Muitas pessoas iniciam a Dieta Cetogênica para emagrecer e se sentir bem.
E ela funciona de maneira espetacular: basta ver os diversos casos de sucesso e de antes e depois dessa dieta.
Mas outras pessoas gostam de manter este estilo alimentar especialmente para se manter em cetose nutricional.
Seja porque sentem a mente mais afiada assim…
Seja porque buscam a cetose para tratar alguma condição de saúde.
Afinal de contas, ela pode ser útil para diversas condições — de problemas neurológicos e enxaqueca, até doenças autoimunes e mesmo como tratamento adjuvante do câncer.
Por este motivo, elas ficam bastante preocupadas, e não querem sair deste maravilhoso estado metabólico.
Assim, uma pergunta constante que ronda suas mentes é a seguinte.
Será que isso vai me tirar da cetose?”
Esta pergunta é feita para os mais diversos tópicos.
Adoçantes, bebidas alcoólicas, proteína em excesso, e por aí vai.
Neste artigo, vamos falar sobre cada um desses itens — e como eles se relacionam com a cetose.
Então, leia o artigo até o final para ter um entendimento muito mais preciso sobre por que a cetose acontece — e como você pode se beneficiar dela.
Sendo que este é mais um artigo completo que oferecemos a você gratuitamente.
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Agora, vamos começar do básico: entendendo o que é a cetose, e por que entramos nesse estado.
Conteúdo do post:
O Que É E Como Funciona A Cetose?
De maneira resumida, a cetose é um estado em que o nosso corpo entra quando comemos muito pouco ou nenhum carboidrato.
Nesse caso, nosso organismo passa a usar as gorduras (tanto as da alimentação, quanto as do nosso corpo) como principal fonte de energia.
Isto é, a energia vinda da gordura é que vai passar a ser utilizada por nosso corpo.
Isso porque no estado de “cetose” nosso fígado vai quebrar as gorduras em moléculas chamadas corpos cetônicos, e são esses corpos cetônicos que vão fornecer a energia que precisamos.
Muitas pessoas buscam a cetose para emagrecer — no entanto, ela não é necessária para que ocorra a perda de peso.
Em vez disso, entenda que seguir uma alimentação como uma dieta cetogênica bem feita pode sim emagrecer — mas por conta de 3 motivos principais:
- Seu corpo vai aprender a queimar gordura como principal fonte de energia;
- Sua saciedade vai aumentar com uma alimentação cetogênica;
- Seus níveis de insulina ficarão mais baixos e controlados.
Desta forma, entenda que a cetose é um estado natural saudável do corpo, que acontece quando nosso corpo está em uma escassez de carboidratos.
Quanto Tempo Demora Para Entrar Em Cetose?
Acabamos de ver que a cetose é um estado natural e saudável do corpo.
E que você entra em cetose quando se alimenta de uma dieta baixa em carboidratos, e alta em gorduras (low-carb, high fat — LCHF) — por exemplo, a dieta cetogênica .
No entanto, esse estado não é um botão que você aperta e imediatamente entra nele.
Na verdade, seu corpo leva algum tempo para se ajustar e finalmente entrar no estado conhecido como cetose.
Mas quanto tempo?
Geralmente, leva algo em torno de 2 a 7 dias para entrar em cetose — dependendo do seu organismo, nível de atividade física, e do que você está comendo.”
De toda forma, muitas pessoas defendem a seguinte ideia.
De que a maneira mais rápida de se entrar em cetose é por meio do jejum intermitente (isto é, a abstinência voluntária de alimentos) por algumas horas — por exemplo, por 24 horas.
E, depois, adotar uma dieta com restrição de carboidratos líquidos a mais ou menos 20g por dia.
Lembrando-se sempre de ingerir bastante água, e também eletrólitos (como sódio, magnésio e potássio — que ajudam a evitar a “gripe low-carb” ou “gripe keto”).
Como Eu Sei Se Estou Em Cetose?
Existem cinco métodos para descobrir se você está em cetose e qual o grau de cetose:
- Fitinhas para medição de corpos cetônicos na urina,
- Medidor portátil de corpos cetônicos no sangue,
- Avaliação dos sintomas da cetose,
- Exame de sangue laboratorial,
- Medição de cetose pela respiração.
A forma mais popular de medir a cetose certamente são as fitas coloridas de medição pela urina, até por serem de baixo custo e fáceis de serem encontradas.
Porém, tenha em mente que elas podem ser bem imprecisas.
Normalmente, elas irão te dar no máximo uma ideia de se você está em cetose ou não.
As cores rosa ou roxo geralmente aparecem na tirinha se cetonas estiverem sendo produzidas em seu corpo.
