Tradução, adaptação e finalização por Guilherme Torres e Roney Fernandes. O texto original está aqui.
É importante se lembrar: este site tem caráter puramente informativo, e nada do que está aqui substitui o aconselhamento médico.
A ideia é informar nossos leitores para poderem ter conversas embasadas com seus profissionais de saúde de confiança – e não “curar” nenhuma doença específica.
O sistema imunológico humano é realmente surpreendente.
De nossa pele, passando por nossas células-T até nossa medula óssea, ele nos protege contra constantes tentativas de invasão por bilhões de vírus, bactérias e fungos todos os dias.
Mesmo assim, ocasionalmente o mundo moderno consegue ultrapassar os limites do nosso corpo.
Sendo que, por vezes, o resultado é simplesmente uma doença que não temos como combater – como aquelas causadas por superbactérias resistentes a antibióticos que causam pânico ao redor do mundo.
Mas as doenças fatais não são exatamente uma novidade do mundo moderno.
Afinal de contas, a natureza tem criado, ao longo de todo esse tempo, inúmeros patógenos perigosos (varíola, peste bubônica, etc).
O que é realmente diferente em relação ao ambiente moderno é o surgimento de doenças autoimunes – isto é, distúrbios que fazem seu sistema imunológico atacar seu próprio corpo como se fosse um invasor de fora.
A maioria das doenças autoimunes individuais são bastante raras, mas estima-se que 23,5 milhões de norte-americanos têm alguma doença desse tipo – e esses números estão crescendo.
Observando o gráfico que mostra a incidência de algumas doenças autoimunes mais conhecidas desde a década de 1950.
Claramente, algo está acontecendo.
O único problema é que ninguém sabe exatamente o que: não sabemos ao certo o que causa a autoimunidade e não possuímos a cura para qualquer uma dessas doenças, apenas várias maneiras de lidar com os sintomas.
Se você sofre de uma doença autoimune, a primeira coisa a se lembrar é: não há respostas fáceis – o que existem são tentativas de pessoas que sofrem com doenças autoimunes de viver de uma maneira melhor e com menos desconforto.
De toda maneira, o gráfico sugere fortemente que pode haver algo exclusivo do mundo moderno que desencadeia essas doenças.
Por isso, no artigo de hoje vamos analisar o que sabemos (ou, pelo menos, o que achamos que sabemos) sobre essas doenças, e o que isso pode significar no mundo real.
Conteúdo do post:
O Que É Autoimunidade E Doença Autoimune?
Uma das principais tarefas do sistema imunológico é a distinção entre o que pertence ao corpo e o que não pertence.
Materiais não-pertencentes ao corpo (como vírus e bactérias) precisam ser identificados e destruídos antes que eles causem alguma doença.
Já as substâncias que fazem parte de você (isto é, seu próprio corpo) precisam ser preservadas.
Em doenças autoimunes, a identificação por parte do sistema imunológico falha.
E, com isso, seu corpo fica no meio de um “fogo amigo”, resultado de uma resposta imunológica.
Esse fenômeno pode tanto afetar o corpo como um todo quanto alguma parte específica dele.
Doenças autoimunes incluem alguns nomes conhecidos – e alguns outros que você provavelmente nunca ouviu falar.
A lista da Associação Americana de Doenças Relacionadas à Autoimunidade (do inglês, AARDA) para doenças autoimunes inclui problemas amplamente variáveis como:
- diabetes tipo 1,
- doença de Graves,
- psoríase,
- doença celíaca,
- esclerose múltipla,
- e doença de Lyme.
E ainda mais doenças são “relacionadas à autoimunidade”: algumas têm algum tipo de componente autoimune, mesmo não sendo doenças autoimunes propriamente ditas.
(Para baixar sua tabela exclusiva de alimentos permitidos e proibidos para este protocolo autoimune, clique aqui.)
O Que Causa A Autoimunidade E As Doenças Autoimunes?
Ainda não foi descoberta nenhuma causa clara do que provoca a autoimunidade.
No entanto, atualmente acredita-se em um modelo com algumas hipóteses bem aceitas sobre sua causa.
