A saúde dos cabelos está intimamente ligada a sua alimentação.
No entanto, ela vai muito além disso.
Porque existem determinados produtos e soluções que podem fazer a diferença na sua busca por um cabelo bonito e saudável.
(Enquanto outros podem destruir seus fios e seu couro cabeludo de maneira grave e irreparável.)
Hoje, trazemos a médica tricologista Dra. Patrícia Guimarães para falar tudo sobre saúde dos cabelos, produtos e tratamentos bons e ruins, e muito mais.
Por isso, escute este podcast com atenção para saber tudo sobre:
- quais são os tipos de produtos capilares e a função de cada um deles: shampoo, condicionador, leave-in, leave-on, gel, etc
- quais destes são recomendados, e quais são dispensáveis,
- você precisa da ajuda de um médico para te ajudar a escolher um shampoo? Como escolher um bom produto,
- como proteger os cabelos dos danos solares e do envelhecimento,
- como manter os cabelos saudáveis por mais tempo e evitar a queda de cabelo,
- os alimentos e nutrientes que dão força e saúde aos cabelos,
- o grande erro que agrava a calvície,
- low-poo, no poo, co wash, water only: entenda o que são e qual a verdade por trás dessas alternativas,
- óleo de coco, óleo de argan, e os melhores hidratantes naturais para o cabelo,
- formol, alisamento, permanente: quais procedimentos são bons e quais são prejudiciais para a saúde do cabelo,
e muito, muito mais.
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Abaixo você encontra nosso agradecimento aos apoiadores que possibilitam este projeto ser um sucesso.
E também a transcrição completa do episódio.
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Tem episódios novos todas às segundas e sextas-feiras.
Conteúdo do post:
Obrigado Aos Apoiadores Do Podcast
Bem-vindo a mais um podcast do Senhor Tanquinho.
Somos Guilherme e Roney, e aqui a nossa missão é deixar você no controle do seu corpo.
Antes de irmos ao episódio em si, queremos agradecer aos apoiadores que tornam este projeto possível.
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Este podcast é um oferecimento da loja online Tudo Low-Carb.
A Tudo Low-Carb é uma loja que vende somente produtos que se encaixam numa dieta low-carb e cetogênica.
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Transcrição Completa Do Episódio De Podcast Com A Dra. Patricia Guimarães
Guilherme – Olá Tanquinho, Olá Tanquinha, sejam muito bem-vindos e bem-vindas a mais um episódio do nosso Podcast.
Hoje a gente traz de volta a Doutora Patrícia Guimarães para falar tudo sobre cabelos.
A Patrícia já fez uma participação aqui no podcast, foi um episódio super elogiado.
Hoje a gente vai aprofundar alguns dos temas, então escute até o final.
Tudo bem, Patrícia, como você está?
Dra. Patrícia Guimarães – Olá meninos, tudo bem. E vocês?
Eu agradeço pelo convite em primeiro lugar.
Também, como vocês falaram, a primeira vez que a gente fez uma entrevista foi realmente um sucesso — modéstia à parte, porque o sucesso também é de vocês.
Mas realmente foram muitos comentários positivos.
Eu também achei que foi super válido a gente esclarecer as dúvidas das pessoas que tinham em relação aos cabelos, as desordens que poderiam acontecer (desde queda até doenças), e de repente até em relação ao crescimento dos cabelos.
Tudo isso relacionado com a alimentação, a suplementação, a dieta — enfim, foi mais nesse assunto que a gente abordou no primeiro episódio.
E é um prazer estar aqui de novo com vocês, agradeço sempre atenção de vocês e também pelo convite, pela consideração e pelo carinho que vocês têm comigo.
Roney – Prazer é nosso você ter vindo de novo conosco Patrícia. Realmente foi um sucesso o primeiro. A gente falou mais sobre tricologia e calvície.
Hoje, vamos começar falando sobre um assunto que nos perguntaram muito nas mídias sociais, que é sobre produtos capilares.
A gente sabe que nos mercados, nos salões e na internet, existem diversos tipos de produtos como: shampoos, condicionadores, cremes, máscaras, e um monte de coisas que nem sei enumerar todos.
A cada hora está surgindo um produto novo, uma proposta, uma promessa diferente.
É justamente isso que a gente quer saber de você, Patricia: quais são as boas opções, quais são indispensáveis, quais são as opções ruins, e como a pessoa que está nos escutando vai saber escolher as melhores opções e quando entra o profissional no meio de campo?
Basicamente, a gente quer ouvir de você a respeito dos produtos capilares.
