No episódio de hoje, conversamos com a nutricionista gaúcha Polyana Rossi – a Nutri Das Panelas.
A Poly é uma pessoa que vive e pratica a low-carb já há seis anos – e ela realmente não vê necessidade de sair desse estilo de vida tão delicioso e saudável.
Seus pacientes têm sucesso por ela mostrar como tomando cuidado com excessos e quantidades – e focando sempre em ingerir menos alimentos com rótulos – é possível atingir níveis ótimos de saúde e qualidade de vida.
Ouvindo ou lendo a entrevista até o final, você vai saber:
- qual a história da Poly com a alimentação low-carb,
- como é possível ficar “6 anos sem sair da dieta” – e mais importante, sem sofrer;
- cuidados com excessos, quantidades e receitas,
- os erros mais comuns para ficar de olho com produtos low-carb,
- a mudança mental necessária para ter sucesso nessa abordagem,
- por que “não cutucar a onça” pode ser a abordagem mais fácil,
- como “ter um porquê” ajuda a superar qualquer tipo de desafio,
e muito, muito mais!
A entrevista está recheadíssima, e contém dicas quentes para quem está começando – ou mesmo para quem está tendo dificuldades em seguir consistentemente a low-carb no seu dia a dia.
Depois de ouvir (ou ler abaixo) mande um “oi” para a Poly no Instagram @nutridaspanelas – ela é super querida, e vai adorar saber que você ouviu o podcast!
(Dica: ela posta um monte de receitas low-carb testadas e aprovadas no blog Nutri Das Panelas.
Ouça o podcast clicando no player abaixo:
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É uma maneira muito fácil de transformar sua jornada diária (caminhada, academia, ônibus, metrô, carro, etc) em um momento de aprendizado e lazer.
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Transcrição Completa
Guilherme: Bem-vindo a mais um podcast do Senhor Tanquinho. Eu sou o Guilherme.
Roney: E eu sou o Roney. E aqui a nossa missão é deixar você no controle do seu corpo.
Guilherme: Olá, Tanquinho! Olá, Tanquinha! Sejam bem-vindos a mais um episódio do nosso podcast semanal.
Roney: E hoje a gente traz a ilustre Polyana, que é conhecida também como Nutri das Panelas, e que nós tivemos o prazer de conhecer lá no evento Tribo Forte ao vivo (clique aqui para ver nossa opinião sobre o evento).
Tudo bem, Poly?
Polyana: Oi, gente, oi Tanquinhos e Tanquinhas!
É um prazer estar aqui com vocês, conversando, batendo esse papo sobre low-carb, sobre o dia-a-dia low-carb, como implantar essa maravilhosa alimentação na nossa vida.
E mais: não pensando em low-carb como um artifício para ser usado, mas como um estilo de vida.
Diminuir um pouco o carboidrato – e consumi-lo de forma consciente.
Roney: E como a gente pode começar, apresentando, resumindo um pouco da Nutri das Panelas para a nossa audiência? Nós sabemos que você é apaixonada por culinária, que você faz consulta também, atende como Nutricionista aí no Rio Grande do Sul…
Polyana: Sim.
Guilherme: O que mais as pessoas precisam saber sobre você? O que pode interessar para elas?
Polyana: Bom, eu tenho 25 anos de formada em Nutrição, então assim, Era Dinossáurica, tá?
Eu entrei na Nutrição por mim mesma, para começar, porque eu tenho uma carga genética forte para a obesidade, diabetes, então eu me preocupava muito com isso e o meu sonho era promover saúde através da alimentação. Isso aí eu entrei de cara na Nutrição, pensando isso.
E por muito tempo até fiquei um pouco frustrada porque eu não achava que eu conseguia isso na alimentação convencional.
Sendo que na low-carb eu consigo fazer exatamente isso: consigo cumprir esse objetivo pelo qual eu cursei Nutrição e uso a Nutrição diariamente.
Eu gosto de todas as áreas da Nutrição. A produção, a clínica, a saúde pública… eu passei por todas. Eu trabalhei muito tempo em hospital, fui chefe do serviço de alimentação e também fui até militar, cumprindo essa função de chefe do aprovisionamento dentro de uma unidade militar, que foi muito legal como experiência de vida porque aprendi muito e foi muito gratificante para mim, como profissão.
