Quando se aprende com dor aprende-se mais, pois é sempre mais fácil esquecer uma alegria do que uma tristeza.”
Hoje trazemos o depoimento e caso de sucesso do Claudio Hollanda.
A história do Claudio é bastante intensa e emocionante: passando por uma experiência de “quase morte” aos 19 anos, o Claudio se sentiu “imortal”, como se suas decisões não tivessem consequência.
E foi só quando ele vislumbrou a real possibilidade da morte — ou, pior ainda, da invalidez — que resolveu agir.
O resultado? Mais de 60kg eliminados, com a descoberta de um novo estilo de vida.
(Sem deixar de lado prazeres como comer carnes deliciosas, harmonizadas com bons vinhos.)
Nós entramos em contato com o Claudio após diversos pedidos de ouvintes do nosso podcast (pois o Dr. Rodrigo Bomeny mencionou o Claudio como um caso de sucesso da dieta carnívora).
Com todos esses pedidos, nós o convidamos a contar sua história — e ele prontamente escreveu e nos enviou o relato abaixo.
Segue abaixo o depoimento do Claudio, em suas próprias palavras.
A História Do Claudio
Uma trajetória que vai de uma infância de esportes, passando por uma adolescência como atleta de competição e terminando, com 43 anos, num adulto doente, com 136,2kg — à beira da morte, segundo três médicos que me atenderam.
Meu nome é Claudio Hollanda e poderia contar aqui detalhadamente como minha auto destruição começou, perdurou e me deixou com os dois pés na cova, quando naquele março de 2017, me descobri diabético, com uma glicemia de 485 mg/dL, triglicérides de 1826 mg/dL, HbA1c (a temerosa hemoglobina glicada) em 12% e insulina em 23 mU/L.
Mas, vamos resumir a história.
Fui uma criança ligada aos esportes e um adolescente atleta de competição.
Aos 19 anos tive uma meningite avassaladora, que me colocou um bom tempo em coma, e segundo os médicos, ninguém sabe como estou aqui — reza a lenda, sem sequelas.
O que era para ser encarado como uma “segunda oportunidade de ouro” resolvi administrar como se fosse um “superpoder”.
Afinal, morri e voltei para contar a prosa.
(Bem aquela imbecilidade inerente ao ser humano.)
Já trabalhava desde os 14 anos, fiz minha vida profissional dentro de uma das maiores emissoras de TV do mundo, me doei ao trabalho incondicionalmente e colhi todos os frutos bons e vícios ruins que poderia.
Eu gostava disso. Eu achava todo e qualquer excesso bom demais.
Porém, eu não era mais um atleta.
A doença me pegou de tamanha maneira, que precisei ficar um ano sem qualquer tipo de atividade física mais apurada.
Eu apenas fazia caminhadas esporádicas (que rapidamente se transformaram em caminhada nenhuma).
Profissão, faculdade, vida adulta iniciando e uma certa estabilidade monetária. Era tudo que eu queria.
Junto com isso, os excessos continuavam.
Mas, sem os exercícios físicos, vi o número da balança sair dos 80,5 kg e subir progressivamente ao longo dos anos.
O pior: fui deixando isso acontecer, mesmo notando a mudança no corpo, no humor, no dia a dia.
Aquela situação para mim tornou-se o padrão, o correto.
(Mais uma vez aquela imbecilidade inerente ao ser humano.)
No meio do caminho algumas vezes “decidi” mudar.
Da dieta da Lua, passando pela dieta da USP, da sopa e do “caralho a quatro”, acho que fui um beta-tester de tudo. Nada resolveu.”
Emagrecia, ficava feliz, não conseguia sustentar dietas mirabolantes, abria uma exceção e tudo voltava como era antes.
Nem ultrapassar a barreira dos dois dígitos, chegando a mais de 100kg, me abalou.
Só que uma hora a conta chega, a água bate na bunda e uma “segunda oportunidade de ouro” aparece.
Quer dizer… uma terceira, já que desperdicei a outra achando que era um super-herói da Marvel.
Estamos de volta a 2017, com fatos desastrosos que não sairão da memória: Brasil, Estocolmo, Londres, Cairo, Califórnia — cada qual com sua mazela e eu com a minha própria.