De acordo com o modelo, a autoimunidade requer pelo menos dois (e possivelmente três) fatores:
O primeiro fator seria uma predisposição genética ao desenvolvimento da autoimunidade.
O segundo fator seria algum tipo de gatilho ambiental (isto é, algo relativo ao meio em que a pessoa vive) que faz com que a reação autoimune se desencadeie.
Tal gatilho pode ser um alimento específico – o exemplo mais famoso é o glúten para a doença celíaca – mas também pode ser qualquer outro fator ambiental.
(Por exemplo, algumas infecções podem desencadear condições autoimunes na tireoide – e certas toxinas encontradas no meio também podem desempenhar algum papel.)
E o terceiro seria a permeabilidade da parede intestinal (ou “intestino permeável”, e que também é um problema que pode ser causado pelo trigo).
(Sendo que a permeabilidade da parede intestinal é a causa “potencial” que mencionamos acima.)
Se formos analisar os três fatores, podemos notar que, embora a genética seja um fator importante, o DNA do ser humano não se modificou suficientemente desde os anos 1950 a ponto de justificar o grande aumento dos casos de doenças autoimunes.
Por isso, de modo a tentar explicar o recente aumento nas doenças autoimunes, vamos focar nos outros dois fatores: gatilhos ambientais e permeabilidade intestinal.
Então, as perguntas que queremos responder são:
- Que tipos de “gatilhos ambientais” poderiam fazer os sistemas imunológicos de tantas pessoas ficarem tão desregulados?
- Como o intestino se relaciona com a doença autoimune?
A Autoimunidade E A Dieta Moderna: Fatores Ambientais
Primeiro, vamos começar com fator de número 2 da lista acima: o ambiente em que vivemos.
Quais as características do ambiente moderno (comida, estilo de vida ou outros fatores) que podem contribuir para a autoimunidade?
Autoimunidade e a Hipótese da Higiene
Talvez você já tenha ouvido falar disso – popularmente, algumas pessoas se referem a “vitamina S” (de “sujeira”).
De modo resumido, a questão é que, nos dias de hoje, vivemos num ambiente excessivamente higienizado.
Nossa água é muito esterilizada; nossa comida é muito higienizada; lavamos nossas mãos demais; não entramos em contato com a terra o suficiente.
Nossos corpos evoluíram para lidar com uma certa quantidade de sujeira, um elevado número de infecções na infância e uma carga relativamente grande de parasitas.
(Veja por exemplo o que o pediatra Flávio Melo tem a dizer sobre a importância da “vitamina S” para um desenvolvimento saudável das crianças.)
Sem uma oportunidade precoce e consistente de expandir seu limite, o sistema imunológico nunca realmente aprende como reagir ao ambiente e fica um pouco “neurótico”.
Dessa forma, acaba exagerando nas reações a estímulos não tão ameaçadores (como pólen e pêlos de gato – porque a hipótese da higiene também leva em consideração crescentes taxas de alergia) e até mesmo ao nosso próprio corpo.
Por outro lado, algumas infecções também podem desencadear doenças autoimunes, particularmente problemas na tireoide.
[Relacionado: dieta cetogênica não é perigosa para a tireoide.]
Então, o problema não é tão simples a ponto de ser resolvido apenas ficando um pouco menos limpo.
Apesar de ser improvável que isso explique tudo, a hipótese da higiene pode sim ter pelo menos um fundo de verdade.
Porém, com ela não chegamos a nenhuma solução para o problema, afinal não podemos simplesmente começar a infectar crianças com vermes e sarampo para protegê-las de um possível problema de tireoide no futuro.
Mesmo assim, Mark Sisson afirma:
Ao comer tudo “com sujeira”, o homem paleolítico acabava ingerindo bilhões de organismos que habitam o solo – principalmente bactérias e leveduras – que assim entravam em sua boca diariamente e populavam seus intestinos.
A maior parte desses organismos era composta de bactérias “do bem”, que auxiliam a digerir melhor os alimentos e combater infecções.
Inclusive, muito do nosso sistema imunológico evoluiu para de fato contar com o apoio dessa “flora” saudável que vive dentro de nós de maneira harmoniosa.
