No episódio de hoje, conversamos com a Patrícia (Pati) Tassinari.
Conhecemos e admiramos muito o trabalho dela como veterinária – levantando a bandeira da comida de verdade para pets.
A conversa é bem recheada de conteúdo. Ouvindo (ou lendo) até o final, você vai saber:
- a história pessoal da Pati,
- como ela tratou seus pets com alimentação natural,
- como aplicar o paradigma evolutivo nas decisões do dia a dia,
- como está a formação de novos veterinários,
- o conflito de interesse entre clínicas veterinárias e lojas de ração,
e muito, muito mais.
Após ouvir, dê um alô para a Pati nas mídias sociais. Você pode conhecer mais sobre o trabalho dela nos seguintes lugares:
- Grupo no Facebook: Paleo Pelotão Low Carb Coaching
- Grupo no Facebook: PaleoVet
- Programa completo Meu Pet Forte
- Instagram: @patritassinari
- Snapchat: patritassinari
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Ouça o episódio e compartilhe com seus amigos!
É uma maneira muito fácil de transformar sua ida ao trabalho (ou mesmo academia) em um momento de aprendizado e lazer.
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Inclusive, se você gosta de nossos entrevistados, saiba que eles tiveram acesso ao nosso livro e nos forneceram diversos feedbacks que foram incorporados a versão do final do livro.
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Transcrição Completa Do Episódio
Guilherme: Bem-vindo a mais um podcast do Senhor Tanquinho. Eu sou o Guilherme.
Roney: E eu sou o Roney. E aqui a nossa missão é deixar você no controle do seu corpo.
Guilherme: Olá, Tanquinho! Olá, Tanquinha!
Sejam muito bem-vindos a mais uma edição do nosso podcast!
E hoje a gente conta com a presença da ilustre Patrícia Tassinari! Tudo bem, Pati?
Pati Tassinari: Tudo bem. Prazer estar aqui com vocês.
Bem bacana mesmo, o trabalho de vocês está ótimo e a gente não perde um episódio! É bom porque ouvir é bem agradável, né? Eu acho bacana…
Guilherme: É verdade. Nós gostamos do formato de podcast especialmente porque as pessoas podem escutar indo para o trabalho ou andando de bicicleta, estando na academia, caminhando…
Enfim, ajuda a transformar o momento que seria um tempo morto até, num momento de aprendizado e descontração.
Pati Tassinari: É verdade.
Guilherme: E para explicar rapidinho as regras para quem ainda não sabe: a ideia do podcast é ser rápido. Um espaço para as pessoas conhecerem mais sobre os convidados aqui do show. As nossas perguntas são curtas, mas você pode levar o tempo que quiser para responder, Pati.
Pati Tassinari: Então tá bom. Obrigada. Vamos lá!
Roney: Bom, então para começar, Pati, faz uma rápida apresentação sobre você, e o seu trabalho. Nós sabemos que você trabalha como coach e tem também o programa voltado para os animais. Então você pode começar se apresentando um pouco para o nosso público.
Pati Tassinari: Legal, legal. As pessoas geralmente me conhecem pela dieta Paleo, né? Eu conheço a Paleo há um tempinho. Eu comecei a Paleo em 2011 e, lógico, eu já sou formada há 20 anos em veterinária e quando eu conheci a dieta Paleolítica, o primeiro blog que me caiu foi realmente o do Doutor Souto e eu estava querendo mudar mesmo de vida porque eu sou operada do estômago, para quem não me conhece, e eu emagreci bastante com a cirurgia do estômago. Mas como a gente não opera a cabeça, a gente opera só o estômago, então eu voltei a engordar todos os quilos que eu perdi.
E a dieta Paleolítica veio numa hora, tanto a Paleo em si quanto a dieta low-carb, veio numa hora muito boa porque além de eu emagrecer, eu ganhei muito mais saúde. Eu resolvi muitos problemas de saúde que eu tinha: anemia, hipotireoidismo – que o meu era um caso simples e consegui reverter –, só com alimentação natural.