2017 foi um ano que vai ficar na memória.
Enquanto me descobria diabético tipo 2, meu tio materno, o querido Salvador, perdia a perna.
Dois meses e meio após, ia a óbito (como gostam os juristas); ou de encontro a morte (termo advindo da locução “mortem obire”, largamente utilizado por nós latinos tempos atrás).
Renomados endocrinologista e cardiologista de São Paulo, que afirmaram veemente que eu seria diabético para todo o sempre, mas “viveria normalmente” só com oito remédios.
A frustração de saber que fui o único responsável por tudo aquilo parecia que iria me matar antes da síndrome metabólica.
Foi aí que tudo mudou.
E o que me fez mudar foi o MEDO. É isso mesmo!
O MEDO da descoberta e de “ter que viver” com o DM2; de deixar minha mulher sozinha e não ver os meus filhos crescerem.
Não tive MEDO de morrer, pois aí tem-se o desfecho de tudo, mas de ficar incapacitado em cima de uma cama.
O MEDO foi meu melhor amigo no início da jornada e se transformou em tantos outros sentimentos, criou novos significados, que arrisco dizer que AMEI sentir MEDO.
Ele mostrou um retrospecto de repetidos insucessos, anos preciosos de uma vida perdidos.
Apontou que era minha a culpa de toda aquela situação e que eu não fazia ideia da dimensão dos problemas que me afligiam.
Mesmo num túnel escuro que vinha sendo minha vida, não fazia questão que me ajudassem.
Foi o MEDO que me fez encontrar a luz da minha existência.”
E mostrou que querer encontrá-la era apenas uma questão de vontade, que aquilo tudo fazia parte de uma fase ruim, mas que poderia passar. E passou!⠀
Fiquei triste, amargurado, mas fui capaz de me compreender.
Percebi o valor das oportunidades que tinha perdido. Entendi que o que passou não volta mais.
O MEDO me deu uma nova chance de poder desfrutar a alegria de reencontrar-me comigo mesmo.
Da impaciência, intolerância e raiva, sentidas como autopunição por anos de incompetência, a disciplina e o MEDO fizeram com que eu lutasse para me superar, para encontrar a minha própria realidade.
Fez com que eu acreditasse em mim mesmo; me amar. Esse amor me tornou mais forte para vencer todas as dificuldades.
Esse amor me fez encontrar a low-carb, numa melancólica busca no Google por “diabetes cura reversão dieta”, entre Marlboros, uísque e “otras cositas mas”.
Do blog do Souto, ao podcast e plataforma do Polesso, os toques diários da Paty Ayres e da relação intimista e consulta humanizada do Bomeny, descobri o mundo.
Mais que enxergar uma solução para minha vida, encontrei todo um novo mundo de verdades nutricionais e me apaixonei.
Pela facilidade de falar diversas línguas, estudei tudo que podia e ainda posso em todas elas.
Fui atrás de estudos, li publicações técnicas e menos rebuscadas, me tornei um ávido explorador dessa “novidade”.
E o tempo passou…
Lembram que eu comentei que iria resumir?
Já não o fiz, então vamos lá, tentando minimizar o tempo de leitura de vocês.
Lá se foram dois anos e cinco meses desde que comecei uma intrínseca relação com “essa tal de low-carb“, que de desconhecida tornou-se parceira.
Que em sua vertente cetogênica me curou do diabetes em três meses e meio, regulou meus marcadores e fez descobrir o que era me alimentar de verdade, retirar incontáveis remédios e usá-la como meio de ter de volta saúde.
De quebra, menos 60kg na conta.
Foi também “essa tal de low carb” que me fez fugir da “cultura da dieta”, fazer as pazes e reconstruir uma estrutura estável na relação com o que é comida de verdade, aprender sobre minhas escolhas alimentares e ser responsável sobre elas.
No meio do caminho, comecei a priorizar uma alimentação carnívora.
Perdi as contas de quantos tipos, cortes e quilos de carne comi e quanta saúde continuei a ganhar.
Pelo bel prazer me dei o direito em comer nuts, morangos, chocolate 100% e vinagrete e se pintar uma couve à mineira que tanto amo, coloco para dentro.