Fonte: Os 4 Melhores Suplementos Paleo (Aprovados pelo Mark Sisson)
De toda maneira, a hipótese da higiene é um raciocínio válido e que merece ser discutido.
Autoimunidade e Flora Intestinal
Esta segunda hipótese também pode estar relacionada à hipótese da higiene que acabamos de falar.
E, assim como em tudo que diz respeito à flora intestinal, a pesquisa aqui ainda é muito recente: porque faz pouco tempo que os cientistas começaram a prestar mais atenção nas bactérias do intestino.
Mas há algumas evidências de que pessoas com doenças autoimunes podem ter um ou ambos desses problemas:
- crescimento excessivo de certos tipos de bactérias;
- baixa quantidade de outros tipos de bactérias benéficas.
Inclusive, um estudo sugere ainda que as diferenças na flora intestinal podem ser uma das razões pelas quais as doenças autoimunes são muito mais comuns em mulheres.
Já um outro estudo relatou uma importância em potencial da terapia com probióticos no tratamento de doenças autoimunes (apesar de não surtir efeito em todos os grupos de pacientes).
Isso se enquadra com o que sabemos sobre a dieta de nossos ancestrais – na qual alimentos probióticos como kefir e fermentados eram comuns – e a dieta moderna, na qual alimentos probióticos são raros.
Então, o papel da flora intestinal pode ser um outro indício de relação entre a dieta moderna e a autoimunidade.
Sendo assim, essa hipótese certamente parece promissora – embora, no momento atual, não seja nem um pouco conclusiva.
De toda forma, consumir bons alimentos probióticos dificilmente vai te fazer mal.
Autoimunidade e Deficiências Nutricionais
Existe um estudo que investiga as evidências de que a vitamina D pode ter algo a ver com a autoimunidade.
Afinal, a vitamina D é um potente modulador da função imunológica, mesmo em pessoas saudáveis.
Soma-se a isso o fato de que doenças autoimunes são menos comuns perto da linha do Equador – ou seja, locais onde a deficiência em vitamina D é rara, devido à alta exposição ao sol.
Nesse âmbito, muitos estudos relataram níveis mais baixos de vitamina D em pacientes autoimunes (especialmente aqueles com esclerose múltipla), em comparação aos grupos de controle.
Isso faz sentido do ponto de vista evolutivo: nossos ancestrais evoluíram passando muito mais tempo ao ar livre.
Ou seja, com o aumento dos empregos em ambientes fechados, e a consequente diminuição da exposição ao sol, grande parte das pessoas apresentam deficiências em vitamina D.
Apesar disso, apenas a vitamina D não explica o aumento acentuado da autoimunidade no século passado – afinal de contas, estávamos trabalhando em empregos internos muito antes da década de 1950.
De toda forma, é um aspecto interessante da pesquisa e a vitamina D tem tantos outros benefícios que merece nossa atenção de qualquer maneira.
Outros nutrientes também podem estar relacionados com doenças autoimunes, embora essa relação muitas vezes seja complexa.
Por exemplo, deficiência em iodo pode provocar problemas de tireoide, mas uma overdose de iodo também pode ser perigosa.
Essa relação entre nutrientes e autoimunidade é um tema interessante, mas que ainda requer muita pesquisa antes de podermos ter certeza com clareza de qual seria realmente essa relação.
Autoimunidade E Outros Fatores Ambientais
Outros gatilhos ambientais têm sido associados com doenças autoimunes – e algumas dessas associações fazem bastante sentido.
Por exemplo, um resumo editorial da Nature [referência #8] detalha como certos tipos de toxinas ambientais (dioxinas e outros hidrocarbonetos aromáticos) podem estar relacionados com o desenvolvimento de doenças autoimunes.
Novamente, isso corrobora a teoria de que nosso ambiente atual não é compatível evolutivamente.
E, mesmo que não explique tudo, é possível que esses outros fatores ambientais como novas toxinas sejam um pedaço deste complexo quebra-cabeça.
Vamos relembrar a complexidade do modelo que temos: até agora, já mencionamos que a autoimunidade e as doenças autoimunes podem ter um forte componente genético.