Eu pensei naquela época, e como veterinária eu sempre tive cachorro, e eu pensei: “Beleza”, depois de uns três anos que eu já era Paleo, já tinha perdido todo o peso. Eu perdi ao todo 54 quilos com a Paleo/Low Carb e o meu cachorrinho, Olavo, tinha muito problema de pele e eu falei assim: “Se melhorou tanto a minha saúde, vou seguir pelo lado natural porque, tirando nomes, eu vejo assim não como Paleo, mas como o natural”. Então pensei “O que é natural para o ser humano… Vou tentar fazer o natural para o animal”.
E aqui na Alemanha, a partir da Alemanha, eu fiz pós-graduação, então eu sou pós-graduada em Nutrologia Animal – em cães e gatos – com ênfase em doenças metabólicas de cães e gatos, e fiz vários cursos aqui de pós-graduação baseado em alimentação natural.
Aqui ajuda também porque a Alemanha é um dos criadores do sistema natural de alimentação, porque esse sistema de alimentação alemão de alimentação tem mais de 25 anos. Então aqui é um princípio, lógico, existem certas diferenças de uma alimentação natural, mas eles que começaram com essa história de alimentação de carne para cães e gatos. Onde já se viu, né?
E com isso eu resolvi bastante o problema dos meus cães, viu? Porque a minha cachorrinha, embora ela era diabética, eu consegui controlar rapidinho.
Ela tomava insulina e passou a não tomar mais insulina porque ela era diabética tipo 2 e emagreceu bastante, e o meu cachorro, que tinha vários problemas de pele, o ouvido sempre com eczema crônico e muitas crostas no corpo inteiro… eu percebi que tirando a ração ele melhorou 100%. Não foi nem pouco, sabe? Não posso dizer nem 100, talvez 200%, a qualidade de vida dele melhorou bastante.
Tudo pelo natural, né? Então é seguir nada muito, assim, mirabolante, mas seguir a tendência natural. Se serviu para mim, serviria para eles também. A gente também não deixa de ser bicho, né?
Guilherme: Nessas horas faz muito sentido, a gente pensar de acordo com o paradigma evolutivo: “O que eles vieram fazendo nos últimos milhares, milhões de anos?”, e como isso é diferente do que a gente vem fazendo nos últimos 30, 40, 50 anos.
Pati Tassinari: Eu acredito que é uma tendência… muitas pessoas não se atém a isso, mas se você for ver, algumas pessoas ainda acreditam: “Ah, mas eu vou dar carne?”. Gente, carnívoro come carne, não farinha de carne! O alimento que fica na prateleira durante meses e não estragar é impossível ser um alimento bom!
Então eu acho bem isso, sabe? Um papagaio tem que comer o que ele come na natureza, um cão e gato comer o que tem na natureza. Eu não sei se vocês já ouviram falar e eu até já falei em algumas entrevistas, como eu moro na Alemanha, aqui é um meio natural a coisa e eu me assustei porque o meu vizinho tinha um gato e o gato, eles deixam solto, e o gato todo dia voltava com um rato imenso na boca.
Eu falava: “Meu Deus do céu, como é que pode isso?”, aí os caras assim: “Ué, caçou, é dele! Deixa ele comer!” e comia o rato inteiro! Aí nessas horas que você vê e fala: “Puxa vida, não é antinatural. Antinatural é você abrir um pacote e colocar uma ração num frasquinho”.
Mas o ser humano é tão voltado para o prático até para ele mesmo, que ele está tão acostumado a falar assim: “Olha, eu vou comer um fast food porque é mais rápido e mais prático”, e as pessoas tentam humanizar isso aí para o bicho, né?
Então a pessoa: “Ah, tudo bem, a ração é seca, é prática, não estraga. Deixa no potinho. Está tudo certo”. E não vê, às vezes, o malefício que isso faz para o animalzinho. Porque você não vai perceber quando ele é novinho. Você vai perceber quando ele tiver uns sete ou oito anos, quando começar a pipocar problemas, né?