Tipos De Produtos Para O Seu Cabelo
Dra. Patrícia Guimarães – Existe uma pergunta, eu acho que paira na cabeça das pessoas que é: como escolher o melhor shampoo e o melhor condicionador?
Estes são os principais produtos que a gente tem para o cabelo.
Aí depois existem outros que são mais “acessórios”:
- leave-in,
- Leave-on,
- Géis,
dentre outros.
Mas começando pelo shampoo e condicionador ou até por uma máscara.
A pessoa pode pensar: eu vou escolher pelo que eu quero, pelo que está escrito lá na marca, no supermercado, na farmácia ou nas lojas de produtos de beleza.
Ou então a pessoa vai pensar “eu preciso de ir no médico ou no dermatologista ou tricologista que é o especialista, que é o médico dermato que é especialista em cabelos para ele me indicar, porque existe uma gama enorme de shampoo e condicionador existentes, existe no mercado uma gama enorme com concentração diferente, PH diferente”.
Então, os pacientes pensam: será que eu posso escolher o que eu achar que é apropriado para o meu cabelo ou preciso de um médico para me orientar?
Vamos começar pelo primeiro aspecto, que é o seguinte: se você já usa um shampoo e um condicionador que você acha que seu cabelo está ok, você não tem nenhum problema de calvície, nem de prurido no couro cabeludo que é coceira, descamação, vermelhidão… se você não tem nenhuma queixa de problema no couro cabeludo e nem no fio, e está ok para você…
Você pode continuar usando esse que você escolheu — seja o shampoo, o condicionador, uma máscara, ou mesmo um leave-in (que é importante).
Depois eu vou falar sobre o papel do leave-in ou leave-on que é o mesmo nome: servem para proteção térmica tanto do calor do secador e da chapinha ou dos raios solares.
Escolher Um Shampoo Sozinha Ou Delegar Para Um Especialista?
Então, se você escolheu um shampoo, e você está achando que está ok e não tem nenhuma queixa, tudo bem, você pode continuar usando, você não precisa de ajuda do médico, pois você não tem nenhuma queixa.
Mas, a partir do momento que você acha que seu cabelo está muito oleoso, seu couro cabeludo está muito oleoso, ou muito seco, ou que você tem uma caspa, ou ressecamento, ou que está tendo queda ou você está tendo início e sinal de calvície…
Aí sim é a hora de você procurar um especialista para que ele te sugira e auxilie na escolha do melhor shampoo e condicionador.
Ele vai te dizer se você tem que usar ou não um produto como leave-on ou leave-in, ou gel, ou máscara, tantas vezes por semana.
Ele vai orientar até a frequência, porque ele vai te orientar de acordo com o seu tipo de couro cabeludo, com o seu tipo de fio, tipo de tratamentos que você faz no couro cabeludo e no fio.
Ele vai pegar todo o histórico e vai examinar e vai fazer uma tricoscopia (que é um exame detalhado do couro cabeludo aumentado) para ver qual é a necessidade e o que você tem que parar de fazer no couro cabeludo e para ver qual o melhor shampoo, tipo de condicionador, de máscara…
E até de tratamento: porque tratamento no couro e tratamento no fio são coisas diferentes.
Por exemplo, às vezes você usa um shampoo para tratar o couro cabeludo, uma máscara para o tratamento do fio, e outro condicionador que é de tratamento para o fio.
Enfim, dependendo do seu tipo de cabelo — se seu couro cabeludo for misto, ou se for oleoso; se seu fio for seco — a orientação é uma: de lavagem X vezes por semana.
Já se seu couro cabeludo for oleoso, a lavagem já é de outra frequência.
Então a partir desse ponto, se você tiver alguma queixa, talvez o shampoo mesmo já vai ser um shampoo de tratamento.
Por exemplo, nos casos que alguém tenha uma patologia como as dermatites, uma dermatite seborreia ou mesmo psoríase, aí os shampoos já vão ser shampoos terapêuticos, com remédios dentro, com ativos.
Então o médico pode até mandar manipular um shampoo que seja terapêutico ou então até tem alguns que são industrializados.
Então tem essa diferença na escolha.
A escolha fica livre a partir do momento que você está adaptado com algum e não tenha uma queixa: isto é, se você está satisfeito.
Mas, a partir do momento em que você tem alguma queixa, aí você precisa da orientação do especialista para que ele te oriente tanto no sentido de usar quanto no sentido de parar de usar certos produtos que podem estar prejudicando e agravando aquela queixa também.