Já as cores mais escuras geralmente indicam que você pode estar desidratado, o que implica em níveis de cetona mais concentrados em sua urina.
Você também pode tentar descobrir se está em cetose avaliando os sintomas típicos do início da cetose (eles não necessariamente aparecem todos juntos), tais como:
- Sensação de euforia;
- Clareza de raciocínio;
- Diminuição da sensação de fome;
- Mau hálito;
- Gosto metálico na boca;
- Dor de cabeça;
- Náusea;
- Fraqueza;
- Desregulação do sono;
- Necessidade mais frequente de urinar (muitas vezes o cheiro da urina pode mudar também);
- Mãos ou pés gelados.
A avaliação dos sintomas juntamente com a medição por fitinhas pode dar uma boa ideia do seu quadro de cetose.
Por outro lado, a forma mais confiável e precisa é medindo os níveis de cetonas no sangue.
Para isso, você vai precisar de um medidor portátil de cetonas no sangue, ou então fazer um exame sanguíneo em um laboratório.
Esses métodos irão lhe mostrar a quantidade de corpos cetônicos no sangue, que não são tão facilmente alterados através da hidratação (ou da falta dela).
As medições podem ser interpretadas da seguinte maneira:
- Cetose Leve: 0,5 – 0,8 mmol / L
- Cetose Média: 0,9 – 1,4 mmol / L
- Cetose Profunda: 1,5 – 3,0 mmol / L
Por fim, você ainda pode medir a cetose pela respiração.
Existem alguns aparelhos que realizam essa medição, e os testes preliminares parecem mostrar uma boa correlação entre as indicações dos aparelhos de respiração com os exames sanguíneos.
Mas talvez você esteja se perguntando agora: por que motivos, afinal de contas, nós entramos em cetose em primeiro lugar?
É isso que vamos ver agora.
Por Que Entramos Em Cetose?
Para responder essa pergunta, é interessante entender o que faz o corpo “decidir” se ele vai entrar em cetose ou não.
Para essa decisão, o fator mais determinante é a presença de glicogênio no fígado.
(Glicogênio é, de maneira resumida, uma maneira que nosso corpo usa para armazenar carboidratos.)
Se você quiser saber como isso funciona, vou deixar uma explicação mais técnica no quadro abaixo.
Caso não queira os detalhes da bioquímica neste momento, pule direto para a parte do “resumindo” (ninguém vai te julgar).
O glicogênio no fígado induz a formação de Malonil-CoA (malonil coenzima A) pela carboxilação da Acetil-CoA. [1]
A Acetil-CoA é utilizada em muitos processos, sendo o principal substrato utilizado pelo corpo na criação de corpos cetônicos. [2]
Isto significa que, quando o corpo não tem carboidratos disponíveis, as gorduras devem ser quebradas em Acetil-CoA para gerar energia.
E essa Acetil-CoA não é reciclada através do ciclo do ácido cítrico.
Porque os intermediários do ciclo do ácido cítrico (principalmente o oxaloacetato) foram depletados para alimentar a via metabólica da gliconeogênese (que veremos abaixo).
Assim, o acúmulo de Acetil-CoA resultante desse processo ativa o mecanismo de produção de corpos cetônicos — em outras palavras, a cetose.
Isso quer dizer que, quando há mais Acetil-CoA do que oxaloacetato, a Acetil-CoA se torna acetoacetato — um tipo de corpo cetônico [3].
Em português claro: como o oxaloacetato vem dos carboidratos, a conclusão é que, caso não existam carboidratos no seu corpo, você não sairá da cetose.
Essa regra tem algumas exceções, que veremos abaixo.
Resumindo: O corpo humano é tão preparado para o estado de cetose que o atinge facilmente.
Para entrarmos em cetose, basta que nossos estoques de glicogênio estejam baixos.
Relacionado: Conheça nosso cardápio para 147 dias de dieta cetogênica + livro de receitas.
Por Que Os Humanos Entram Em Cetose Tão Facilmente?
É interessante notar que os humanos entram em cetose mais rapidamente do que qualquer outro animal no planeta.
Normalmente, leva algo entre 24 e 72 horas para entrarmos em cetose.
E o motivo para toda essa agilidade é que temos um cérebro muito grande (relativamente ao tamanho dos nossos corpos).
Colocando em perspectiva: nosso cérebro pesa apenas 2% do peso do nosso corpo.
No entanto, ele necessita de cerca de 400 kcal por dia.
Isso pode não parecer muito, mas para a maioria das pessoas isso corresponde a cerca das 25% da demanda total de energia diária.
Esses valores são bem diferentes para outros animais: a maioria deles utiliza apenas algo entre 2% e 8% de seu metabolismo basal para alimentar o cérebro.