Guilherme: É verdade.
Essa linha natural, que você falou que é bem mais aceita na Alemanha, mas como isso entra em conflito com o que você estudou na faculdade de veterinária? Ou é abordado isso também? Como é essa experiência no mundo acadêmico com o que você verificou depois no mundo real?
Pati Tassinari: Olha, Guilherme, é complicado porque eu falar para você o que a gente aprendeu no mundo acadêmico é a caixinha que todo médico, inclusive, aprende na faculdade de Medicina, então para nós, na faculdade, é ensinado a composição de uma ração.
Então milho, soja, é uma coisa assim: “Ah, tudo bem, o mundo hoje é regido pela indústria”, então uma empresa de ração forte no mercado, às vezes patrocina muita coisa, e é muito complicado. E outra: você pode ver muitos veterinários sendo formados agora, não estão com essa cabeça evolutiva ainda. Não estão com essa cabeça de: “Ah não, ração é tranqueira e comida de verdade é bom”.
O veterinário aqui na Alemanha é um pouco diferente e eu vou explicar o porquê. Aqui quando um veterinário tem uma clínica, ele tem a clínica veterinária e só. Comida de cachorro, de gato, de periquito, papagaio, peixe é em outro lugar. É numa loja que ele vai comprar. O veterinário não ganha comissão por vendas.
Mas no Brasil o que acontece? Você leva um filhotinho, ele já fala: “Ó, vamos fazer a primeira vacina. ‘E aí, você já escolheu a ração que você vai dar?’ então vamos sair e vamos escolher a ração!”. Em geral são as rações super premiuns, né? Que são mais caras e a pessoa ganha por comissão de vendas.
Eu não estou falando que isso aí é errado para os veterinários, tá? Isso daí é a nossa realidade porque senão ele morre de fome e aqui eles não estão preocupados com isso. Eles estão preocupados em clinicar, em falar o problema e você se vira para você querer uma ração ou você querer gastar um tempo para cuidar do animal, fazendo uma comida.
Então é bem diferente a realidade. Por isso que aqui eles aceitam mais. É lógico que a modernidade e a praticidade faz com que muitos donos de animais vão comprar ração. Claro, é mais prático. É confortável, mas em geral tem pessoas que fazem muitos snacks aqui, em casa, de carne – carne seca – e o mercado de ração aqui é uma coisa até emocionante de se ver para um veterinário porque você tem uma variedade imensa de alimentos que está escrito grain free na fórmula, e alimentos que está escrito na lata, por exemplo, alimentos úmidos que está escrito qualidade de consumo humano, ou seja, não tem farinha de ossos, não tem farinha de carne. É pedaço de carne mesmo.
Então é muito interessante porque isso é animador para a gente, né?
Guilherme: Com certeza. Você consegue conciliar o melhor da praticidade sem ter que envenenar o bichinho com isso.
Pati Tassinari: Exato, exato. É muito consciente. Eu acho que as pessoas aqui, primeiro, nós pagamos impostos por animais, então você não tem animal na rua porque se um animal for pego na rua, o governo inflige uma multa para a pessoa porque não pode deixar um animal na rua.
Você tem que pagar por ter um animal e quando um animal morre, você tem que dar baixa na prefeitura da sua cidade. Então a pessoa, quando ela tem um cão, como acontecia, por exemplo, quando eu clinicava em São Paulo, da pessoa não ter condições de comprar comida nem pra si, mas ela tinha um dog alemão filhotinho, todo lindo, maravilhoso, que a pessoa não percebe que um dog alemão vai comer mais de 1,5kg de comida por dia!
Então a pessoa fica: “Ah, tudo bem, depois Deus pensa”, aí o que acaba acontecendo? Não tem dinheiro, compra uma ração da pior qualidade, pelo preço, e literalmente, eu sei que a realidade de vocês aí em carne também é igual, né, mas o cachorro come papelão.
Guilherme: Entendi.