Porque às vezes também tem essa situação: tem produtos até que a pessoa pode estar usando e que fazem mal a ela.
Na consulta, por exemplo, eu vou perguntar: o que você usa?
A pessoa vai falar: shampoo tal, condicionador tal.
Usa algum creme leave-in, máscara? Uso tal, tal e tal.
Então eu vou adaptar essa rotina e a gente descobre que a pessoa usa o condicionador da maneira incorreta, mascara da maneira incorreta, leave-in da maneira incorreta para aquela patologia.
Então eu vou orientar qual forma que ela vai usar, qual frequência, como vai usar.
Esse você vai usar tantas vezes, esse outro vai usar de outro jeito, vai tirar aquele outro, vai colocar um terceiro.
Então, nessa rotina a gente vai adaptar talvez o que ela já tem — e talvez algumas coisas fiquem, e outras coisas mudem, ou adiciono outras.
É nesse contexto que a gente ajuda a escolher os produtos que ela vai usar em casa.
E também de repente indicar alguns tratamentos para serem feitos na clínica.
Mas de toda forma a pessoa já sai do consultório com a rotina de tratamento que ela vai usar em casa.
Quais Produtos Capilares São Essenciais, E Quais Você Pode Dispensar
Guilherme – Certo. Nesse sentido, alguém que tem alguma necessidade de tratar vai se consultar com o médico especialista.
Mas e uma pessoa normal, que não está identificando nenhum problema no seu couro cabeludo — ela tem que usar todos esses produtos?
Quais são essenciais para uma pessoa normal sem queixas, e quais são mais dispensáveis?
Dra. Patrícia Guimarães – Não tem que usar todos. Por exemplo, homem geralmente usa shampoo e condicionador, e tem homens que gostam de finalizar com leave-in, gel.
Mas é como eu falei: se você não sente a necessidade de usar esses leave-in, ou gel, ou qualquer outro que seja esses finalizadores não tem necessidade. Mas no mínimo shampoo e condicionador.
Agora mulher… Se a mulher… Porque o cabelo, o fio, a gente fala que início do fio, onde é o bulbo, a raiz, que vocês conhecem como raiz ali sim é órgão vivo.
Agora o resto do fio ele já não tem mais vida. Então quando a gente vai envelhecendo o cabelo, o fio vai envelhecendo também.
Também na maioria dos cabelos das mulheres são quimicamente desidratados, então com o tempo, com poeira, radiação solar, com dano térmico, dano solar, radiação vai envelhecendo e vai ficando mais suscetível a dano e a haste capilar ela vai ficando mais destruída.
Então o shampoo ele vai servir para limpar o couro cabeludo do suor, da poeira, enfim.
O condicionador ele vai, falando grosseiramente, amaciar, vai fechar a cutícula do fio.
Porque se você passa só o shampoo o cabelo vai ficar muito áspero, porque o cabelo, o fio tem cargas positivas, a superfície do cabelo. Então se você passa só o shampoo, a maioria dos shampoos têm cargas só negativas — e, negativo com negativo, o fio vai ficar com mais frizz.
Então se você passa só o shampoo você já percebeu que o cabelo fica alto, fica duro, fica empenteável, fica ruim de pentear.
Então a gente recomenda que passe o condicionador para o cabelo ficar mais penteável, aí como o condicionador é positivo, aí ele vai fechar a cutícula e vai também condicionar e vai deixar, umectar um pouco — não tanto quanto as máscaras — e vai deixar o cabelo condicionado, e mais fácil de pentear e com aspecto melhor para depois que você lavar.
Porém, o condicionador não deve ser passado na raiz, porque a raiz tem que ficar limpa — e para limpar tem que ser shampoo.
O condicionador tem que ser passado só na extensão do fio, orelha pra baixo.
Então os homens e alguns cabelos de homens que são bem curtinhos é dispensável o condicionador, porque aí só passando o shampoo às vezes nem dá esse aspecto de frizz, porque o cabelo é muito curtinho, então não precisa muito do condicionador.
Agora quando é um cabelo maiorzinho e vem até a orelha e um comprimento de três dedos, eu falo para passar o shampoo e passar um pouquinho do condicionador só com a mão, mas não passar e pegar com a mão colocar igual um chapéu em cima, porque se não vai formar resíduo e condicionador não é feito para passar no couro cabeludo porque acaba formando e ficando resíduo.
Existe silicone no condicionador, existem componentes que vão se aglomerando, vão ficando no couro cabeludo e não limpam.
Então se daqui um dia ou dois você não limpar de novo com shampoo, que é como se fosse um detergente, aí vai ficando…
Iguais os produtos de permanência como leave-in, como gel.
