Se tem uma coisa que muita gente gosta… é de bacon.
E também de:
- calabresa,
- salame,
- presunto,
- prosciutto,
Dentre outras variações de frios, embutidos, enchidos e defumados.
O problema é que esses alimentos fazem mal para a saúde… certo?
Talvez não — ou, pelo menos, não todos.
Sem contar que eles podem ser opções de lanches e petiscos para a sua dieta low-carb ou cetogênica — desde que você saiba escolher os certos.
Por isso, leia atentamente este artigo — para, assim, saber de uma vez por todas:
- bacon, salame, presunto, jamón, fiambre, prosciutto, apresuntado: quais entram e quais não entram na low-carb,
- a verdade sobre os temidos nitritos e nitratos, e
- a maneira correta de ler os rótulos e embalagens dos embutidos (para você nunca mais errar, nem “levar gato por lebre”).
Sendo que este conteúdo é mais um artigo completo, que vem para somar às centenas de textos que já publicamos aqui no site.
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Conteúdo do post:
Embutidos, Frios E Defumados Low-Carb: Eles Não São Todos Iguais
Antes de mais nada, o que cada uma dessas palavras quer dizer?
De maneira resumida, temos as seguintes classificações.
Embutidos: geralmente, são carnes picadas e condimentadas que são “embutidas” em tripa (natural ou sintética). Também chamados de “enchidos” em Portugal.
Alguns exemplos incluem o chouriço, a morcela ou morcilla, a linguiça e o salpicão (não confundir com o prato chamado de salpicão).
Frios: nome genérico para “cortes frios” ou “carnes frias”, que tendem a ser pré-cozidas ou curadas.
São frios aquelas carnes fatiadas que comumente se usa em sanduíches ou petiscos — como o presunto, a mortadela, e o salame, dentre outras.
(Apesar de, no Brasil, muita gente usar o termo “frios” para se referir também aos queijos.)
Defumados: são carnes que passaram por um processo de cura que envolve o uso de fumaça ou fumo (por isso são chamados também de “fumados”).
São exemplos de defumados o prosciutto, o bacon, e o salmão defumado — sendo que vários enchidos também podem ser defumados.
Curados: são carnes que passaram por um processo chamado de cura. Isso pode envolver salgar as carnes, ou defumá-las.
Neste artigo, vamos falar sobre as carnes curadas — como bacon, salame, e presunto.
Mas note que, via de regra,
- o bacon seria considerado um “defumado”,
- o salame, um “enchido”,
- e o presunto, um “frio”.
No entanto, o salame pode ter passado por um processo de defumação, e algumas pessoas também o consideram um tipo de carne fria.
Além disso, o presunto pode ser cozido ou não.
Sendo assim, note que as definições são razoavelmente fluidas.
Então os princípios explicados neste texto são diretamente aplicáveis aos alimentos curados em geral — e , ao mesmo tempo, também são válidos para vários outros alimentos.
Resumindo: Existem várias nomenclaturas e classificações como enchidos, defumados, frios, e muito mais. Neste artigo, vamos dar regras práticas para fazer boas escolhas para todos esses casos.
Observação: para saber diferenciar entre os diversos tipos de frios e embutidos e poder fazer as melhores opções é importante saber ler os rótulos. Foi para te ajudar com essa árdua tarefa que criamos o “Manual Obrigatório Da Leitura De Rótulos” – saiba mais aqui.
Por Que As Pessoas Comem Frios?
O processo de curar as carnes é algo bastante antigo.
Este processo (que pode envolver adicionar sal à carne, cozê-la, ou defumá-la) foi originalmente desenvolvido para aumentar a durabilidade das carnes.
Isso porque, até poucas décadas atrás, não possuíamos eletrodomésticos práticos como geladeiras ou microondas.
Então curar e conservar as carnes era questão de sobrevivência — e foi por isso que tantas sociedades antigas desenvolveram seus respectivos processos de cura.
É por este motivo que, atualmente, temos carnes curadas tradicionais de vários locais distintos, como:
- o presunto e os diversos enchidos de Portugal,
- o jamón (e suas variedades) da Espanha,
- o prosciutto da Itália,
- o jambon da França,
- o pragerschinken (presunto de Praga) da República Tcheca,
Dentre muitos outros.