Isso significa que a nossa pequena reserva de glicogênio no fígado (de cerca de 100g de carboidratos, ou 400 kcal) é a única fonte interna de glicose para o nosso cérebro.
Ou seja, assim que essas 400 kcal são consumidas por nosso cérebro — o que leva cerca de 24 horas —, não existem outras fontes de glicose a serem utilizadas.
E, após esse período relativamente curto, nosso corpo necessita encontrar uma outra maneira de fornecer energia para o cérebro — e é aí que entra o papel da cetose.
Como vimos, esses 100g de glicogênio duram cerca de 24h.
Então, podemos dizer que o cérebro consome cerca de 4g de glicose por hora.
Essa conclusão é interessante, e nos leva a outro ponto… que pode servir para te deixar mais tranquilo.
Por exemplo, imagine que você coma uma batata, que tem cerca de 20g de carboidratos, e isso o tirou do estado de cetose.
Mesmo que apenas o seu cérebro fosse utilizar a glicose ingerida (sendo que na verdade não é só esse órgão que vai usar esses carboidratos glicose)… poderíamos considerar uma estimativa de “taxa de consumo” de 4 gramas de glicose por hora.
Então, perceba que, mesmo você saindo da cetose, retornaria a ela em cerca de apenas 5 horas — na pior das hipóteses.
Resumindo: Um corpo adaptado a queimar gordura como combustível consegue sair e retornar ao estado de cetose em poucas horas.
Chamamos isso — essa capacidade tanto de queimar carboidratos quanto de queimar gordura — de flexibilidade metabólica.
Pessoas que têm condições como a resistência à insulina não têm tanta flexibilidade metabólica assim.
Como O Cérebro Consegue Energia Quando Acabam As Reservas De Glicose?
Conforme explicamos acima, quando não há glicose disponível em seu organismo, nosso corpo se encarregará de produzir corpos cetônicos para que o cérebro possa continuar funcionando.
Afinal, esse grande órgão necessita de energia — e ela precisa vir de algum lugar.
Então, se a fonte dessa energia não for a glicose, o que poderia ser?
A única saída são os corpos cetônicos.
E uma pergunta que pode te ajudar a saber mais sobre “se você saiu da cetose ou não” é a seguinte.
De onde vem a energia do seu cérebro neste momento: da glicose ou dos corpos cetônicos?”
Essa pergunta é útil pelo seguinte motivo: a qualquer momento, nosso cérebro precisa de energia.
E — uma vez que o nosso cérebro não consegue oxidar ácidos graxos diretamente (ele só consegue queimar ou glicose ou cetonas) — ou ele está obtendo a energia da glicose, ou dos corpos cetônicos.
Então, qualquer quantidade de energia que a glicose não estiver suprindo — mesmo que sejam apenas 50 kcal — será compensada com a produção de corpos cetônicos.
Resumindo: Nosso cérebro precisa de energia o tempo todo, e essa energia vem da glicose ou dos corpos cetônicos.
Se você está consumindo pouca glicose, irá produzir corpos cetônicos para alimentar o cérebro — e não há nada de errado com isso. Não é perigoso nem nada assim.
Aliás, mesmo se você não ingerir glicose alguma (como no caso de uma dieta carnívora), seu corpo ainda terá glicose suficiente para alimentar o cérebro.
Pois o corpo é capaz de produzir sua própria glicose, na chamada gliconeogênese — que é o assunto da nossa próxima pergunta.
A Gliconeogênese (GNG) Pode Atrapalhar A Cetose?
Caso você não saiba, a gliconeogênese é basicamente a via metabólica por meio da qual o corpo produz glicose por meio de fontes que não sejam carboidratos — como, por exemplo, por meio dos aminoácidos obtidos na alimentação.
Neste artigo, não vamos discutir se “comer muita proteína” impacta a dieta cetônica — até porque já falamos sobre isso neste post sobre excesso de proteína na dieta cetogênica.
Sendo assim, vamos focar apenas na gliconeogênese (GNG).
Ao contrário do que algumas pessoas acreditam, GNG e cetogênese podem acontecer juntas — e, de fato, elas ocorrem juntas o tempo todo.
Conforme um estudo mostrou [4]:
As mudanças hormonais associadas a uma dieta de baixo carboidrato incluem a redução dos níveis de insulina em circulação, e o aumento dos níveis de glucagon.
Isso ativa (as enzimas) fosfoenolpiruvato carboxiquinase, frutose 1,6-bisfosfatase, e glucose 6-fosfatase e também inibe (as enzimas) piruvato cinase, 6-fosfofruto-1-cinase, e glucocinase.
Essas mudanças favorecem a gliconeogênese. Contudo, o corpo limita a utilização de glicose para reduzir a necessidade de gliconeogênese.