Homem que passa muito gel tem que lavar muito bem com shampoo para tirar o gel, porque se não fica mais propenso a formar dermatite seborreica, a caspa, então o couro cabeludo tem que ser bem higienizado.
Pode até passar esses produtos, não tem problema. Porém, tem que fazer uma boa higiene do couro cabeludo no intervalo de passar esses produtos.
Então resumindo: é indispensável mesmo seria fazer uma boa higiene no couro cabeludo com o shampoo e para quem tem uma extensão do fio, por exemplo, mulheres que tem cabelos maiores, homens que tem cabelos grandes ou com comprimento um pouco maiorzinho passar o condicionador só na extensão para condicionar o fio, se não o fio vai ficar com aspecto de frizz que não vai ser agradável visualmente.
Mas se não fizer, optar passar só o shampoo também não tem problema, o condicionador é mais por um sentido visual e estético, porque o cabelo também fica áspero só com o shampoo.
Então, isso é o indispensável.
Mas tem o indispensável também no sentido de cuidado: os leave-on e leave-in são protetores térmicos.
No meu modo de ver eles são indispensáveis para quem usa calor e para quem vai tomar sol. Por que?
Porque o fio ele vai sofrer um grande dano se você usar chapinha, secador que são calores bem intensos, por exemplo, 200 graus, que você vai usar secador mesmo que você use com todo cuidado, se você usar sem protetor térmico o cabelo vai quebrar.
Então também para o sol.
Por exemplo, se você vai para a praia, piscina e vai ficar tomando sol por grande período de tempo.
Igual quando você passa protetor solar na sua pele é conveniente que você passe o leave-in no cabelo com proteção.
Então pra mim nesse sentido é indispensável: você vai estar cuidando do fio a fim de evitar danos também.
Então o protetor térmico para quem vai se expor a esses dois tipos de situação, que é o calor tipo o uso de chapinha e secador e para o sol no período mais prolongado eu acho que o leave-in com UV também é bem interessante.
Como Manter Os Cabelos Saudáveis Por Mais Tempo E Evitar A Queda De Cabelo
Roney – Perfeito, Patrícia. Gostamos que você já falou a respeito da saúde do cabelo, para cuidar dele não só pela aparência, mas também ter essa aparência bonita ao longo prazo e não só no momento.
A gente queria saber quais são os tratamentos e as medidas melhores que a gente tem para evitar a queda de cabelo e manter o cabelo saudável por mais tempo e quais são as medidas e podem ser em termos de produtos ou não necessariamente em termos de produtos também?
Dra. Patrícia Guimarães – Bom, em termos de produtos eu falei do leave-in ou leave-on (é a mesma coisa, vocês vão ler essas diferentes nomenclaturas que depende muito da literatura).
Mas, enfim, isso é em termos de fios, porque ele não é passado em couro cabeludo, passado só na extensão do fio.
O que eu quero deixar bem claro é o seguinte: condicionador, máscara e leave-in são produtos que são passados na extensão do fio, salvo raríssimas exceções.
Então, a gente orienta as pessoas, por exemplo, mulheres da orelha pra baixo que é a extensão do fio, você vai passar o condicionador e vai juntar o cabelo atrás da orelha para passar o condicionador daqui para baixo.
O condicionador, máscara, leave-in todos esses produtos e produtos de permanência não…
A não ser tônico, lógico, mas esses três que eu falei não se passa no couro cabeludo.
No couro cabeludo se passa shampoo, tônico que o médico receitou passa de noite e deixa.
E o leave-in e/ou leave-on é um produto de cuidado com o fio, porque o fio vai merecer esse cuidado do dano térmico e dano solar.
A gente pode também considerar como um cuidado para prevenção…
Eu acho que o maior cuidado para prevenção é a alimentação.”
Foi o que a gente falou, a gente super bateu nessa tecla no outro podcast que a gente gravou.
Mas não que seja um tratamento, seja para calvície, seja para eflúvio.
Mas para a saúde dos fios uma alimentação variada e um bom aporte proteico…
O que eu falo é o seguinte: são raras as pessoas que a gente vai olhar o exame, eu peço para todos os pacientes os exames de sangue, peço as vitaminas, os minerais e tal.
Raras são as pessoas que estão com muita alteração.
Mas vitamina D tem muita gente com alteração, muita, muita gente.
Acho que a maioria dos pacientes precisa de Vitamina D, Zinco, às vezes, tem alguns pacientes.