Não demonizo os vegetais, só que não faço questão de comê-los.
Ah, e beber vinho… o prazer de harmonizar um Pinot Noir, Tempranillo ou Merlot com um corte gorduroso e mal passado é inigualável.
Pelos benefícios da carne sigo em frente. Pela defesa da carne sigo informando. Pelo amor a carne sigo forte.
No final, a contagem continua.
Até agora, 900 dias que valeram a pena…um após o outro e para sempre!
Quando se encara a mudança como estilo de vida, vence-se.
É preciso mudar nossa visão da vida, saber o que é ou não bom para a gente.
Mudar a maneira de pensar e agir como um todo.
Esse é o caminho certo; o único caminho.
Mais que saúde, bem-estar e qualidade de vida, “essa tal de low-carb” trouxe ainda uma porrada de gente bacana, que sabia do que estava falando — e que se fosse relacionar aqui poderia incorrer no pecado de esquecer alguém.
A caminhada trouxe também um monte de gente “chata para caralho”, dona da verdade, que numa constante luta de egos, quis achincalhar minhas verdades.
“Caguei para todos.“
Revi meus conceitos, dei um basta no conformismo e ao senso comum.
Dei uma chance a diferentes abordagens para garantir, manter e devolver a minha saúde, assegurando uma vida plena e repleta de bem-estar.
Pensei fora da caixa. Questionei. Estudei. Quebrei paradigmas.
Simplesmente investi em mim.
A vida é assim mesmo. Com 14, 45 ou 80 anos, a gente sempre perde e sempre ganha.
Não existe milagre na vida espiritual nem material.
Amanhã vai ser um pouco do que a gente faz hoje.
O conhecimento é um pouco do que se aprende hoje.
Ou se aprende ganhando. Ou se aprende perdendo.
Quando se aprende com dor aprende-se mais, pois é sempre mais fácil esquecer uma alegria do que uma tristeza.
O mais importante é a gente ter o que realmente merece. O que realmente construiu.
Mesmo que a gente queira, a vida não para.
Estamos ficando velhos, a qualquer momento vamos embora.
Mas que tenhamos os anos que nos restam na plenitude de nossa existência.
Muito obrigado a todos que fizeram e ainda fazem parte desta história, sejam os médicos que me condenaram a doença eterna, os que até hoje exclamam “só pode ter sido bariátrica”, os novos médicos que se tornaram amigos pessoais, os seguidores do Instagram @comida_com_verdades com quem me relaciono diariamente.
Se hoje cheguei onde estou, com cada vez mais saúde, condicionamento físico, conhecimento e na incessante busca por essa qualidade de vida, é porque lembro com carinho do que fui um dia, das grandes burradas que fiz em tantos outros.
Para mim, esses foram os anos. Para mim não existe o antes e depois. Para mim sempre existirá o ANTES e o PARA SEMPRE.
Um grande abraço a todos.
Parabéns, Claudio
Que linda história, não?
Lendo esse belo relato, percebemos que mais do que “perda de peso”, o Claudio nessa jornada encontrou saúde, encontrou propósito, encontrou sentido.
E queremos registrar publicamente aqui nossos agradecimentos por ele ter se disposto a compartilhar esta história com todos nós.
Se você tem uma história bonita, mande para a gente: é só nos escrever um email que leremos com o maior prazer.
Dezenas de pessoas já compartilharam seus casos de sucesso — e é com muita alegria que abrimos este espaço para mais histórias inspiradoras.
Obrigado novamente ao Claudio pela história — e obrigado a todos que nos leem, e que criam essa rede incrível de pessoas unidas em busca de mais saúde, e uma vida melhor.
Pois, como o Claudio brilhantemente resumiu:
A qualquer momento vamos embora. Mas que tenhamos os anos que nos restam na plenitude de nossa existência.”
Sem mais, um forte abraço,
— Guilherme e Roney, do Senhor Tanquinho.
P.S.: Está perdido e não sabe por onde começar? Sugiro nosso livro com as 120 verdades alimentares que você precisa conhecer.
que máximo esse relato! Muito obrigada Claudio, Guilherme e Roney !
Muito obrigado, Maira.
Forte abraço.