Ou seja, como o corpo não usa muita glicose quando ela não está realmente disponível (pois nosso corpo é bem inteligente), então nesse cenário ele não necessita realizar a gliconeogênese tanto assim.
Isso é popularmente resumido na seguinte frase.
A gliconeogênese acontece muito mais pela demanda (de glicose) do que pela oferta (de substratos para que ela ocorra).”
De fato, é mínima a diferença na quantidade de glicose criada via GNG na dieta cetogênica em relação à quantidade criada em uma dieta rica em carboidratos. [5]
Resumindo: O corpo está sempre produzindo um pouquinho de glicose via GNG: isso acontece até mesmo em diabéticos tipo 2 com dietas cheias de açúcar.
Mas nosso corpo não tem motivos para produzir muita glicose quando sua fonte principal de energia está sendo os ácidos graxos.
Entendi Que A Gliconeogênese E A Cetose Acontecem Juntas. Mas O Que Acontece Com A Glicose Gerada Via GNG?
É bem seguro assumir que essa glicose será utilizada pelo corpo.
No entanto, mesmo que nem toda essa glicose seja utilizada imediatamente, a glicose resultante da gliconeogênese não vai atrapalhar a cetose.
Isso acontece porque o próprio processo da gliconeogênese usa o oxaloacetato disponível (veja o caminho bioquímico em [6]).
In essence, this means that regardless of glucose produced or metabolized via GNG, the oxaloacetate provided is likely to be retaken up as necessary to be used for GNG instead of beta oxidation of acetyl-CoA, meaning that acetyl-CoA can become a ketone. Yay!”
Em essência, isso significa que, independentemente da glicose (que foi produzida via GNG), o oxaloacetato fornecido será reutilizado pela GNG.
Isso significa que o acetil-CoA não vai sofrer beta-oxidação.
O que significa que ele pode se tornar uma cetona.
Ou seja: a glicose gerada via gliconeogênese não vai interromper sua cetose.
Resumindo: Não se preocupe com toda essa bioquímica. Siga nosso cardápio cetogênico e seja feliz.
Isso É Verdade Mesmo Se Eu Consumir Toda A Proteína Do Meu Dia De Uma Vez?
Sim, o raciocínio é o mesmo. E por quê?
Porque não importa quão grande seja o pico da insulina: sem carboidratos, não saímos da cetose.
(Mencionamos isso porque a proteína tem sim um potencial de elevar a insulina, mesmo que ela não eleve a glicemia sanguínea.)
Pois os carboidratos são necessários para o fornecimento de oxaloacetato.
Por fim, vale lembrar que as proteínas também elevam o glucagon, tanto quanto a insulina — e o glucagon tem o poder de aumentar a cetose. [7]
Resumindo: Independentemente da quantidade e do momento do consumo de proteínas, você não precisa se preocupar: essa proteína não vai te tirar do estado de cetose nutricional.
Mas Os Picos De Insulina Não Nos Tiram Da Cetose?
Podemos dizer que os picos de insulina até poderiam nos tirar do estado de cetose por algum tempo.
Entretanto, não por tempo suficiente para que você tenha de se preocupar com eles.
Isso acontece porque a insulina é rapidamente assimilada.
Nesse sentido, podemos referenciar um estudo [8] em que um homem ficou em jejum por quase um mês.
Seu índice de corpos cetônicos estava inicialmente alto (14 mmol/l), quando ele recebeu uma injeção de insulina (em torno de 0,1UI/kg, ou seja, 7-8UI).
(Pessoas diabéticas tipo 1 sabem exatamente o quanto isso significa.)
Por cerca de 30 minutos após a injeção, tanto seus corpos cetônicos quanto sua glicemia caíram, e houve uma captação massiva de corpos cetônicos pelo cérebro.
Com isso, a produção de novos corpos cetônicos foi paralisada.
Todavia, devido à rápida assimilação da insulina, dentro de 30 minutos seus corpos cetônicos começaram a reaparecer.
Ou seja, mesmo com a injeção de insulina, esse processo não durou muito tempo — justamente porque não houve fornecimento de oxaloacetato.
Resumindo: Picos de insulina por si só não devem ser motivo de preocupação, pois essa insulina é rapidamente assimilada por nosso organismo.
Relacionado: Conheça nosso cardápio para 147 dias de dieta cetogênica + livro de receitas.
Se A Frutose Não Leva A Um Pico De Glicemia, Isso Significa Que Eu Não Sairei Da Cetose Quando Comer Frutose?
Apesar desse raciocínio parecer certo, na verdade podemos dizer que a frutose é o carboidrato mais “anti-cetose” que existe.
Isso porque esse açúcar só pode ser metabolizado no fígado, que é o único órgão do nosso corpo que produz as enzimas necessárias para isso.