Já nos dias atuais, os motivos para consumir essas carnes curadas são variados.
Por exemplo, você pode querer consumir chouriço, morcela e calabresa para incrementar um churrasco ou um almoço low-carb com um pouco a mais de sabor.
Pode usar o bacon como complemento para os ovos no seu café da manhã, por exemplo.
E pode contar com presuntos e jamóns diversos como opções de lanches práticos.
Ou mesmo como petisco para ocasiões sociais — por exemplo, ao receber os amigos em casa para tomar um vinho e conversar.
Ou seja: as ocasiões de consumo são muitas — e é justamente por isso que se torna necessário saber fazer boas escolhas.
Resumindo: O processo de cura das carnes foi desenvolvido originalmente para aumentar a durabilidade dos alimentos.
Hoje em dia comemos carnes curadas, embutidos e frios porque são opções saborosas e práticas — e podem enriquecer os sabores presentes no seu cardápio low-carb.
Como Escolher Bons Produtos
Como vimos, existem muitas categorias de carnes curadas — frios, defumados, embutidos…
Agora vamos ver o que você precisa saber para fazer boas escolhas quando for às compras.
E o primeiro ponto — e mais importante de todos — diz respeito ao processamento das carnes.
O fato é que comida de verdade, pouco processada, tende a ser mais saudável do que comida ultraprocessada (aquela com compostos químicos estranhos, que você jamais teria na sua casa).
É claro que desidratar a carne com sal, e mesmo defumá-la, são formas de “processamento”.
No entanto, ao ler o rótulo dos alimentos, você verá que existem muitas diferenças entre produtos aparentemente parecidos.
Por isso, uma primeira regra prática é a seguinte.
Prefira os alimentos artesanais — quanto menos processado, melhor.”
Pessoalmente, nós já experimentamos alguns produtos de pequenos produtores brasileiros, e gostamos bastante do rico sabor que a comida de verdade possui.
Algumas marcas que já experimentamos, e gostamos, incluem o Bicho Caipira e a Charcutaria Petroni.
Mas pode ser que você nem sempre possa fazer essa opção.
E queremos te ajudar mais do que apenas dizer “compre os artesanais”.
Por isso, agora vamos mostrar o que você pode olhar nos rótulos dos alimentos comuns, que encontra no mercado.
Para, assim, fazer boas escolhas.
Vamos ilustrar esses princípios usando 4 alimentos que estavam disponíveis para a venda num mesmo supermercado.
Inclusive, eles estavam na mesma prateleira — mas são bem distintos entre si.
O ponto aqui não é comparar os exatos produtos: porque pode ser que as opções disponíveis perto da sua casa sejam diferentes dessas.
Mas sim te ensinar a ler as embalagens dos alimentos e pensar na sua alimentação e nas suas escolhas.
Resumindo: Os produtos artesanais tendem a ser opções melhores para sua alimentação.
Se não puder comprar os artesanais, saiba ler os rótulos dos alimentos para fazer escolhas inteligentes.
Vamos ver o que procurar nos rótulos na próxima seção do texto.
Como Ler Rótulos — Uma História Em 4 Atos
Nesta seção, vamos mostrar 4 produtos que estavam na mesma prateleira, de um mesmo mercado — mas que não poderiam ser mais diferentes.
(Acho que mais diferente só se um deles fosse vegano ou algo assim.)
Para ver a comparação de forma mais dinâmica (e mais alguma explicações sobre enchidos e curados na low-carb), deixamos o vídeo acima.
Mas, se quiser, pode continuar lendo (o conteúdo é o mesmo).
E se só de pensar em ler rótulos você ficou com preguiça, lembre-se da seguinte frase.
(Ela foi dita pelo estudante de nutrição Felipe Caggiano em entrevista ao nosso podcast.)
Não tem jeito de você querer inserir alimentos no seu dia a dia sem olhar muito o rótulo. E algumas pessoas até falam “agora eu virei a louca dos rótulos”. Mas na verdade eu penso que louco é quem come os produtos sem olhar o que tem neles.”
Lembrando que os produtos foram usados como exemplos: para você pegar os conceitos e aplicar nos alimentos disponíveis no mercado perto da sua casa.