Roney: E acho que nessa linha que você está falando, o que você acha que falta, principalmente no caso do Brasil, para as pessoas começarem a reconhecer mais essa importância de dar comida de verdade para os animais ao em vez desse monte de papelão como você mesmo disse?
E se você acha que no Brasil vai começar a ter esse tipo de ração mais natural, grain free, como você já está vendo aí na Alemanha…
Pati Tassinari: Olha, no Brasil tem duas marcas já, tá? Que são uma para gato e uma para cães, grain free, agora o que falta para o brasileiro é o seguinte: primeiro tem que doer no bolso. A pessoa não tem a noção de quantas idas e vindas ao veterinário a pessoa pode evitar com a alimentação natural, mas não, a pessoa está preocupada: “Ah, teve uma coceira”, vai no veterinário e fica nessa de dois em dois meses tendo que depender do veterinário para o animal ficar bem.
Uma outra coisa é a pessoa parar e ter a consciência… engraçado porque os humanos não têm essa consciência raramente para si. É o que eu falo, você pode comer no McDonald’s ou você pode comer no fast food, sem citar nomes, mas você pode comer um fast food, lógico, algumas pessoas engordam, outras não; até uns 30 anos. Quando você chega a partir dos 30 anos é que começa a pipocar problemas.
Você tinha, quando você tinha cinco anos? “Não. Ah, é porque estou ficando velho”? Não. É porque você bombardeou o tempo inteiro o seu corpo com tranqueira, com comida que não presta. As pessoas não têm essa consciência porque por mais que eu fale para elas assim: “Olha, é legal, faça uma comida, cozinha em casa, congela. Faz assim, vai ser bem melhor para o seu animalzinho de estimação, mais saudável”. A pessoa fala assim: “Ah, mas ele não está com problema de saúde”.
Só que dois anos, três anos, quando começa a ficar com 50% da idade, uns sete anos é que começam a aparecer os problemas, aí fala assim: “Ah, coitadinho, é que ele não teve sorte, né?”. Aí não adianta porque tem algumas doenças que você reverte e outras não. Doenças degenerativas como um câncer, um hipertireoidismo, é complicado porque a soja, por exemplo, é a maior tranqueira que poderia existir para um cão e gato e as pessoas não se conscientizam disso.
Uma outra coisa, falta também um pouquinho de cultura. Por que eu falo isso? As pessoas acreditam que aquele peito de frango maravilhoso que está na embalagem do pacote, tem peito de frango na ração. O que tem ali é o resto que sobrou. Você acha que eles vão deixar de por o peito de frango para vender no mercado para fazer ração? Imagina. Ninguém ia pagar esse preço. Então a pessoa precisa acreditar, e falar assim: “Ô, para, né? Não tem essa picanha que está na embalagem, né?”. Não é possível um troço desse.
Guilherme: É verdade.
Pati Tassinari: Então eu acho que falta um pouquinho de conscientização, e a pessoa testar, né?
Guilherme: Com certeza.
E um detalhe interessante do bolso, que você falou também, é que é muito mais barato às vezes você dar a alimentação natural do que você comprar uma ração hipoalergênica que custa centenas de reais o pacote.
Eu sei bem disso porque a minha cachorrinha comeu ração hipoalergênica por anos para aliviar os problemas de pele dela – e eles foram mais aliviados quando ela começou a comer alimentação natural com orientação da veterinária e alguns suplementos.
Pati Tassinari: Exatamente, Guilherme, é esse que é o problema. A pessoa não sabe fazer essa conta. Não sabe fazer, não; não sabe ver, né? Porque assim, o que você gasta no veterinário hoje em dia, não sei aí no Brasil, mas deve estar girando, uma consulta, em torno de 80 a 100, né? Acho que seria mais ou menos isso.
É muito mais em conta você ir no mercado, e não precisa comprar filé mignon, você pode comprar uma carne de segunda ou você pode comprar, às vezes, um fígado e suplementar com outra coisa e por mais que você coloque um ômega 3 ou uma quercetina, alguma coisa assim, você ainda vai estar ganhando e “tendo lucro”.