E ao longo desses 25 anos eu tive essa oportunidade de provar de tudo e hoje eu vejo que a low-carb, que faz seis anos que eu faço e prescrevo em consultório, é o que me trouxe mais retorno para fechar esses objetivos que eu iniciei lá, 25 anos atrás, um pouco mais.
Roney: Perfeito.
Então você começou a se interessar por causa do problema de saúde e essa vontade de conseguir promover saúde para as pessoas por meio da alimentação.
Polyana: Claro.
E daí o que aconteceu? A alimentação convencional… eu comecei a me desestimular porque eu ficava muito mais focada com a medicação que a pessoa estava tomando, do que realmente o alimento. E o alimento é que é importante, né? O combustível que a gente coloca para dentro é que é o importante, que vai dar o resultado de boa energia, de boa saúde e de controle de vários equilíbrios em exames e enfim… equilíbrio na vida e bem-estar.
Roney: Você, quando começou a atender ou quando fez a faculdade, acredito que a abordagem tenha sido mais de uma Nutrição tradicionalista, talvez de comer a cada três horas, focar mais nos carboidratos…
Polyana: Eu já fiz tudo isso!
Roney: E como foi essa transição para a comida de verdade, low-carb, comer quando tem fome?
Polyana: Então, realmente era cheio das regras, né, regras antigas e eu conheço o Doutor Souto faz muito tempo.
Eu me reencontrei com ele e ele disse assim: “Olha, o que é que tu acha da Dieta low-carb?”, eu disse: “Olha, eu não sei muito sobre isso porque na Nutrição a gente não usa muito low-carb, mas eu acho interessante a abordagem, assim, de modo geral”. Eu não me botei contra, né? E ele disse assim: “Dá uma olhadinha nesse blog e depois fala comigo”.
Tinham três postagens no blog dele. Ele estava começando o blog e as três ou quatro primeiras postagens já me convenceram de que aquilo ali fazia muito sentido. Sentido porque a gente evoluiu comendo comida de verdade, a gente evoluiu comendo carne de caça, pesca, ovos, vegetais, frutas e oleaginosas e isso é o natural do ser humano.
A alimentação deve gerar bem-estar e não compulsão, e o que a gente observa hoje são as pessoas muito compulsivas.
Então eu comecei como a maioria das colegas e a maioria das pessoas: testando. Testando comigo mesma, lendo, estudando e vendo que os estudos e os artigos cada vez mais estão colaborando e sustentando essa teoria de alimentos com menos carboidratos na nossa vida e fui achando a minha fórmula.
Com isso, junto com o paciente, tento achar a fórmula para ele. A gente vai conversando e vai vendo, nada é para todos, nós temos que ver como é o funcionamento, quais são as características que rondam a saúde daquela pessoa. Então eu não gosto muito de dar altas declarações: “Faça isso, faça aquilo” porque eu não sei se o meu paciente, que tem o perfil mais doente, vai conseguir chegar naquele nível.
“Ah, você pode comer o quanto quiser no fim de semana! Não deve se prender a paradigmas e tal”. Eu fico meio desconfiada porque às vezes o meu paciente diabético não pode ouvir isso. Eu tenho que tratar ele de uma forma diferente, então essa construção e esse caminho de autoconhecimento é o que eu tento trilhar no consultório, sempre com evidência na mão.
Guilherme: Com certeza.
Polyana: E, na Nutrição, a gente não tinha evidência. Aliás, em nenhum lugar. Eu acho que nos últimos anos que isso começou a ser modificado, da gente observar muito mais as evidências científicas do que coisas fixas, que nós aprendemos como dogmas antigamente. Essa é a atualização, né? Atualização em Nutrição.
Guilherme: Você falou isso de às vezes a pessoa buscar uma abordagem meio fechada, que é um erro comum, a pessoa acha: “Ah, eu vi na internet, alguém fez desse jeito, vou fazer igual”, só que o metabolismo é diferente e isso é um erro muito comum dos iniciantes.
Polyana: Muito comum. Muito comum.