Vitamina C muitos pacientes com alteração. Magnésio alguns, mas raro, mas tem.
Aí, pergunto sobre a alimentação, e a alimentação de alguns pacientes não é controlada, comem muito açúcar.
Às vezes não comem quantidade suficiente de proteína, comem muito alimento inflamatório.
Selênios, você vai perguntar a fonte de selênios, se come castanha, a pessoa vai falar: como de vez em quando.
Então aí a gente acaba tendo que fazer uma suplementação para a pessoa de forma que seja o mínimo que teria que comer.
Então o ideal é a gente orientar a pessoa a pensar o seguinte: quais são as vitaminas, os minerais essenciais para o cabelo? São estes, esses, aqueles e aqueles outros. Então onde você pode achar isso na alimentação do dia a dia e seria de uma forma fácil? Por exemplo, sardinha, salmão, castanhas.
Castanha é fácil de achar. Castanha de caju, nozes, castanha do Pará que é fonte de selênio. Então não é nada tão difícil de se achar, nada que você vai ter que procurar lá no Himalaia.
Então, enfim, ovo, carne, fígado que são as proteínas que a pessoa vai ter mais acessível.
Nada caro, nada que a pessoa vai ter que gastar fortuna na dieta e nem fortuna em remédio.
Mas tem gente que não consegue, então você tem que fazer uma suplementação em cápsula.
Tem paciente que fala: eu prefiro, me dá capsula, me dá remédio.
“Olha, sua alimentação tem que ser boa.”
E ao mesmo tempo: se a alimentação da pessoa não for boa, não adianta ela tomar tanto de remédio que for, que isso não é absorvido.
Ela está toda inflamada, ela está toda errada com a vitamina D, ela não é bem absorvida se a pessoa estiver com alta inflamação. Aí fica difícil.
Então, o que eu falo: pra você ter um cabelo mais saudável, não só cabelo, mas a pele também, o intestino também está super interligado a isso, alimentação, o estilo de vida, tudo isso que está ligado com a inflamação isso é importante a gente frisar na consulta.
Na consulta pergunta: faz exercício, bebe muita água, toma sol? O nível de estresse do trabalho, trabalha com o quê? Está feliz no trabalho?
A gente já vê o cortisol. Nessa época de pandemia, mudou muito ou não mudou e tal?
Isso são coisas que a gente acha que é da vida, mas também é do cabelo porque previne de certa forma não só queda, mas também uma melhor saúde do cabelo e também alopecia androgenética, quem já tem vai desenvolver mais rápido a doença e as falhas em condição de maior inflamação.
Porque já é uma doença inflamatória. O que acontece?
Quem já tá, quem já é propenso, já tem o gene, e está no processo de inflamação constante, vai desenvolver isso mais rápido.
Mas não significa que se a pessoa viver lá meditando com o buda não vá nunca desenvolver.
Vai desenvolver, mas na velocidade que ela teria que desenvolver.
Mas se ela viver inflamada, estressada, com vitamina D muito baixa, isso vai se desenvolver mais rápido.
Ela vai responder muito pior um tratamento clínico, até um tratamento medicamentoso — tratamento feitos na clínica. Responde muito pior.
Então as formas que a gente tem de prevenir até mesmo de tratar vão muito além de remédios e tratamentos que a gente faz em consultório.
Mas são essas medidas comportamentais, além dos remédios que a gente passa para a pessoa tomar.
Existem os remédios tópicos, por exemplo, os tônicos que a gente manda manipular, tem alguns tônicos também industrializados, existem fórmulas que eu passo de acordo com a necessidade de cada um, existem remédios prontos, existem tratamentos que são feitos na clínica, existem tratamentos que a pessoa também faz em casa.
Mas, além disso, eu oriento muito sobre o comportamento, sobre o estilo de vida, porque eu acho que isso se não for feito junto com essas coisas que a gente prescreve não adianta, porque é como se a gente lutasse contra a maré.
É uma coisa contra a outra e são forças que vão ser contrárias, acaba que a pessoa perde tempo e dinheiro fazendo uma coisa contrária a outra. Eu falo não adianta porque acaba que você está fazendo… Gastando seu tempo, gastando dinheiro e fazendo outra coisa completamente contrário.
Então tem que tentar fazer ao menos alguma dessas coisas. Melhorar alimentação, melhorar nem que for o estilo de vida ou melhorar com exercício.
Claro que ninguém vai conseguir fazer tudo, porque tudo é impossível. Mas pelo menos eu tento inserir essa ideia na cabeça da pessoa.