Relacionado: aprofundamos muito mais sobre o assunto “rótulos” em nosso treinamento exclusivo. Conheça o o “Manual Obrigatório Da Leitura De Rótulos” – saiba mais aqui.
Produto #1 — Presunto Serrano Grande Reserva
Ingredientes: carne de porco e sal.
Informações nutricionais (a cada 100g de produto, temos):
- Energia: 261 kcal
- Gorduras: 13g
- Carboidratos: 0,5g
- Proteínas: 35g
Comentários: Uma lista de ingredientes excelente, sem conservantes, corantes ou aditivos. Apenas carne de porco e sal (lembrando que você não precisa ter medo do sal).
As informações nutricionais refletem isso, fazendo com que este produto seja adequado até mesmo para uma dieta cetogênica mais alta em proteínas.
Produto #2 — Presunto Serrano Reserva
Ingredientes: Perna de porco, sal, açúcar, antioxidantes (E 331 e E 301), e conservantes (E 252, E 250).
Informações nutricionais (a cada 100g de produto, temos):
- Energia: 248 kcal
- Gorduras: 12,2g
- Carboidratos: 1,0g
- Proteínas: 33,5g
Comentários: A informação em termos de macronutrientes (carboidratos, proteínas, gorduras) não é tão diferente do Grande Reserva acima.
No entanto, a lista de ingredientes evidencia que este alimento passou por um pouco mais de processamento.
Ainda é bem baixo em carboidratos, podendo ser consumido até mesmo numa dieta cetogênica.
Produto #3 — Fiambre Da Pá
Ingredientes: Carne da pá de suíno, água, dextrose, sal, proteína de soja, regulador de acidez (E 325), emulsionantes (E 451, E 452, E 450), gelificantes (E 407, E 415), conservante (E 250), cloreto de potássio, antioxidante (E 316), aromas.
Pode conter vestígios de leite. Isento de glúten.
Informações nutricionais (a cada 100g de produto, temos):
- Energia: 107 kcal,
- Gorduras: 4,4g
- Carboidratos: 1,8g
- Proteínas: 15g
Comentários: Vemos que o ingrediente principal ainda é a carne da pá (carne da perna), porém agora acompanhada de muitos ingredientes que provavelmente não deveriam estar aí — como dextrose, soja, e mesmo vestígios de leite.
(Sem contar a montanha de químicos: regulador de acidez, emulsionantes, gelificantes, conservante, e antioxidante.)
Esta é uma opção bem inferior às duas anteriores.
Produto #4 — Dados De York De Fiambre
Ingredientes: Carne da pá de suíno (55%), água, fécula, proteína de soja, sal, dextrose, açúcar, estabilizantes (E 451, E 407), aroma, antioxidante (E 316), conservante (E 250), colorante (E 120).
Isento de glúten.
Informações nutricionais (a cada 100g de produto, temos):
- Energia: 102 kcal,
- Gorduras: 3,2g
- Carboidratos: 7,1g
- Proteínas: 11,3g.
Comentários: Este produto é bastante processado, e conta com muitos ingredientes: tanto que a carne de porco compõe apenas 55% dele.
Também é interessante notar que a quantidade de carboidratos deste produto não é desprezível: ele inclusive apresenta mais carboidratos do que gorduras.
Talvez o único “lado bom” deste alimento é que ele é isento de glúten — mas todos os outros também são.
(E glúten já é algo que nem deveria estar na carne de porco em primeiro lugar.)
E, com esse monte de soja e de “química” adicionada, você nem vai precisar do glúten para causar problemas no seu estômago ou intestino.
Resumindo:
Muito cuidado ao comprar alimentos no mercado: a leitura atenta dos rótulos e embalagens é fundamental para fazer boas escolhas.
Via de regra, é inteligente dar preferência aos alimentos pouco processados, com poucos carboidratos, e que tenham uma boa quantidade de proteína.
Observação: para saber diferenciar entre os diversos tipos de frios e embutidos e poder fazer as melhores opções é importante saber ler os rótulos. Foi para te ajudar com essa árdua tarefa que criamos o “Manual Obrigatório Da Leitura De Rótulos” – saiba mais aqui.
Nitritos E Nitratos — Você Deveria Ter Medo Deles?