Tu sabe que uma das coisas que eu mais… todo dia acontece isso, é receber WhatsApp com produtos, malucos, produtos dietéticos, produtos que alguém disse que era bom. Porque a internet está muito grande e as pessoas têm acesso e acham aquilo legal: “Ah, que legal, leite condensado dietético! Vou provar!”.
Para uma pessoa normal, magra, que não tem problemas, eventualmente comer um produto, X ou Y, não vai causar problemas.
Mas às vezes têm pessoas com mais comprometimento, que podem levar à compulsão ou mesmo descompensar algum tipo de exame.
Então isso aí eu acho que é um cuidado que a gente tem que ter. Todo mundo que está falando em dieta hoje, tem que ter um cuidado para o pessoal que não está só querendo perder peso, que está querendo equilibrar a saúde que já está bem desgastada e bem descompensada. É um compromisso que nós temos com as pessoas.
Guilherme: Quais são outros erros comuns que os iniciantes cometem quando iniciam esse estilo de vida, Poly?
Polyana: Eu acho que uma das coisas é a tal da mágica. Eles já querem sair com o troço pronto. E mastigado, de preferência.
Então eu costumo dar uma pastinha com seis folhas de orientação. Dicas, exemplos de cardápio, uma cápsula de receitas para ela começar, listas de compras, tudo bem esmiuçadinho direitinho – e as pessoas não leem!
Elas me perguntam coisas no WhatsApp que eu falei na consulta, e que estão escritas na pastinha. Então isso, de ser mágico, de ser rápido, principalmente ser rápido, a comparação com as outras pessoas que se deram melhor, que foram mais rápidas e mais eficientes e tudo muito mastigado, é um dos problemas.
Outro problema, que eu acho, é a questão da organização e logística, que é a espinha dorsal para dar certo qualquer coisa que tu for fazer na vida.
Então se tu for fazer uma alimentação, tu tem que saber o porquê tu vai comer, a quantidade que tu vai comer, se é boa para ti, a qualidade do teu alimento, quais são as preparações que tu pode fazer, o que eu posso já deixar adiantado para facilitar a minha vida, o que eu tenho que ter dentro da geladeira…
Para não chegar num momento de fome e de cansaço e comer o que tiver na frente, então a logística e a organização é bem importante.
E outra coisa que eu acho bem interessante, além do entendimento dos rótulos, é saber por que está fazendo a dieta.
O propósito da dieta é o mais importante de tudo. Se eu estou pela saúde, então eu vou lutar pela minha saúde – posso estar pelo bem-estar, ou só para emagrecer…
Tem muitos objetivos que nós temos que conversar para isso ficar bem claro.
Porque quando a gente tem um propósito na vida, as coisas ficam mais fáceis de executar. Para estabelecer uma rotina, tu precisa de toda essa estrutura e às vezes isso leva tempo.
Guilherme: E quais são alguns motivos, dos principais, que você recebe no seu consultório que as pessoas se interessam por low-carb?
Polyana: Bom, primeiro que podem comer. Pode comer e ficar saciada. Isso eu acho que é uma coisa bem legal porque numa dieta convencional a gente come, mas não fica bem saciada, então daqui duas ou três horas a gente quer comer de novo e até a orientação é comer de novo. Então assim, a pessoa come bem e fica saciada.
Ela já procura isso: “Eu quero emagrecer, mas eu quero comer. Eu quero me sentir bem”. Eles saem muito felizes de ver possibilidades: de receitinhas, os próprios alimentos, como são gostosos e nutritivos, então isso é legal, eles saem bem animados com isso.
Outra coisa que eu acho que dá um gás nas pessoas que já procuram, é a questão do controle: “Ah, com essa alimentação eu me sinto no controle. Quando eu tenho fome, eu como, e eu posso comer coisas muito boas”. Então assim, o controle, a falta de fome e essa mobilidade de horários que nós podemos adaptar, eu acho que é a maior procura.
Outra procura muito frequente no consultório é a questão de querer retirar ou diminuir medicamentos.
Isso é uma procura porque eu tenho bastante pessoas com problemas. Eu pego muito pessoal de Cardiologia, muita Síndrome Metabólica, várias patologias… e a gente adapta a low-carb a cada um deles. E eu vejo que é muita vontade de diminuir a medicação ou então de evitar uma progressão da doença, um aumento de medicação por conta dos problemas que a alimentação está gerando, a alimentação que não está dando certo.