Dessa forma, a frutose acaba por restabelecer rapidamente os depósitos de glicogênio do fígado.
O que praticamente garante uma saída (temporária) do estado de cetose.
Então, para permanecer em cetose, o melhor é evitar a frutose.
Neste contexto, se gosta de frutas, faz sentido optar pelas frutas mais baixas em carboidratos (frutas low carb) que encontrar.
Sendo que já explicamos em mais detalhes sobre as frutas na dieta cetogênica em outro artigo.
Mas, se você quer uma regra prática, aqui vai: podemos estimar que, em média, 50% dos carboidratos das frutas são do tipo frutose.
(Assim como o açúcar de mesa comum, sacarose, também é metade frutose.)
Vale lembrar que a glicose pode ir diretamente para os depósitos de glicogênio dos músculos, porém o mesmo não acontece com a frutose.
Portanto, se você tivesse que optar por comer, por exemplo, 10g de carboidratos, e não sair da cetose… Seria preferível comer 10g de amido (presente em alimentos como batata, arroz, feijão) do que 10g de frutose.
Pois a frutose precisa necessariamente ser metabolizada no fígado antes de qualquer outra coisa.
Resumindo: Se quiser permanecer em cetose, evite o consumo de frutose.
Existe Algo Na Gordura Ingerida Na Dieta Que Pode Torná-la “Anti-Cetose”?
Gordura é primariamente cetogênica (90%) mas também tem um sutil efeito anti-cetose (10%).
Isso porque 10% do total de gorduras ingeridas acabarão por aparecer na corrente sanguínea como glicose (por meio da conversão da porção de glicerol dos triglicerídeos).
Então, se 180 gramas de gordura são oxidadas (queimadas) por dia, isso fornecerá 18 gramas de glicose por dia devido à conversão do glicerol.
Mas isso não é motivo algum para preocupação: em termos dos nutrientes que podemos ingerir (gorduras, proteínas, carboidratos), as gorduras são o mais “pró-cetose” de todos.
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Os Adoçantes Artificiais Podem Me Tirar Da Cetose?
Alguns adoçantes artificiais se transformam em glicose quando metabolizados.
Na tabela abaixo temos alguns exemplos de adoçantes e seus respectivos índices glicêmicos.
Adoçante | Tipo | Índice Glicêmico |
Alitame | Adoçante Artificial | 0 |
Aspartame | Adoçante Artificial | 0 |
Ciclamato | Adoçante Artificial | 0 |
Neotame | Adoçante Artificial | 0 |
Sacarina | Adoçante Artificial | 0 |
Sucralose | Adoçante Artificial | 0 |
Açúcar Invertido | Açúcar Modificado | 60 |
Caramelo | Açúcar Modificado | 60 |
Xarope De Agave | Açúcar Modificado | 15 |
Xarope De Malte De Cevada | Açúcar Modificado | 42 |
Açúcar De Coco | Açúcar Natural | 35 |
Mel | Açúcar Natural | 50 |
Xarope De Bordo | Açúcar Natural | 54 |
Xarope de Sorgo | Açúcar Natural | 50 |
Curculina | Adoçante Natural | 0 |
Miraculin | Adoçante Natural | 0 |
Monelina | Adoçante Natural | 0 |
Pentadin | Adoçante Natural | 0 |
Stevia | Adoçante Natural | 0 |
Taumatina | Adoçante Natural | 0 |
Xarope Yacon | Adoçante Natural | 1 |
Dextrose | Açúcar | 100 |
Frutose | Açúcar | 25 |
Galactose | Açúcar | 25 |
Glicose | Açúcar | 100 |
Lactose | Açúcar | 45 |
Maltodextrina | Açúcar | 110 |
Maltose | Açúcar | 105 |
Sacarose | Açúcar | 65 |
Trealose | Açúcar | 70 |
Eritritol | Alcoóis de Açúcar | 1 |
Glicerina | Alcoóis de Açúcar | 5 |
Isomalte | Alcoóis de Açúcar | 2 |
Lactitol | Alcoóis de Açúcar | 3 |
Maltitol | Alcoóis de Açúcar | 35 |
Manitol | Alcoóis de Açúcar | 2 |
Sorbitol | Alcoóis de Açúcar | 4 |
Xilitol | Alcoóis de Açúcar | 12 |
Caldo De Cana | Extrato de Açúcar | 43 |
Inulina | Fibra de Açúcar | 1 |
Oligofrutose | Fibra de Açúcar | 1 |
O IG (índice glicêmico) não trabalha sempre como uma comparação direta com a glicose — já que a frutose não eleva a glicose no sangue mas tira você da cetose.