Agora, pode ser que você não esteja tão preocupado com os conservantes — ou com a lactose, ou com a soja, ou com o açúcar — presentes em tantos tipos de carnes processadas.
Mas pode ter ouvido por aí que “o perigo são os nitritos e nitratos” presentes no bacon e outros defumados.
Será que isso tem fundamento?
Na verdade, um estudo indica que cerca de 80% dos nitritos e nitratos ingeridos pela população vêm justamente do consumo de vegetais. [1]
E, ao nosso ver, isso não é um sinal de que você deveria jogar seus legumes e folhas no lixo.
Nem que você nunca mais deveria comer creme de espinafre.
Em vez disso, talvez esta seja apenas mais uma evidência de que o contexto alimentar como um todo é importante.
Outra preocupação é a de que o bacon e outras carnes processadas seriam cancerígenas.
Sendo que as aminas heterocíclicas seriam possivelmente as maiores culpadas desse risco.
No entanto — assim como no caso da relação da carne vermelha com o câncer — o grau de cozimento e a forma de preparo parece influenciar bastante. [2]
Por isso, parece sensato evitar comer o seu bacon queimado.
Assim como é bem mais saudável comer a sua carne sem ser queimada — ela não deve parecer o próprio carvão da churrasqueira. [3]
Relacionado: Veja esta entrevista sobre a relação da alimentação e da dieta cetogênica com o câncer.
Nitritos e nitratos são apenas um novo alvo
Note que sempre se busca “um novo culpado” para justificar que a carne faria mal.
Ao longo das últimas décadas, as recomendações oficiais foram nos dizendo para consumirmos menos gordura, menos colesterol, menos sal…
E qual o resultado dessas recomendações?
O resultado é que nunca estivemos tão doentes.
Estima-se que apenas 12% dos americanos esteja metabolicamente saudável — conforme avaliado por sinais comuns da resistência à insulina. [4]
Por isso, talvez seja mais inteligente apostar na sabedoria ancestral e na lógica evolutiva do que em estudos observacionais, explicações mecanísticas, e diretrizes disseminadas pelo medo.
Ou, como disse o médico nefrologista Dr. José Neto em entrevista ao nosso podcast.
Existe — e isso não é exclusivo da Medicina — uma tara quase Freudiana pelos mecanismos. Com ela, a gente sempre tenta explicar primeiro o porquê de algo estar acontecendo… mas a gente deixa de encarar a realidade.”
Essa tara pelos mecanismos se verifica ao procurarmos coisas como “nitritos e nitratos” e “aminas heterocíclicas” como causadores de doenças.
Enquanto negamos a realidade de que pessoas em dieta low-carb (com carne, sim; e com bacon também) continuam a ter incríveis transformações e colher cada vez mais benefícios de saúde.
Resumindo: Por muito tempo tivemos medo do bacon e das carnes curadas no geral.
Primeiro houve o medo do colesterol, que já foi eliminado.
Depois, tivemos medo das gorduras, que está sendo eliminado também.
Agora, os culpados da vez parecem ser os nitritos e nitratos.
No entanto, a maior parte dos nitritos e nitratos que ingerimos vêm das plantas — sendo que as saladas são alimentos considerados saudáveis por praticamente todo mundo.
É importante avaliar o que sua alimentação atual está trazendo de resultados para você: acompanhe a perda de medidas corporais, a melhora nos exames de sangue, a maneira como você se sente, e seu desempenho nos treinos.
Apesar de tudo isso, é importante notar que as carnes processadas não devem ser a base da sua alimentação — conforme veremos a seguir.
Carnes Curadas E Processadas Não São Liberadas
Até agora, entendemos que existem vários tipos de carnes curadas: bacon, linguiça calabresa, pepperoni, presunto, chouriço, salame — todos esses alimentos seriam considerados carnes curadas.
Também entendemos que existem diferenças substanciais de um produto para o outro — incluindo desde alimentos que são muito pouco processados, até aqueles que são pura química.
E cuja boa parte dos ingredientes você nem conseguiria imaginar na natureza.
(Mostramos como esses alimentos podem ser distintos usando 4 produtos do tipo “presunto” encontrados no mercado.