Então essa é a procura maior.
Roney: Você citou o fato das pessoas não passarem fome como um grande motivador, mas também tem as questões das quantidades, né? Você, até mesmo antes de nós começarmos a gravar, já tinha tocado nesse assunto, que mesmo com você só comendo low-carb já chegou a ganhar peso e acho que isso acontece com outras pessoas, de às vezes não estar perdendo peso, mesmo estando fazendo tudo certo.
O que você poderia falar de quantidades para o pessoal?
Polyana: Isso aí, realmente, a quantidade… às vezes a pessoa procura porque já está bem orientada, porque hoje nós já temos esse mercado todo, as pessoas já vêm bem orientadas; ou já vêm pelos médico, orientada; ou já leu bastante, já leu todo o blog do Douto Souto, segue os Tanquinhos, já tem uma ideia geral, mas as quantidades realmente são individuais.
O meu metabolismo, eu sempre conto isso, é bem resistente. Ele é bem resistente mesmo.
Eu não posso comer em excesso – e eu aprendi isso comendo e engordando em low-carb. Não é que eu esteja comendo muito, mas é que o meu metabolismo tem um limite – e o meu limite eu tenho que respeitar.
Então eu não posso passar fome, mas eu não posso passar na quantidade. Se eu me animar num churrasco, todo dia, eu vou engordar. Então eu tenho que ter um número estipulado, principalmente a parte dos queijos, das natas, das oleaginosas, das receitinhas deliciosas low-carb, porque a gente não pode extrapolar.
Então eu sempre parto do princípio que os alimentos com que nós evoluímos, tu até pode repetir e comer um pouquinho mais à vontade, como as carnes, os ovos, os vegetais.
Mas os alimentos que vieram depois e que são muito gostosos ao nosso paladar, a gente tem que moderar.
então é uma porçãozinha, é uma colherada, é um potezinho padrão para nós nortearmos essas quantidades.
Porque senão fica tudo muito, né? Muita gordura, muita proteína. Então eu faço normalmente uma base de vegetais, que são nutritivos – sais minerais, vitaminas, fibras, pouco carboidrato, poucas calorias – e vou colocando um pouco de gordura, um pouco de proteína, para mesclar com tudo isso e ficar uma dieta bem equilibrada para uma média de pessoas, que a maioria tem algum tipo de dificuldade com as quantidades, principalmente nós mulheres.
Guilherme: Até porque, muitas vezes, é o que você falou: a gente tem algumas comidas que são calóricas como, por exemplo, uma carne gorda.
Pode ser calórica, mas você comer uma carne gorda com uma salada, já vai ser mais fácil controlar a quantidade. Comparar isso com uma porção de castanha-do-Pará, castanha de caju, por exemplo, é muito fácil você extrapolar.
Polyana: Sim.
100 gramas de castanha de caju vai te dar perto de 900 calorias.
Guilherme: É muita coisa, né?
Polyana: E 100 gramas não é muita coisa para quem gosta de comer. Normalmente quem está querendo emagrecer gosta de comer.
Então é gostoso. Se tu está distraindo, fazendo uma outra atividade e roendo aquelas castanhas, tu come 100 gramas brincando e aí são 900 calorias. Para emagrecimento isso não vai bem.
“Ah, mas na low-carb nós não contamos calorias!”. A gente não conta calorias ao pé da letra, mas ninguém é louco de emagrecer com 5.000 calorias, né?
Um lanchinho de 900 kcal, um almocinho de 1.000 kcal, um cafezinho da manhã de 550 kcal… quando tu vê, tu já foi a 2.000 calorias. Vai emagrecer como?
Guilherme: Com certeza não é colocando mais manteiga no café, né?
Polyana: Claro!
Isso foi ótimo tu falar! O café com manteiga, o café com nata, eu amo! Amo! Mas é uma refeição! É um café da manhã. Tu bota uma colher de sopa de nata ali numa xícara grandinha, é um baita café da manhã. Vai te dar 250 calorias de pura gordura! Então assim, tu vai passar muito bem com aquilo ali.