Mas igual você perguntou: para tentar evitar ou tentar melhorar ou tentar prevenir que o cabelo danifique. Eu acho que essas medidas são boas e são válidas para toda situação. Igual a gente abordou no outro episódio.
Vamos supor uma pessoa que está cuidando da sua saúde e está emagrecendo e está fazendo uma dieta, enfim, ela tem que está prestando atenção nisso, nos minerais e nas vitaminas que está ingerindo.
Na quantidade de proteína que está ingerindo, no estilo de vida, também, por exemplo.
O Grande Erro Que Agrava A Calvície
O que eu acho muito importante também e o que eu acho que as pessoas cometem esses erros e eu vejo diariamente é o seguinte: repara que está tendo queda ou está tendo algum sinal de afinamento ou falha.
Aí a pessoa procura outra especialidade, amigo, irmão, familiar e tudo quanto é pessoa, internet, blog, usa tudo que existe, farmacêutico, compra o remédio que for, usa o que ouviu falar.
Aí já se passaram um mês, seis meses, doze meses. Aí a situação já piorou ao extremo. Aí ela já está desesperada, já fez pergunta lá no blog, já desesperou e já foi até no pronto atendimento que não é o caso.
Aí por último ela chegou lá em mim. Porque aí a situação já estava extrema.
Ela chega lá com a mão cheia de cabelo, com as duas mãos cheias de cabelo.
Ou então com a careca crescendo aqui atrás a coroinha e fala : não sei o quê , não sei o quê.
Aí eu falo: mas começou hoje? Ou então começou há um mês? Não, já faz um ano mais ou menos. Ou: eu percebi piora já faz um ano.
“Quais tratamentos você já fez?”
X, Y e Z, eu vi na internet, eu vi na farmácia, um amigo meu me falou e não sei o que, não sei o que.
Aí a gente já perdeu nesse tempo mais de cinco anos de tratamento. Principalmente a alopecia androgenética.
Mas o eflúvio também se tratando de todos os problemas de cabelo e se tratar precocemente, começar a se descobrir, principalmente diagnosticar rápido e incisivo, eles têm um bom prognóstico.
Mas eles têm um péssimo prognóstico, se demorar a começar a tratar.
A maioria dos casos que chegam, por exemplo, de calvície, a pessoa já perdeu muito folículo e já está bem avançado.
Porque já fez um monte de tratamento que não era eficaz, com pessoa que não era especialista (ou então por conta própria) e perdeu tempo. Perdeu o timing de começar.
Então o recado que eu dou é o seguinte: nos primeiros sinais e começar a ver procura um especialista, um médico e não fica: eu ouvi falar isso, tal pessoa falou isso eu vi na internet esse remédio, eu vou perguntar num blog e vou entrar numa coisa o que eles me falarem vai ser isso.
Não é, a pessoa tem que ser individual, o médico vai examinar, vai pedir exame, vai diagnosticar, vai investigar, esse é caso a caso.
Cada pessoa tem uma receita, cada pessoa tem um diagnóstico, cada pessoa vai ter uma orientação.
Então o tempo que a pessoa perde as vezes nesse vai e vem, é o tempo que ela perdeu de ter um tratamento adequado e de recuperar o cabelo que ela já perdeu.
Às vezes quando ela chega na gente não que não seja ainda tempo dela se tratar, mas às vezes não vai ter aquele resultado tão eficaz como se ela tivesse logo que começou.
Então eu acho que isso é muito importante de a gente deixar claro para essas pessoas, porque muita gente não tem essa noção e acho que vai ganhar tempo ou as vezes deixar de gastar dinheiro no princípio e tal, e vai economizar tratando com uma coisa e com outra, olhando aqui e olhando ali, mas na verdade ela vai no futuro é se prejudicar talvez.
A gente fala: o tempo é dinheiro. Mas a gente fala: tempo é cabelo.
Porque quanto mais rápido você começar a tratar você vai ter resultado bom e você vai ter resultado mais rápido. Quando aparecer você já tem que começar.
Tratando Os Cabelos Como Na Época Das Cavernas?
Guilherme – Com certeza, Patrícia, faz muito sentido isso da gente cuidar da alimentação sempre que possível.
E também ir atrás de resolver os problemas do cabelo assim que eles aparecerem.
Acho que isso é um bom resumo dos pontos principais que você falou.
Uma coisa que está na moda hoje em dia que a gente recebe perguntas a respeito: as pessoas muitas vezes estão voltando para uma base mais primal de vida, comendo comidas mais que tiveram com a gente na evolução e deixando de lado os processados, procurando coisas mais naturais, menos processadas.