Sendo assim, um modo simples de utilizar a tabela é o seguinte:
- Caso o adoçante em questão tenha um IG acima de 5, conte grama por grama como equivalente a qualquer outro carboidrato (isto é, 1g de adoçante = 1g de carboidratos).
- Já para os adoçantes com IG abaixo de 5, conte cada 3g de adoçante como 1g de carboidratos (3g de adoçante = 1g de carboidrato)
Com isso, você ainda pode consumir os adoçantes, desde que você permaneça abaixo de seu limite diário de consumo de carbs.
De toda forma, gostamos de optar por adoçantes como eritritol e stevia — porque eles têm índice glicêmico baixo, e pouca quantidade de carboidratos digeríveis ou carboidratos líquidos.
(Os carboidratos líquidos são aqueles que efetivamente são absorvidos pelo seu organismo.)
Veja a comparação entre xilitol, eritritol, e stevia.
Resumindo: Eu não me preocuparia demais com os adoçantes artificiais e a cetose.
Em vez disso, minha preocupação seria por eles serem alimentos não-naturais, e poderem causar desequilíbrios na microbiota.
Se você tem problemas intestinais (como síndrome do intestino irritável), aí sim eu me preocuparia. Neste caso, confira o Sistema do Intestino Inteligente.
Isso Significa Que Posso Mascar Chicletes Sem Açúcar Na Dieta Cetogênica?
Sim, isso significa que chicletes e gomas de mascar livres de açúcar (como os chicletes da marca Trident) podem ser consumidos na dieta cetogênica, sem tirar você da cetose.
Ao mesmo tempo, como nosso foco não é apenas “a cetose pela cetose”, e sim obter todo um estilo de vida saudável.
Justamente por isso, não incentivamos o abuso de chicletes — que muitas pessoas usam para “enganar a fome”, “domar a ansiedade” ou disfarçar outros hábitos ruins, sem entrar na raiz do problema.
Por exemplo, nos casos acima, o chiclete disfarça, mas não resolve, dois problemas reais.
Um deles você resolve cuidando do potencial de saciedade da sua dieta, e o outro você resolve encarando de frente os problemas ou questões que estão gerando ansiedade.
Veja esta entrevista com a psicóloga Denise Lahutte sobre ansiedade e comer emocional.
De maneira resumida, eu diria que um chiclete aqui e outro ali não devem ser motivo de preocupação — e nem vão tirar você da cetose.
E O Álcool, Me Tira Da Cetose?
Quando o álcool presente nas bebidas (chamado de etanol) entra em nosso corpo, passa por várias etapas até ser metabolizado pelo fígado em Acetil-CoA. [9]
Esse processo não gera nenhuma molécula de glicose ou oxaloacetato.
Na verdade, se você não consumir carboidratos juntamente com álcool, esse processo todo irá aumentar a quantidade de corpos cetônicos (cetose) em sua corrente sanguínea, porque a proporção entre Acetil-CoA e oxaloacetato será ainda maior (o corpo tenta limpar o Acetil-CoA transformando-o em mais corpos cetônicos).
O lado negativo é que gerando mais Acetil-CoA no organismo, o álcool faz com que seu corpo pare de usar sua reserva de gordura estocada para criar mais Acetil-CoA, portanto reduzindo a perda de peso.
(Soma-se a isso o fato de álcool possuir cerca de 7,1 kcal por grama.)
De toda forma, se for beber, o ideal é consumir poucas ou nenhuma gordura e carboidratos por algumas horas antes, durante e algumas horas depois da bebedeira.
Neste caso, note que isso só acontece ao falarmos do álcool, isoladamente: porque você ainda tem de considerar a quantidade de carboidratos da sua bebida. Por exemplo, vinhos secos têm bem poucos carboidratos, enquanto a cerveja tende a ter bastante.
(Explicamos mais sobre o consumo de álcool em uma dieta low-carb neste artigo aqui: A Verdade Sobre o Álcool, o Emagrecimento e a Hipertrofia.)
Resumindo: O álcool não necessariamente tira você da cetose, mas pode atrapalhar sua perda de peso.
Cetose E Oleaginosas, Laticínios e Café — Tiram Da Cetose?
Basicamente, o que você deve fazer é olhar a tabela nutricional desses alimentos.
Assim como qualquer outro alimento, você deve ver a quantidade de carboidratos.
Mantenha a sua mente com foco em responder a seguinte pergunta:
Quantos carboidratos serão fornecidos? Esses alimentos vão extrapolar o seu limite diário de carboidratos?”
Pois não há nada de mágico com esses alimentos que te fará sair da cetose por si só.
Algumas oleaginosas têm mais carboidratos do que outras — por exemplo, a castanha de caju tem mais do que a castanha do Pará.