É que nós temos medo de passar fome. O medo de passar fome é muito maior do que qualquer coisa. As pessoas já ficam: “Mas o que eu vou comer de manhã?”. Pô, já comeu uma tonelada de nata no meio da manhã, precisa comer para quê? “Não, mas eu posso sentir fome”. Mas se sentir fome, vai acontecer o que? Nada!
Então esse medo de sentir fome… é um processo, né? No começo tem a questão da abstinência do início da adaptação metabólica, que as pessoas têm algumas reações, depois ela entra numa adaptação que se sente confortável e daí a gente começa a modificar as quantidades da dieta para que ela não sinta fome, mas também tenha um ajuste e depois a gente começa uma fase que pode ter um jejum que pode-se passar mais as refeições.
Então realmente é uma progressão e nós vamos desmamando aos poucos isso que nós ficamos incutindo, aprendendo durante tantos anos. Só de profissão eu acho que foram mais de 20 ouvindo as mesmas coisas. Tu imagina o que são 6 anos (que eu estou na low-carb) em 20. Nada!
Guilherme: Pouca coisa mesmo, em termos de tempo.
Polyana: Imagina uma pessoa mais idosa… se eu ouvi 25 anos ou mais, muito mais porque eu tenho mais idade, desses paradigmas antigos, tu imagina uma pessoa que tem mais vivência e já fez tudo que é tipo de dieta e tudo mais; pensa que é mais uma. Não pensa que é um trabalho de construção.
Roney: É, e isso daí entra também na questão interessante que nós estávamos falando de a pessoa tem que ter um pouquinho de paciência, entrando na dieta e adequando a dieta à vida dela e vice-versa, vendo como o corpo responde, mesmo com relação às quantidades também, às vezes varia, quem tem metabolismo mais acelerado pode comer um pouco mais também… E é um autoconhecimento, né? Você vai ganhando com o tempo.
Polyana: Claro!
É com o tempo mesmo! Então o tempo me ensinou muito e foi espetacular cada minuto de paciência que eu tive em fazer essa adaptação porque hoje é muito mais segurança, não só para a minha vida, mas para passar para as outras pessoas.
As pessoas que estão começando agora e que têm dificuldade, que acham que não vai funcionar, que ficam muito ligadas à questão dos números da balança e nós vemos que uma foto, ou menos até uma roupa, pode nos contar muito mais do que um número na balança, afinal ninguém vai sair com o número da balança grudado na testa, né?
A gente vai sair com aquela roupa mais folgadinha, com mais conforto, melhorando a autoestima e conhecendo a sua meta real.
Isso é outro item. Eu nunca faço o cálculo do peso ideal para a altura. Eu tento achar um peso real para a pessoa. Um peso que ela consiga manter com conforto porque nós queremos que seja uma mudança, nós queremos que isso seja realmente um estilo de vida, que ela consiga seguir por muito tempo e se curar desse problema.
Guilherme: Certo.
E você menciona isso de estilo de vida, na sua trajetória, nós sabemos que faz anos que você não sai da dieta, não come uma porcaria e muita gente ouvindo isso deve estar pensando agora: “Qual é o segredo? Qual é a questão que permite que você viva assim?”.
Polyana: Você sabe o seguinte, eu fiquei apavorada lá na Tribo Forte, que eu fui a segunda pessoa a falar sobre isso, como era a minha vida na low-carb e eu falei isso naturalmente e eu não imaginava que isso era tão minoria!
Eu fiquei: “Gente, por que eu fui falar? Eu devia ter falado que de vez em quando eu dou uma furadinha!”.
Mas é que eu não sinto a necessidade de furar a alimentação porque isso é o meu estilo alimentar! Eu me sinto tão bem comendo assim. Para que cutucar a onça? Tu sabe que a tua onça é bem braba, tu sabe que ela é furiosa. Tu vai cutucar ela com a varinha curta? Não, não vai!