No entanto, a lógica se aplica para diversos outros produtos alimentares: basta imaginar uma linguiça tradicional, feita apenas com carne de porco e condimentos, e defumada com fumaça de madeira… e compará-la com uma salsicha industrializada.
A salsicha é claramente um alimento inferior para a sua saúde.)
Além disso, também vimos que boa parte do medo associado ao processo de cura (especialmente à defumação ou fumagem) seria a formação de nitritos e nitratos.
Mas entendemos que a maior fonte alimentar desses compostos são os vegetais, e não o bacon.
Porém, é muito importante deixar clara a seguinte mensagem.
A de que carnes curadas e processadas não devem ser a base da sua alimentação baixa em carboidratos.
E essa recomendação não se deve a algum estudo observacional que tenha ganhado a mídia recentemente.
Mas sim a um princípio de precaução, atrelado à lógica do paradigma evolutivo.
Vamos entender por que os estudos observacionais condenando a carne processada não são confiáveis.
Por que não confiar nos estudos observacionais sobre carne processada
A cada poucos meses, surge algum novo estudo dizendo que comer carne processada faz mal para a saúde.
Esse é o tipo de estudo chamado de “estudo epidemiológico”, em que se observa o que acontece com uma população, e depois se tenta isolar as variáveis envolvidas.
Esses estudos sempre ganham manchetes da mídia com suas reportagens sensacionalistas.
Eles geralmente fazem um péssimo trabalho de não diferenciar carne processada da não-processada.
(É pura alucinação achar que comer hambúrguer do McDonald’s e salsicha industrializada seja igual a comer um filé mignon com salada.)
Mas alguns realmente fazem essa separação. [5]
E então se observa que as pessoas que comem bastante carne processada morrem mais como um todo — até mesmo de acidentes de carro.
O que poderia explicar isso? O que o carro tem a ver com o bacon?
O fato é que a maior parte das pessoas acredita que bacon e carnes curadas fazem mal à saúde.
Porém, mesmo “sabendo” que faz mal, algumas pessoas ainda optam por comer esses alimentos em grande quantidade.
Isto é: elas sabem que faz mal, e fazem mesmo assim.
Isso indica um tipo de comportamento peculiar: o de pessoas que também têm mais chance de serem fumantes, beberem em excesso, serem sedentárias, e terem um cuidado menor com a saúde como um todo.
Basicamente, elas são mais irresponsáveis e tomadoras de risco com a própria saúde.
E isso explica a mortalidade elevada em acidentes de carro, e câncer de pulmão, por exemplo.
Enquanto as pessoas que evitam a carne processada tendem a ser mais cuidadosas no geral.
Este é o chamado “viés do paciente saudável”. [6]
E é uma grande variável de confusão nos estudos observacionais.
Então por que não comer bacon livremente e ter uma dieta à base de presunto e salame?
Simplesmente por causa do paradigma evolutivo que mencionamos anteriormente no texto.
O fato é que, durante a nossa evolução, comemos carne sim.
Mas a maior parte da carne que consumimos não passou por todo esse processamento.
Então, por mais que ela não pareça ser particularmente danosa — especialmente no caso dos produtos mais artesanais — não faz sentido substituir toda a nossa ingestão de carne não-processada por produtos embutidos, enchidos, e curados.
(Além do fato de que a carne fresca tende a ter mais nutrientes do que a carne processada — inclusive nutrientes como a vitamina C.)
Sendo assim, é bastante prudente pensar com cuidado na questão da frequência e da quantidade do consumo das carnes frias.
E manter, na sua dieta cetogênica do dia a dia, uma base sólida de alimentos como
- carnes não processadas,
- ovos,
- peixes,
- aves,
- carne suína,
- folhas e hortaliças, e mesmo
- frutas de baixo açúcar e oleaginosas.
Estes são os alimentos que devem fundamentar o seu menu cetogênico.
E que vão te trazer os maiores resultados — tanto de saúde quanto de emagrecimento — no curto, médio e longo prazo.
Sendo que, quando for comer as carnes curadas, saiba que existem diferenças substanciais entre os alimentos de maior qualidade (menor processamento) e aqueles blocos disformes de carne processada cheia de aditivos.
Resumindo: Pode usar o bacon para incrementar seus ovos, o presunto para petiscar, e a calabresa ou o pepperoni para rechear a sua pizza low-carb.