Mas não há nada com o que se preocupar a respeito destes alimentos além da quantidade de carboidratos.
E como ela se encaixa na sua ingestão de carboidratos do dia.
Assim como muitas pessoas se sentem melhor ao remover os leite e seus derivados — incluindo queijos, iogurtes, e creme de leite — da alimentação.
Mas não é por causa da cetose — e sim por conta de outras questões (como intolerância à lactose ou alergia à caseína).
Já com relação ao café, pode ficar tranquilo: pois a cafeína não te tira da cetose e nem gera picos de insulina.
Resumindo: Não há alimentos (ou categorias de alimentos) mágicos em relação à cetose.
Pense no seu cardápio cetogênico como um todo. Aqui sugerimos a maneira ideal de pensar nele.
Tenho De Me Preocupar Com Os Excipientes Nas Pílulas?
Muitas pessoas têm dúvidas sobre remédios e pílulas — tanto sobre elas quebrarem o jejum quanto sobre atrapalharem na cetose.
No entanto, esse medo de que tomar uma ou duas pílulas de remédios ou suplementos atrapalharia sua cetose é totalmente injustificado.
Para dar contexto, primeiro é importante entender que as pílulas contêm excipientes (substâncias para preenchimento) das mais variadas.
Desde açúcar puro, até amido ou maltodextrina, passando por lactose, talco, ou outras substâncias inertes ou inofensivas.
Porém, mesmo se adotássemos o pior cenário possível — aquele em que a pílula seria feita de puro açúcar — você não precisaria se preocupar.
Isso porque a sua pílula provavelmente pesa menos de 1g (a maioria delas pesa menos de 0.5g).
Portanto, nem mesmo nesse “pior cenário possível” você estaria ingerindo mais do que apenas 0,5g de carboidratos.
O que não é suficiente para estragar a sua dieta cetogênica — se ela for baseada em um cardápio bem-feito.
Porém, se você é uma pessoa metódica e que gosta de levar em conta os mínimos detalhes, sinta-se à vontade para acrescentar esse 0,5g em sua contagem de carboidratos.
Resumindo: Tome seus remédios conforme orientado pelo médico. Não é o excipiente da pílula que vai atrapalhar seus resultados.
O Glutamato Monossódico (GMS) Pode Me Tirar Da Cetose?
O glutamato monossódico (GMS) é uma molécula de sódio ligada a uma molécula de glutamato, muito presente em temperos, como a maioria dos molhos shoyu do mercado.
O glutamato é um aminoácido glicogênico não essencial que pode ser convertido em glicose.
(O glutamato “de verdade” — isto é, sem ser a variedade de glutamato monossódico — é responsável pelo sabor “umami”, e está presente em alimentos como o caldo de ossos. [10])
Porém, geralmente ninguém consegue comer glutamato monossódico suficiente para que esse efeito seja significativo.
Uma refeição gostosa e bem temperada não possui mais do que alguns miligramas de GMS.
Ou seja: dificilmente você conseguiria comer a quantidade necessária de carboidratos para te tirar totalmente da cetose apenas temperando sua comida.
Porém, caso você deseje retirar o glutamato monossódico da sua dieta por outras questões (por alguma sensibilidade a ele, por exemplo), sinta-se à vontade também.
Resumindo: Não se preocupe com o glutamato monossódico e a cetose. Você pode querer tirá-lo da alimentação por outros motivos, mas ele não deve atrapalhar sua dieta cetogênica.
E O Sal Comum, Quebra A Cetose?
Não.
O sal — seja o sal grosso, o sal refinado, o sal marinho, o sal do Himalaia, ou outra variação — também não tem carboidratos, e não quebra a cetose.
Na verdade, consumir mais sal pode ser inclusive benéfico num contexto de cetose e dieta cetogênica.
Justamente porque, com os níveis de insulina mais baixos, tendemos a eliminar mais água e sais minerais — pela urina, por exemplo.
E a tendência natural é repor a água de acordo com nossa sede.
Todavia, muitas vezes não repomos os eletrólitos (como sódio, magnésio, potássio) adequadamente.
E a solução é mais simples do que tomar um suplemento ou qualquer coisa assim: muitas vezes, basta ingerir mais sal para regular sua ingestão de sódio.
Ah, e se você tem algum tipo de temor a respeito do sal, já adiantamos: não existem evidências de que o consumo de sal (numa alimentação baseada em comida de verdade) faça mal.
Como Sair Da Cetose?
Passamos a maior parte deste artigo avaliando se determinados alimentos, bebidas, e afins fariam você sair da cetose.
E vimos em detalhes alguns que certamente vão tirar você da cetose (como consumir bastante frutose) e alguns que não vão tirar você deste estado metabólico (como tomar café e ingerir sal).