E eu me sinto em equilíbrio comendo de forma low-carb. O que eu faço para permanecer é fazer modificações, variações, receitinhas… mas não é toda hora! No dia-a-dia a minha alimentação é super simples: de manhãzinha aquele café preto; no almoço, carne, vegetal, normalmente eu gosto de uma sobremesa – uma frutinha, um chocolatinho com mais cacau, alguma coisinha assim – e depois eu não como mais nada. E se como é uma coisa bem leve, no fim do dia. Como um iogurte natural ou até uma salada. Esse aí é o meu normal.
Mas no fim de semana eu gosto de fazer uma sobremesa, um bolinho ou então o meu café da manhã eu faço um pão torradinho na torradeira e tal.
Então eu faço algumas alegorias assim no fim de semana ou quando eu tenho vontade e isso já me dá um prazer tão grande que eu não preciso ir lá comer uma nega maluca, ou então assim: “Ah, hoje é o dia do lixo”.
Pô, se eu estou fazendo todo esse esforço para melhorar a saúde, por que eu vou estragar tudo comendo um alimento que me deixa com dor de cabeça, inchada, que eu vou levar dois ou três dias para me reequilibrar?
Eu não vejo sentido em sair! “Ah, mas de vez em quando é tão bom sair”, as pessoas falam, né? Mas eu vejo que esse rebote aí não é para mim, não é o meu propósito.
Eu gosto de me sentir bem. Eu não gosto de me sentir estufada e com dores. Então por isso! Isso me mantém dentro da alimentação low-carb. Não vejo o menor sentido em sair. Agora ultimamente até, nem é por mim, o meu marido que gosta muito de pães e massas, mas ele segue a low-carb comigo, todos esses anos, mas ele dá umas saídas dele. Em pequenas quantidades, mas ele dá.
E a gente estava comendo uma massinha konjac, que é uma delícia, pouquíssimo carboidrato, não altera a insulina, nem glicose e é uma alternativa maravilhosa para ti consumir eventualmente na hora de uma vontade dessa.
Então nós chegamos num nível de culinária, tão grande, que não tem o que a gente não faça com low-carb. Adaptação está muito livre! A gente tem como fazer.
Agora, tem um outro perigo aí: tem muitas receitas que levam alguns ingredientes que não estão sendo muito legais, como o excesso de leite em pó, umas farinhas mais inflamatórias para fazer corpo à receita e tal, que eu não gosto muito. Então eu cuido bastante na formulação da receita e adaptações em geral para ter segurança porque eu preciso dar essa segurança para o meu paciente.
Guilherme: Sim.
E quais seriam alguns desses ingredientes que as pessoas em casa podem ficar mais atentas e tentar maneirar ou evitar?
Polyana: Por exemplo, tem algumas receitas aí da moda que são com leite em pó, como se fosse farinha. Leite em pó não é farinha!
Teve uma paciente minha que disse assim: “A receita é ótima! É uma nega maluca com 12 colheres de leite em pó”. Gente, tu já notou que tomou quase dois litros de leite num bolinho? “Ah, eu não tinha percebido isso!”. É porque não é farinha de trigo então acha que leite em pó entra. Só que está em lugares, até em sites, tudo, como se fosse low-carb.
Outra: sucos detox. Sucos Detox low-carb, bem grande! Me mandaram até onde tinham tirado o troço, com beterraba, com laranja… não é low-carb! Agora, se tu quer achar que suco detox é bom, faz com limão então! Limão, couve e gengibre. Está pronto o suco! Bem low-carb!
Mas muitas receitas… tinham cinco receitas, uma pior que a outra! Cada uma tinha em excesso. Um suco, uma fruta triturada, que não é a melhor ideia para low-carb. Outra: farinhas malucas. Farinha de grão-de-bico, até amaranto, quinoa…
Eu gosto, não tem problema, mas às vezes a pessoa que está iniciando, não é uma boa ideia incluir.
Isso é mais para frente, num outro momento a gente inclui um outro tipo de farinha, mas no inicial o ideal é ficar nas oleaginosas, na linhaça, usar farinha de coco, fazer um mix entre elas, usar um pouquinho de psyllium enfim, eu acho que essas farinhas são as mais seguras, que garantem um pouco mais de…
E outra é realmente os rótulos. Essa parte dos rótulos eu acho que é o que mais pega porque as pessoas querem pronto. Vamos lá na lojinha. Ah, que legal, então tem maltodextrina, tem dextrose, tem farinha de soja, tem outros ingredientes ali… maltitol e outras coisas que podem estar alterando e se é gostoso elas não vão comer a porção, elas vão comer mais de uma porção, vão comer mais de um dia e talvez o resultado não seja o esperado.