Porque não compara você pegar uma abobrinha, e você não precisa pegar uma abobrinha no início da feira às 6h da manhã. Você pode ir no final da feira, que tem um preço melhor as coisas. Eu sei porque eu já fui fazer feira no Brasil, entendeu? Então às vezes pessoas falam: “Ah, mas você não mora no Brasil, não sabe como é que está…”. Não… vai no final da feira, cata às vezes esses legumes. Às vezes a pessoa te dá legume até, que está meio feinho, meio raladinho.
Os animais não vão ver isso, entendeu? E eu garanto para você que por mais raladinho e por mais machucado que esteja um vegetal ou um legume de feira, não se compara a qualidade nutricional do que tem numa ração. É superior mil vezes. Não tem nem o que dizer.
Guilherme: Muita boa essa colocação. Acho que com essas rações a gente fecha o porquê as pessoas não mudam, né? E na minha opinião, um fator grande também é o de conhecimento. Eu não imaginava que podia dar uma fruta para o cachorro. Inclusive já tinha ouvido dizer que se comesse uma banana o meu cachorro ia morrer, esse tipo de coisa…
Pati Tassinari: É difícil, né? Lógico, temos ressalvas, temos ressalvas, mas dá para dar bastante variedade. Na verdade, a gente tem que pensar o que? “O que é natural, caramba?”.
Sabe o que eu paro para pensar de vez em quando? Que as pessoas não tiveram infância. Eu, graças a Deus, tive. A minha avó tinha um desgraçado de um cachorro, gente, desculpa, mas ele era muito ruim. Ele me mordia toda vez… era um pequinês, ele viveu até 24 anos e ele era um cachorro de fazenda, então o que ele comia?
Ele comia quando matava um pato, quando matava não sei o quê… ele comia o resto, ele comia carne, ele comia ovos. Ele roubava ovo do galinheiro. Ele comia frutas que às vezes o pessoal estava comendo os negócios e jogava para ele. Comia mandioca – cozida, claro – porque senão comer crua, pelo amor de Deus, né? E viveu até 24 anos!
Uma outra cachorrinha que a minha mãe também cuidava com comida viveu até 21! O que está acontecendo? Que a gente não percebe que hoje a gente dá um deadline para um animal com 13, 14 anos. É pouco, né?
Guilherme: Bem pouco.
Pati Tassinari: Então as pessoas não percebem isso! Elas querem viver o agora. O que é prático? Comprar ração. Fazer comida dá trabalho! Que eu nem acho que dá trabalho, hein? Porque eu gosto de cozinhar, é tão fácil fazer. Eles não têm esse apetite gourmet que a gente tem, de montar bonitinho. É o cheiro, a carne, o gostoso! Então é bem por aí.
Guilherme: Legal e acho que nesse ponto a gente chega num ponto bacana da informação, de ensinar como as pessoas podem cozinhar e cuidar melhor do cachorro ou gato com alimentação natural que é o programa que você fez, o Pet Forte. Você poderia contar um pouco mais sobre esse programa para a gente?
Pati Tassinari: Então, o Programa Pet Forte é um livro, né? É um livro, tem 200 páginas ali. Na verdade ele conta a história de canídeos e de felinos, mostrando que eles são carnívoros de natureza, então carne nunca iria fazer mal para eles, pelo amor de Deus, e conta toda a história, o porquê, o tipo de metabolismo – que é muito parecido com o nosso…
As pessoas às vezes falam para nós assim: “Poxa vida, mas você é veterinária, por que publicou a parte humana nos animais?”. Nós somos idênticos nisso daí! Algumas passagens são de uso humano, enfim, algumas verminoses que isso também é uma ilusão que as pessoas criaram… crença, né, de que: “Ah, carne crua dá verme, né?”, então tem isso daí…
E no final do livro contém várias receitas, tanto cruas, quanto cozidas, cruas com ossos, crua sem osso para a pessoa ter a base para fazer a comida. Tem lista de suplementos que a pessoa pode dar: cálcio, ômega 3, isso e aquilo e o programa está legal porque ele contém vídeos-aula.
