois”).
Depois nos conte qual o diagnóstico. Estimo as melhoras!
Forte abraço.
Não consigo achar o Podcast de vocês, no podcast addict e nem utilizando o link RSS de vocês.
Boa tarde Paulo!
Tente por esse link: http://feeds.soundcloud.com/users/soundcloud:users:139281604/sounds.rss
Forte abraço!
Excelentes informações. Vocês são foda pra caralho! Estou aprendendo muito com esse site. Obrigado por tudo, Guilherme e Roney!
Oi Rob!
Muito obrigado, ficamos felizes que goste e acompanhe o nosso trabalho.
Forte abraço!