No entanto, talvez você esteja se perguntando o seguinte.
E se eu quiser sair da cetose… qual a melhor forma de sair da cetose, e dar uma pausa na minha dieta cetogênica?”
Sendo que esta pergunta até faz sentido: afinal de contas, se você passou um tempão evitando carboidratos, como será que é a melhor forma de voltar a inseri-los na sua alimentação, e de sair da cetose?
Pela nossa experiência, a melhor forma é fazer isso aos poucos — e sempre priorizando comida de verdade, pouco processada.
Isto é: se você comia 20g de carboidratos digeríveis por dia, e agora deseja sair da cetose, e comer um pouco mais de carboidratos, sugerimos que aumente este número para algo como 50g por dia, ou 70g por dia.
Isso não significa que você precise pesar os alimentos, ou ficar paranóico com esses números: porque isso pode ser tão simples quanto acrescentar algumas batatas junto do seu almoço, e um pouco a mais de fruta na sobremesa.
(Incluindo frutas como laranja, morango, e kiwi, por exemplo.)
Basicamente, a ideia aqui é que você não saia de uma dieta com 30g de carboidratos num dia, para 300g no dia seguinte.
Isso pode causar problemas intestinais (incluindo intestino preso), inchaço e retenção de líquidos, além de fadiga e sono — segundo relatos de muitos de nossos alunos que, por algum motivo, resolveram ignorar essa estratégia.
Ou, falando em termos de alimentos: se você come uma dieta baseada em carnes, ovos, legumes, folhas, algumas frutas e castanhas…
Pode acrescentar frutas doces e raízes, e/ou um pouco a mais de chocolate 70% cacau.
Vai ser bem melhor fazer estes acréscimos do que simplesmente mudar a sua alimentação toda da noite para o dia — e começar a baseá-la em pão, macarrão, açúcares, farinhas e afins.
Resumindo: Se quiser sair da cetose ou da dieta cetogênica, basta comer um pouco a mais de carboidratos. O ideal não é mudar a alimentação inteira da noite para o dia — em vez disso, adicione aos poucos os alimentos de que sente falta, e vá observando os resultados e como você se sente.
Sair Da Cetose — Conclusão E Palavras Finais
Neste artigo, você viu algumas questões comuns relativas à cetose: adoçantes, laticínios, proteínas…
E até algumas menos óbvias: como picos de insulina e glutamato monossódico.
Na nossa opinião, é fascinante aprender mais sobre o corpo humano e seu funcionamento.
Mas a verdade é uma só: que tudo isso, por mais interessante que seja… não é necessário para ter saúde e emagrecer.
Se o seu objetivo com a dieta cetogênica é apenas emagrecer e se sentir bem, então você pode pular todos esses detalhes técnicos.
E simplesmente seguir um cardápio cetogênico que emagrece.
Você não terá que pensar em nutrientes, saciedade, relação proteína-energia, quantidade de carboidratos líquidos, nem nada disso — porque eu já pensei para você.
No estilo alimentar cetogênico bem formulado (conforme ensinamos em nosso Cardápio Tanquinho De Low-Carb E Cetogênica), estar em cetose é apenas uma consequência do seu estilo de vida — e não seu foco principal.
Afinal de contas, você vai perceber
- no seu ganho de disposição,
- na sua perda de peso,
- nas roupas ficando mais folgadas,
- na pele ficando melhor, e
- nos elogios de todos ao seu redor…
Que está tudo dando certo.
Sem precisar medir a cetose. Ou se preocupar com vias metabólicas complexas.
Basta seguir o cardápio — que os resultados certamente virão.
No momento em que escrevemos este artigo, mais de 12.143 pessoas já estão seguindo este estilo alimentar, e colhendo resultados incríveis.
Estamos animados para ter você com a gente neste grupo.
>>> Sim, quero emagrecer com o cardápio da dieta cetogênica
Nos vemos no treinamento!
Forte abraço,
— Guilherme e Roney, do Senhor Tanquinho.
Sair Da Cetose — Referências
Para tornar a leitura mais fluida, agrupamos nesta seção algumas das referências usadas para a elaboração deste artigo.
Algumas delas são estudos científicos, que usamos para mostrar situações específicas.
Enquanto outras são explicações de processos bioquímicos do corpo já bem estabelecidos. Nesses casos, optamos por indicar a explicação fornecida pela Wikipedia (em inglês).
Você pode ter acesso a um livro físico que reúne em linguagem simples (e com mais de 300 referências bibliográficas) tudo o que a ciência reúne de melhor sobre alimentação e saúde: conheça o livro Saúde Sem Mitos.
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Muito bom, gostei, bastante esclarecedor, vcs estão de parabéns.
Olá Severino. Muito obrigado!