Então eu dou, são aulas que tem eu falando o porquê a ração é ruim. Então a gente explica tudo, o que é a ração, como é feita tudo, aí vamos para a parte de obesidade e doenças metabólicas como o diabetes, por exemplo. Porque as pessoas falam assim: “Ah, meu cachorro está gordinho”. Não, ele não está gordinho, ele está obeso! Ele está roliço! Se eu botar ele para rolar, ele rola! Literalmente uma salsicha, né?
Então assim, a pessoa tem que entender: “Ó, se ficar muito gordo sobrecarrega a coluna”. Eu vi que vocês postaram uma foto de um Dachshund, né? Um linguicinha, né? Um linguicinha se engordar demais a coluna vira um V! Não dá! Então tem que ficar magrinho, sempre mais fit.
Então explico toda a fisiologia de cão e gato e tem uns vídeos que ensinam muita coisa também, então a pessoa acessa um canal, inclusive, de um grupo aonde ela pode tirar dúvidas e as dúvidas serão respondidas por mim ou pela equipe do Pet Forte, então é um programa bem legal. Ensina bastante desde a base, a pessoa tem um aprendizado constante porque ela pode fazer abertura de perguntas a hora que ela quiser.
Guilherme: Bem interessante. É bacana porque…
Roney: E dá o acompanhamento, né? A gente não sabia dessa parte do acompanhamento…
Guilherme: Do acompanhamento, das perguntas e respostas e você dá autonomia ao mesmo tempo que sempre incentiva a pessoa a ter esse apoio profissional, tirar as dúvidas dela, ela não tem que adivinhar. Até porque nós tutores, donos de cachorro e gato não temos tempo livre de cuidar, de ficar fazendo uma segunda faculdade de veterinária para cuidar deles. Então é bem importante ter esse apoio, esse acompanhamento profissional.
Pati Tassinari: É legal porque assim, junta o útil ao agradável. Ele tem receitas, inclusive tem o vídeo de como fazer comida. Só que às vezes a pessoa fala assim: “Ah, eu posso colocar isso?”, uma dúvida comum, então ela tira por meio do canal, que é o grupo de alunos que nós montamos, tipo um grupinho de dúvidas que as pessoas tiram, então é bem bacana, viu?
O pessoal tem uma informação, embora o livro seja muito completo, raramente as pessoas perguntam. Quando perguntam é alguma coisa mais técnica, alguma coisa que eu possa responder que a pessoa não saiba, que nem você falou: “Ninguém é obrigado a ficar fazendo faculdade de veterinária”.
Roney: Nós recebemos algum tipo de dúvida sobre o programa no texto que nós publicamos.
Guilherme: Na verdade teve uma dúvida que eu ia até pedir para você, por favor, tirar para nós esclarecermos, que na verdade foi de uma veterinária também. Ela queria dizer, queria reforçar que a ideia é você ter um acompanhamento e as visitar físicas ao veterinário também, e que não é para substituir, porque nós sabemos que não é a proposta aqui, assim como quando nós falamos para as pessoas: “Olha, a gente não evoluiu comendo trigo a cada três horas.”
Nós não estamos querendo substituir o nutricionista. A gente só está querendo dizer que existem algumas coisas as quais a lógica e a ciência já mostraram que são mais certas, então nós queríamos ver a sua posição sobre isso também, por favor.
Pati Tassinari: Em geral eu concordo plenamente. O programa, inclusive, o Pet Forte não exclui a visita a médicos. Tem pessoas que confundem isso. Então eu recebo tanto inbox normal, quanto pelo grupo, às vezes a pessoa fala assim: “Ah, a pata do meu cachorro está com uma coceira assim, assim…”. Não. Não dá para fazer consulta virtual.