Isso acaba se esticando para algumas pessoas, acaba indo também para o ramo dos cabelos, então as pessoas muitas vezes estão buscando tendências como:
- Low poo ou
- No poo ou mesmo
- Water Only que a pessoa toma banho com produtos naturais ou então apenas com água mesmo.
Qual é a sua opinião sobre isso? Eles têm benefícios? Podem ser indicados mesmo para alguns tipos de pessoas? Qual é a verdade por trás dessas alternativas naturais?
Dra. Patrícia Guimarães – Então eu até apoio muito esse estilo de vida, igual você falou alimentos naturais, retirar os industrializados, enfim, a gente até se conheceu através…
Aliás, low-carb, mas acaba que o low-carb é um estilo de vida saudável, mas acaba se estendendo um pouco para retirar os industrializados e a gente ter esse estilo de vida. O açúcar acaba sendo o vilão.
Enfim, mas se estendendo para o lado da pele e do cabelo, existem produtos que são “Low poo e no poo” e até o “co wash” são realmente consagrados hoje em dia no mercado. Tem o seu papel sim em alguns tipos de cabelo e alguns tipos de pessoas.
Mas como eu disse: o shampoo tem a função de limpar o couro cabeludo.
Por isso, a principal função dele é agir como se fosse um detergente, para tirar a gordura do couro cabeludo, sebo, a oleosidade do couro cabeludo.
Os cabelos mais oleosos, sempre é necessário, a gente vê a necessidade desse papel do shampoo.
Agora o couro cabeludo mais seco que costuma ser o couro cabeludo, por exemplo, às vezes têm pessoas que falam: meu couro cabeludo está muito seco, meu cabelo tem muito frizz, é dos cabelos mais encaracolado, mais cacheado, às vezes… O cabelo mais fino e lisos costumam ser mais oleosos.
Mas os cabelos mais encaracolados, eles percebem o couro cabeludo mais seco.
Então eles não veem tanto essa necessidade de lavar quanto os cabelos mais lisos.
Existem shampoos sem sulfato, um shampoo que limpa e não deixa o fio tão negativo. Ele é uma parte do shampoo que não é negativo. Ele é quase um condicionador. Esse é o chamado de sem sulfato ou Low poo.
Também existe o co wash que é quase como se fosse o condicionador, ele não tem carga nenhuma. Ele não tem carga nem negativa e nem positiva.
Ele é o cowash. Ele tem uma função de limpeza mínima, ele quase só condiciona.
Então é como se a pessoa tivesse passando só um condicionador.
Aí o que acontece? Isso é uma coisa de opinião pessoal, existem pessoas que acham isso muito bom, por quê?
Porque o cabelo fica “assentado”, o fio fica bom.
O fio fica bem como se fosse alinhado, como ele é um agente condicionante leve, leve poder de limpeza, como se a pessoa tivesse lavando o cabelo com condicionador, ele não vai limpar resíduo, não vai remover a oleosidade, mas ao mesmo tempo também e a pessoa vai pentear com facilidade, vai reduzir o frizz, mas o couro cabeludo vai continuar oleoso.
Os fios vão ficar pesados. Então aí o que acontece?
O resíduo vai continuar no couro cabeludo. E aí que eu te falo: as pessoas vão fazer isso quantas vezes por semana?
Têm pessoas que optam por fazer isso várias vezes por dia só para abaixar o cabelo.
Passa creme, passa creme, molha e passa creme.
A maioria é cabelo afro, cabelo anelado, enfim.
Aí esses cremes na maioria das vezes são com muito silicone, óleo mineral, petrolato esses produtos co wash.
Aí na minha opinião é o seguinte, o que acontece?
O couro cabeludo vai continuar com óleo, com o sebo, porque a única coisa que tira o sebo são os produtos aniônicos, e um pouquinho os outros produtos que são os catiônicos que tiram e são de limpeza leve.
Esses daí não têm isso. A água também não faz isso, a água não tira óleo.
Então uma vez por semana, eu oriento, eu acho que é necessária uma vez por semana fazer a limpeza com o shampoo para evitar o acúmulo de resíduos.
Para fazer uma higienização da pele do couro cabeludo. Não é do fio. No fio a pessoa pode continuar fazendo isso para ela tirar o frizz do fio em termos de estética.
Mas eu recomendo utilizar um produto de limpeza pelo menos uma vez por semana ou a cada duas semanas se a pessoa for bem resistente. Pode ser a cada duas semanas se ela tiver bem esse sistema instaurado que ela quer mesmo fazer co wash e tal.