Além disso, investigamos alguns fatores ambientais que possivelmente desencadeiam doenças autoimunes – ou, conforme alguns pesquisadores acreditam, “ativam” os genes associados às doenças autoimunes.
Por isso, agora vamos explorar um fator potencialmente associado à autoimunidade, que é a permeabilidade intestinal ou o intestino permeável.
(Para baixar sua tabela exclusiva de alimentos permitidos e proibidos para este protocolo autoimune, clique aqui.)
A Autoimunidade E A Dieta Moderna: Intestino Permeável
Na lista de fatores ambientais acima, vimos diversos estímulos atuais que são incompatíveis com o estilo de vida com o qual evoluímos.
Sendo que mencionamos a dieta ocidental padrão como uma possível envolvida no desencadeamento da autoimunidade – afinal de contas, ela é bem diferente da alimentação que levamos na maior parte da nossa evolução (uma alimentação mais próxima do que chamamos hoje de dieta paleolítica).
No entanto, a maior ligação entre a dieta moderna e a autoimunidade é o fator #3 da lista: o intestino permeável.
Possivelmente, a forma mais relevante na qual a dieta moderna contribuiu para as doenças autoimunes é causando a síndrome do intestino permeável (ou “permeabilidade intestinal anormal”).
Este é um problema bem sério, e que começa a ser documentado na literatura científica (e não mais apenas em blogs).
Simplificadamente, o intestino permeável pode ser resumido da seguinte maneira.
Em uma pessoa saudável, o intestino é como um tubo fechado – sendo que as paredes desse tubo são uma espécie de “barreira” de funcionamento bem complexo.
Essa barreira tem a função de regular o que passa entre o intestino e o corpo, e com isso certificar que os nutrientes certos passem para a corrente sanguínea, enquanto todo o resto fica de fora.
(É assim que você obtém os nutrientes a partir da comida, e ao mesmo tempo mantém dentro do intestino todo o “resto”.)
No entanto, toxinas alimentares da dieta moderna, especialmente proteínas tóxicas como glúten e outras lectinas, desequilibram essa barreira.
Essas proteínas se parecem com açúcares simples, então, a barreira do intestino as deixa passar facilmente.
Porém, quando essas substâncias tentam passar pela barreira, elas acabam danificando a parede intestinal e tornando mais fácil que outras partículas que deveriam ficar de fora entrem.
No entanto, assim que essas outras partículas entram na corrente sanguínea, nosso sistema imunológico percebe que elas não deveriam estar ali – e, por isso, nosso corpo começa a atacá-las.
Mas essas proteínas não acabaram de enganar seu corpo ainda.
As lectinas que conseguem permear a parede do intestino muitas vezes se parecem com as proteínas que fazem parte do seu próprio corpo (isso é chamado de mimetismo molecular).
Então, quando o sistema imunológico monta uma defesa contra elas, essa defesa pode acabar atacando suas próprias células também.
Essa foi uma explicação muito simplificada; se você deseja obter a versão científica disso, você pode encontrá-la nas referências (é a referência #10).
Conforme dissemos, as pesquisas ainda estão em fases preliminares.
Mesmo assim, há uma quantidade crescente de indícios apontando a permeabilidade intestinal como um importante fator das doenças autoimunes – sendo que as substâncias irritantes ao intestino (tão presentes na dieta moderna) com certeza não estão ajudando você a se sentir melhor.
Dieta Paleo E Autoimunidade: O Protocolo Paleo Autoimune
Agora que você conhece o problema, sabe que doenças autoimunes podem ser provenientes de diversos fatores relacionados à dieta moderna (como deficiências nutricionais e irritação do intestino).
Mas então, quais mudanças específicas na dieta podem ajudar a melhorar esse quadro?
Felizmente, existem muitas pessoas, dentre as quais pesquisadores, médicos, e nutricionistas, que têm se perguntado exatamente isso.
Tanto que já foi descoberto que iniciar uma alimentação baseada em comida de verdade, seguindo uma linha alimentar similar a de uma dieta Paleo, já é um bom começo.
Porém, eliminar os alimentos não-paleo da dieta pode não ser o suficiente.