Nós não conseguimos. Eu tenho que olhar, eu tenho que ver, eu tenho que fazer uma anamnese, eu tenho que fazer um exame. Da mesma forma que animais, por exemplo, um animal que tenha um problema de saúde, o Pet Forte lida com a dieta para diabéticos, dieta para a obesidade, mas é estritamente fundamental que tenha um acompanhamento do veterinário.
Porque o veterinário que diagnosticou um diabetes vai passar algum modulador de glicose, vai passar algum tipo de medicação ou ele vai passar uma insulina injetável e eu preciso, inclusive, conversar; às vezes eu me coloco junto com o colegas que estão tratando esses animais que compram o Pet Forte e falam assim: “Olha, vamos fazer o seguinte: vamos testar, mas você tem que dosar”. Então tem que ter um acompanhamento. Se a pessoa quiser somente para melhorar a vida do animal de estimação, a saúde, ok. Você vai estar seguindo o natural. Para isso não precisa de prescrição médica.
Então nós queremos, o nosso intuito, que isso daí vai demorar um bocadinho ainda para acontecer, não acontece nem na linha humana, que dirá na veterinária, acontecer tão rápido; é que as pessoas levem seu cachorro ao veterinário com o único intuito de tomar um café; falar oi; vamos fazer um exame anual; vamos tirar sangue e vamos ver como é que está; vamos tomar uma vacina; vamos dar um vermífugo a cada três, quatro meses; colocar um remedinho no pescoço; fazer um check up; tomar um banho…
Quer dizer, nós queremos lidar com longevidade e não com problemas de saúde que acabam acorrentando o cliente ao veterinário. Muitos veterinários têm medo disso porque assim, eu sei que é o ganha pão do veterinário no Brasil. O que? A consulta vinculada a tratamento, com venda de produtos, venda de medicamentos.
Mas, gente, eu acho que a pessoa ganharia muito mais se o animal tivesse, em vez de ter que ir no veterinário para comprar um antibiótico, para comprar um anti-inflamatório, ela cuidar da alimentação do animal e gastar o dinheiro que ele usaria num remédio, com uma vacina para proteger ele, por exemplo. Porque hoje em dia é um problema, as pessoas compram uma ração, mas falam: “Ah, eu não tenho dinheiro para vacinar”.
Enquanto ele poderia ter dado uma comida natural, que poderia ter feito em casa e economizado um pouquinho de dinheiro e proteger o teu animal porque somos muitos em São Paulo, por exemplo, é cachorro em tudo quanto é pracinha. Um cachorro com uma virose aqui, pega outro lá.
Então seria mais fácil a prevenção. A gente lidar com o animal até 18, 19, 20 anos, por que não? Mas ter um paciente certo todo mês ou a cada seis meses, entendeu? Só para controle.
Então é esse o meu ver, mas o programa não dispensa a consulta presencial de maneira nenhuma… nós não queremos clinicar, nós só damos o lado natural.
Assim como eu, por exemplo, tenho dois filhos, se eu seguir o que o pediatra fala, eles vão comer Sucrilhos e vão tomar Toddy com leite e eu não dou isso para os meus filhos.
Eu dou alimentação natural. Eles comem carne, vegetais, folhas, legumes… e isso eu não preciso ir no médico para ouvir. Eu vou no médico para fazer uma vacina, quando tem algum problema de saúde… lógico! Problemas de saúde sempre vão ter e não é tudo dependente da alimentação, mas que melhora uns 80%, melhora, melhora…
Guilherme: Que legal, Pati.
Acho que você respondeu de maneira perfeita a pergunta e nós estamos chegando agora no final da nossa entrevista e queríamos pedir para você, por favor, indicar para as pessoas onde elas podem acompanhar você, o seu trabalho, algum site, Instagram, o que for para as pessoas saberem mais de você, as pessoas que escutaram aqui e querem seguir vocês.
Pati Tassinari: Legal.
Guilherme, eu só vou fazer uma ressalvinha ainda, uma dúvida que algumas pessoas têm, tá?
Guilherme: À vontade…
Pati Tassinari: É rápido.