Guilherme: Sim.
E a questão é: essa primeira parte da resposta até se junta com a segunda porque se a pessoa olhasse na embalagem, no rótulo do leite em pó, ela veria que tem um monte de carboidrato por colher e que se ela vai juntar 12 colheres… então parece que às vezes é um desejo de uma coisa mais mastigada, tendo a ilusão de que é saudável e que então é liberado, é infinito. Quanto mais, melhor.
Polyana: Sim.
Ainda mais agora que está surgindo muita coisa low-carb. É um momento bem perigoso agora, por isso que eu ainda prefiro ficar na minha cozinha porque ali eu sei o que eu estou colocando, ou então pessoas que produzam com esse critério, já faz uma produção que eu indico.
Têm pessoas aqui em Porto Alegre que eu indico, que eu sei que trabalham com ingredientes certos, com uma proporção bem legal, tudo certo.
Porque senão há esse engano: as lojinhas naturais aí, tu entra, sempre tem uma proposta low-carb e as pessoas ficam: “Olha, low-carb! Vou comprar! É muito mais fácil! Vou comprar para experimentar!” e daí às vezes não funciona, daí: “Essa dieta não funciona!”. Não.
A dieta funciona e os alimentos da low-carb são os mais simples possíveis.
Nós temos que descomplicar. Quanto menos rótulo, melhor.
Roney: Legal!
Acho que foi uma boa frase, era o último ponto que a gente queria abordar e se você quiser falar mais alguma coisa que achou que faltou falar durante a entrevista e quiser falar agora, esse é o momento.
Polyana: Olha, eu acho que eu falei tudo. Só quero passar para todo mundo essa questão de querer se conhecer melhor, diminuir quantidade de alimentos, mas melhorar muito a qualidade dos alimentos.
Eu acho que esse é o ponto forte da low-carb: muita qualidade e o equilíbrio em quantidade.
Guilherme: Certo.
Roney: E para quem quiser acompanhar o seu trabalho, ou mesmo quiser se consultar com você, quais são os seus contatos e mídias sociais para a gente deixar aqui para o pessoal?
Polyana: Então, o meu nome é Polyana Freitas, eu tenho o meu blog, que é o Nutri das Panelas, então eu relacionei, no fim, Polyana com Nutri das Panelas; então o blog tem Nutri das Panelas, muitas receitas, mais de quatro anos de receitas low-carb – testadas e seguras – dentro desse espaço do Nutri das Panelas.
Também o meu Instagram é @nutridaspanelas e lá tem outros contatos como e-mail, WhatsApp para marcação de consultas aqui em Porto Alegre, então é mais ou menos isso aí.
(Dica: se leu até aqui, manda uma mensagem para a Poly dizendo que gostou do podcast! Tanto nós quanto ela vamos ganhar o dia!)
Guilherme: Perfeito então, Poly!
Muito obrigado por ter separado esse tempinho para falar com a gente, por ter trocado as suas impressões de low-carb e desse estilo de vida, que não só você passa para as pessoas, mas que você vive no dia-a-dia e acho que isso é muito, muito valioso para quem está escutando a gente agora.
Polyana: Isso mesmo!
Guilherme: Então, um beijão. Obrigadão e até a próxima!
Polyana: Um beijo para vocês e para todo mundo! Obrigada a vocês!
Guilherme: Muito obrigado, Poly!
E para quem ouviu a gente até agora, lembra de ir lá no ITunes dar a sua avaliação, deixa lá suas cinco estrelas porque ajuda o nosso podcast a crescer.
Roney: Nós esperamos que vocês tenham gostado desse episódio e a gente se vê no próximo.
Um forte abraço
Roney e Guilherme: Do Senhor Tanquinho.
Guilherme: Você acabou de ouvir mais um episódio do podcast do Senhor Tanquinho.
Roney: Não deixe de se inscrever para não perder nenhum episódio com os maiores especialistas para a sua saúde.