Mas jamais troque a base da sua alimentação (as carnes, ovos, peixes e vegetais pouco processados) pelos frios e carnes curadas.
Em vez disso, pense nelas como um tempero ou condimento que acrescenta sabor a todo o resto da sua alimentação saudável.
Embutidos, Frios, E Carnes Curadas Low-Carb: Conclusão E Palavras Finais
Hoje vimos muitas considerações sobre as carnes curadas em geral.
Agora você já sabe que não precisa ter medo do bacon: ele não é o grande vilão que se propaga por aí.
Ao mesmo tempo, sabemos que nem todas as carnes enchidas têm a mesma qualidade: a linguiça artesanal que leva apenas carne e condimentos está mundos à frente das salsichas mais processadas.
E, mesmo no caso das carnes curadas de maior qualidade, é importante não substituirmos a base da nossa alimentação por elas.
Simplesmente deixe as carnes curadas ocuparem um papel de condimento nas suas refeições do dia a dia — ou as reserve para ocasiões especiais.
(Pois existe sim espaço para exceções num estilo de vida saudável — desde que ele esteja baseado nos fundamentos corretos da alimentação.)
Se você leu até aqui e gostaria de saber diferenciar entre os melhores e piores tipos de embutidos, carnes curadas e frios…
De modo a organizar um estilo de vida que te permita viver mais e melhor.
Então te convido a conhecer o nosso o “Manual Obrigatório Da Leitura De Rótulos”.
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Afinal — é um estilo de vida, e você terá de alimentar até o final de seus dias, então é melhor fazer isso da melhor maneira possível com as melhores escolhas possíveis.
Obrigado pela leitura — se tiver alguma dúvida, quiser compartilhar sua opinião, ou se este artigo te ajudou de alguma maneira, pode deixar um comentário aqui abaixo do texto.
Porque a nossa intenção ao produzir todo este material é te ajudar a viver com mais saúde e prazer.
Estamos ao seu lado nesta jornada.
Forte abraço,
— Guilherme e Roney do Senhor Tanquinho.
Referências
Algumas das referências e estudos científicos utilizados para elaborar este artigo estão elencados abaixo.
- Norman G Hord, Yaoping Tang, Nathan S Bryan, Food sources of nitrates and nitrites: the physiologic context for potential health benefits, The American Journal of Clinical Nutrition, Volume 90, Issue 1, July 2009, Pages 1–10, https://doi.org/10.3945/ajcn.2008.27131
- Sinha, R., Knize, M. G., Salmon, C. P., Brown, E. D., Rhodes, D., Felton, J. S., et al. (1998). Heterocyclic amine content of pork products cooked by different methods and to varying degrees of doneness. Food and Chemical Toxicology: an International Journal Published for the British Industrial Biological Research Association, 36(4), 289–297. http://doi.org/10.1016/s0278-6915(97)00159-2
- Joshi, A. D., Corral, R., Catsburg, C., Lewinger, J. P., Koo, J., John, E. M., et al. (2012). Red meat and poultry, cooking practices, genetic susceptibility and risk of prostate cancer: results from a multiethnic case-control study. Carcinogenesis, 33(11), 2108–2118. http://doi.org/10.1093/carcin/bgs242
- Joana Araújo, Jianwen Cai, and June Stevens.Metabolic Syndrome and Related Disorders.Feb 2019.46-52.http://doi.org/10.1089/met.2018.0105
- Rohrmann, S., & Linseisen, J. (2016). Processed meat: The real villain? Proceedings of the Nutrition Society, 75(3), 233-241. https://doi.org/10.1017/S0029665115004255
- Shrank, W. H., Patrick, A. R., & Brookhart, M. A. (2011). Healthy user and related biases in observational studies of preventive interventions: a primer for physicians. Journal of general internal medicine, 26 (5), 546–550. https://doi.org/10.1007/s11606-010-1609-1
Excelente artigo :)
Aconteceu comigo de ter comprado um fiambro e em casa apenas que fui ler o rotulo, fiquei chocada!! Fui totalmente enganada hehehe
Abraços!!!
Oi Ingrid!
Obrigado pelos elogios – realmente devemos estar sempre atentos aos produtos industrializados!
Forte abraço.