Quando nós falamos de dar alimentação natural para cão e gato, as pessoas viram para mim e falam assim: “Mas não pode dar carne para gato. Vai ter problema renal!”. Gente, nunca que uma proteína, uma carne vai fazer mal para um carnívoro. As pessoas se esquecem disso. Elas querem humanizar tanto o animal que daqui a pouco vai estar dando bisnaguinha com requeijão todo dia para um animal e não é bem por aí.
Então proteína de boa qualidade, de bom valor biológico, é bem diferente do que uma proteína que é somente para aumentar os valores proteicos de uma ração. Proteína, carne, nunca vai lesar o rim de um animal saudável, nunca vai fazer mal para um cão e gato, então quem ouvir às vezes essa besteira de algumas outras pessoas, vamos tentar analisar e puxar pelo lado natural da coisa.
O que um carnívoro come? O que um lobo come? Ele pode comer uma graminha, pode comer uma fruta que caia no chão, mas o fundamental da alimentação deles são a proteína e os gorduras. Então isso daí nunca vai fazer mal.
Para quem quiser me achar, eu tenho os grupos… eu sou moderadora de alguns grupos do Facebook e tenho o meu grupo Paleo Pelotão Low Carb Coaching, que é de gente e tem também o PaleoVet que é de bichinho.
Eu tenho o contato do Pet Forte que é meupetforte.com.br, que é onde o pessoal encontra o livro e o Programa.
Eu estou diariamente, inclusive, eu faço vídeos diários no Snapchat e no Instagram. Aí eu comento mais sobre estilo de vida, de coaching de comportamento, falo de low-carb, falo de alimentação natural, que é @patritassinari, tanto no Instagram, quanto no Snapchat.
Então o pessoal que procurar também no Paleo Pelotão ou como Patrícia Tassinari também vai me encontrar no Facebook sem problemas.
Guilherme: Legal.
Pati Tassinari: Eu agradeço bastante a oportunidade de vocês. Eu gosto bastante.
Guilherme: Ah, muito obrigado pelo seu tempo.
Nós vamos deixar todos os seus links aqui para o pessoal debaixo da entrevista, tanto no episódio para quem ouve no aplicativo, quanto no post que vai ter no site.
Obrigado novamente, Pati, pela oportunidade aí de conversar com você, de explicar um pouco mais, sobre os bichinhos dessa vez e nós vamos marcar uma segunda rodada para falar de gente também, que também tem muito o que ver de comportamento, de seguir a linha natural, de pensar um pouquinho… então tem bastante pano pra manga aí.
Pati Tassinari: Legal! Obrigada pela oportunidade.
O trabalho de vocês é fantástico, meninos. Realmente é impressionante. Eu gosto e leio todos os posts que vocês fazem, todos os artigos. Eu acho que é muita informação boa aí. E é isso que nós estamos precisando e a ideia do podcast foi sensacional porque a gente sabe, né? As pessoas têm uma preguicinha de ler que é uma coisa de louco.
Então ouvir, enquanto a pessoa está fazendo alguma coisa, é fantástico. Um lindo trabalho o de vocês. Parabéns e eu que agradeço a oportunidade de ter contato com vocês. Tá bom? Obrigada mesmo!
Roney: Ah, muito obrigado.
Guilherme: Obrigado pelos elogios e pelo seu tempo, Pati.
Até a próxima!
Pati Tassinari: Obrigada eu!
Roney: Tchau, tchau.
Pati Tassinari: Tchau.
Guilherme: Tchau, tchau.
Bom, e para você que ouviu até agora, lembra também de deixar a sua avaliação lá no ITunes, se você gosta do nosso podcast e também de acessar o site www.senhortanquinho.com e deixar o seu e-mail lá para ser avisado de todos os novos episódios.
Roney: Um forte abraço
Roney e Guilherme: Do Senhor Tanquinho.
Guilherme: Você acabou de ouvir mais um episódio do podcast do Senhor Tanquinho.
Roney: Não deixe de se inscrever para não perder nenhum episódio com os maiores especialistas para a sua saúde.