Porque os cientistas identificaram alguns alimentos que, por mais que sejam comida de verdade e “paleo”, ainda podem causar reações autoimunes, como:
- Castanhas e sementes;
- Ovos;
- Laticínios (incluindo manteiga e ghee);
- Vegetais da família solanaceae (tomates, pimentas e derivados, berinjela e batata inglesa).
De uma maneira ou de outra, todos esses alimentos têm o potencial de desencadear uma resposta autoimune.
Mas se você não tem uma doença autoimune, não há nada de errado com eles.
Nesse caso, comer pimentas e tomates não irá desencadear uma resposta autoimune em você – pode ficar tranquilo.
(Isto é, assim como no caso dos FODMAPs, comidas “seguras” para o consumo da maioria das pessoas podem ser problemáticas para quem tem alguma condição específica – mas não para as pessoas sem essa condição.)
É importante fazer essa distinção, porque o objetivo de uma alimentação saudável deve ser sempre alcançar os melhores resultados com o mínimo de restrição.
Sendo assim, em pessoas sem doenças autoimunes, não há nenhuma razão para evitar qualquer um desses alimentos.
Por outro lado, para as pessoas que lutam com a autoimunidade, uma restrição mais rigorosa pode ser muito útil.
O melhor lugar para ler mais sobre esses alimentos (incluindo por que eles devem ser evitados em uma dieta autoimune) é aqui (blog em inglês).
Também é possível ter acesso a uma versão em português do protocolo da Dra Sarah aqui.
Nele, a Dra. Sarah Ballantyne desenvolveu um site incrivelmente útil e até escreveu um livro sobre Paleo e doenças autoimunes.
Nós também preparamos uma tabela completa incluindo os alimentos permitidos e proibidos neste protocolo autoimune.
Para baixar sua tabela exclusiva de alimentos permitidos e proibidos para este protocolo autoimune, clique aqui.
Dieta Paleo E Autoimunidade: O Protocolo Wahls
Uma outra abordagem baseada na dieta Paleo é o protocolo Wahls (blog em inglês), criado pela Dra. Terry Wahls, que conseguiu fazer sua esclerose múltipla entrar em remissão com uma dieta Paleo modificada.
Mas ao invés de focar em quais alimentos ela deveria eliminar, a dra. Wahls ficou famosa pelos alimentos que ela explorou – especificamente os diversos tipos de vegetais.
Em seu caso, ela comia muitos e muitos legumes: 9 xícaras ao dia, divididas em:
- 3 xícaras de verduras de folhas verdes (incluindo couve, espinafre e outras folhas verdes);
- 3 xícaras de legumes ricos em enxofre (incluindo cogumelos, cebolas, brócolis, couve-flor, repolho, couve-de-bruxelas, etc.);
- 3 xícaras de legumes com “cores intensas:” vermelho, azul/preto e amarelo/laranja.
Além desses, Dra. Wahls também explorou vegetais marinhos (como plantas aquáticas e algas), probióticos, mocotó e a importância das gorduras Ômega-3.
Sendo que, segundo ela, a melhor maneira de obter todos esses nutrientes é a partir de comida de verdade, e não através de suplementos.
Ela também trabalha com pacientes para reduzir ou controlar o estresse, usando meditação e outras abordagens. Afinal, como todos sabemos, a dieta é apenas uma parte de um estilo de vida saudável.
As recomendações da Dra. Wahls foram concebidas mais especificamente para casos de pessoas com esclerose múltipla, para fornecer ao cérebro os nutrientes necessários para uma saúde ideal.
Mas muitas pessoas com outras doenças autoimunes também têm experimentado e obtido resultados promissores.
E certamente não há muito ao que se opor aqui.
Porque não deve haver nenhuma contraindicação mesmo para pessoas que não têm nenhuma doença.
Afinal, estamos falando de alimentos em seu estado mais natural e ricos em nutrientes essenciais.
Relacionado:
Conclusão E Palavras Finais
Doenças autoimunes são muito complicadas e não há uma resposta exata.
No entanto, as pesquisas a que temos acesso sugerem alguns experimentos seguros e minimamente invasivos que você pode tentar para descobrir se eles são úteis.
(Tendo sempre em mente que dicas de dieta na internet não substituem uma consulta com seu médico.)
Os elementos que sabemos – e os experimentos baseados nisso – são:
- Flora intestinal é importante. Isso sugere que tratar da flora intestinal com alimentos versáteis/terapêuticos (caldo de ossos, por exemplo) e suplementos probióticos seria uma escolha sábia.
- A vitamina D é importante. A maioria das pessoas não consegue obter vitamina D suficiente apenas pela luz solar. Um suplemento pode ser útil.
- O protocolo Paleo autoimune traz algumas dicas específicas para ajustar a dieta Paleo para uma condição autoimune. Mais notavelmente eliminando nozes e sementes, ovos, laticínios e vegetais da família Solanaceae.
- Como a dra. Wahls diz, quanto mais vegetais melhor! E atenção a outros fatores como estresse, exercícios físicos e qualidade do sono também podem ajudar. Afinal, a comida não é o único gatilho ambiental ao seu redor.
É importante notar que nada disso irá curar uma doença autoimune.
Porque, até onde sabemos, não há cura para doenças autoimunes.
Mas uma dieta favorável pode ser um grande passo para cortar dois dos principais “fatores” no desenvolvimento da autoimunidade: gatilhos ambientais e intestino permeável.
E, no pior dos casos, a dieta apenas não surtirá nenhum efeito.
Isto é, nada nela é inerentemente perigoso.
Sendo assim, é uma intervenção perfeitamente segura e com potencial de mudar sua vida – por isso, vale a pena conversar com seu médico a respeito.
Referências
Para deixar a leitura mais fluida, separamos algumas das referências citadas no texto original e as agrupamos aqui:
- http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMra020100
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2841828/
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23688247
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23328391
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2841828/
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23845396
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19538307
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21248165
- http://www.mdpi.com/2072-6643/5/3/771
Olá! Faz três anos que tive inchaço e inflamação nas parótidas. Ninguém sabia o que era. Depois da vacina da Covid, meu corpo mostrou mais sinais: olhos e boca secos. Então, fui fazendo exames até descobrir que tenho Síndrome de Sjogren. Percebi que a alimentação pode melhorar ou piorar os sintomas e, por isso, estou fazendo uma dieta e tomando suplementos. Recentemente, descobri que o ovo em excesso faz com que a minha parotidite volte, pois estava comendo 5 ovos por dia numa dieta passada pela nutricionista. Após trocar os ovos por frango, os sintomas da autoimune melhoraram. Sigo pesquisando quais alimentos são melhores para o meu corpo, a fim de não estimular a inflamação.
Oi Ruth, bom dia.
Muito bom, ficamos felizes que esteja se acertando dentro das suas condições. Espero que siga dando tudo certo.
Forte abraço.
Olá tenho miastenia gravis diagnóstico desde Julho, e diabetes tipo 1 desde os 16 anos, tenho 44 a minha vida vida é uma constante mudança, mas o que posso comer para ter a remissão da doença ou das doenças… Obrigado
Oi Bete, tudo bem?
É uma situação bastante específica, o ideal é consultar-se com um profissional qualificado.
De todas as formas, temos um conteúdo bastante completo sobre DM1 pra você aqui, vai te ajudar demais:
https://www.senhortanquinho.com/podcast-092-diabetes-tipo-1-simplificado-com-a-medica-fit-diabetica-dra-vanessa-corvino/
Sigo a disposição.
Tenho doença autoimune e o que mais me deixou triste na lista de alimento para ser evitada, foi o arroz e feijão. Tem algum tipo de arroz e feijão permitido.
No caso das leguminosas, deixar de molho não resolveria
Oi Zaida!
O ideal seria você aprender a se alimentar sem esses itens para lidar melhor com sua doença autoimune.
Nós ensinamos como montar o seu cardápio variado e sem grãos ou leguminosas no nosso Treinamento Tanquinho de Cardápios Low Carb.
Vai te ajudar bastante participar do Treinamento e aprender como ter uma alimentação leve e saudável LONGE dos grãos.
Segue o link de inscrição: senhortanquinho.com/treinamento-cardapio
Abraços!