Mas se realmente for um cabelo muito seco, for um fio que tem muito frizz e tal, a cada duas semanas ela usar o shampoo de limpeza só no couro cabeludo, só na pele do couro cabeludo. Entendeu? Então beleza.
Eu acho isso, porque eu acho que o couro cabeludo não limpo hoje em dia… Porque aí eu vou entrar num outro aspecto.
Hoje em dia, um couro cabeludo não limpo é um pouco arriscado.
Então nesses pacientes que querem fazer co wash, low poo, no poo e tal… eu oriento, vou olhar a cada semana ou a cada duas semanas ela faz essa limpeza com o shampoo.
Então só que você fala do water only, o water only é a mesma coisa.
A pessoa opta por usar só água, aí eu te falo: existe? Existe.
Muita gente que faz inclusive a gente conhece ali a nossa amiga Jade que é da carnívora, já vejo vários depoimentos de seguidores dela, ela também fala que só usa água, enfim.
Eu até concordo e estava pensando sobre isso. Antigamente lá nos homens das cavernas não tinha sabonete, não tinha shampoo.
Só que antigamente também não tinha poeira igual tem hoje, não tinha automóvel, não tinha indústria, avião, não tinha tudo que tem hoje.
Essas coisas que acabam por acumular poeira no nosso couro cabeludo, que fazem acumular tanto óleo. E não tinha essas comidas que tem hoje.
E quem come açúcar, come industrializado sabe como a pele fica bem pior e como acumula muito mais sebo no couro cabeludo.
Então, a gente viver lá naquele tempo e lavar só com água é diferente da gente viver hoje e lavar só com água.
Ou então, nós, por exemplo, vivermos só de carne como aquele povo naquela época vivia e lavar só com água é diferente que nós hoje a gente viver de repente de carne e sei lá com algumas verduras com agrotóxicos e não sei o que, com poeira e tal e lavar só com água.
O couro cabeludo, querendo ou não, acumula resíduo.
A gente passa uma coisa ou outra, passa a mão, por exemplo, o coronavírus está aí para nos mostrar que a gente precisa de algo.
Aí vem alguns paradigmas na minha cabeça, sobre o water only…
Eu não sou contra e nem a favor.
Eu acho que se alguém me pedir orientação, se algum paciente quiser eu não vou falar que não é para fazer, mas também eu não prescrevo.
Mas aí eu venho com esses questionamentos porque é claro que pode dar certo — antigamente não existia shampoo. Mas hoje em dia eu acho que pela adaptação aos nossos tempos, as pessoas foram vendo, os pesquisadores foram vendo que existe esse acúmulo, esse acúmulo pode causar doenças e que pode causar dermatite seborreica, pode causar o fungo, não é legal ficar, por exemplo, com resíduos, eles vão acumulando em tempo em tempo é melhor tirar.
Enfim, eu acho que tem que ter um meio termo não precisa: você lava o cabelo todo dia, todo dia, todo dia, tem que lavar demais, e nem precisa não precisa lavar nunca.
Mas tem muito disso do que a pessoa acredita, a linha de pensamento que ela quer seguir, isso é muito de ideologia também: ideologia de como ser vegana, ideologia de como ser carnívora.
Acho que isso é muito de não querer usar shampoo, não querer usar sabonete, não querer usar uma coisa ou outra.
A gente tem que respeitar a paciente, respeitar a vontade e tentar adequar o nosso tratamento de acordo com a vontade do paciente.
Mas eu estou dando a minha opinião técnica do que eu acho, mas os pacientes que veem pra mim eu oriento dessa maneira que eu te falo tentando apresentar embasamento.
Não sei se você concorda comigo, eu acho que até queria vocês me dessem esse feedback de o que vocês acham, se vocês concordam?
Roney – Perfeito, Patrícia. Eu particularmente gostei bastante de suas colocações. De você ter ido atrás e pesquisado e ter entendido e não ser contra se o paciente quiser. Pelo contrário você orienta ele a fazer isso da melhor maneira possível.
Mas também você tem sua opinião entre os dois e suas preferências e por não fazer isso, mas mesmo orienta os pacientes se eles fizerem. Então eu achei bem legal esse seu posicionamento.
Dra. Patrícia Guimarães – Só interrompendo um pouquinho. Não que eu seja contra. Mas se a pessoa quiser fazer eu vou orientá-lo a fazer. Eu acho que se uma pessoa chegasse em mim e falar: olha, eu quero fazer o water Only, eu vi tal pessoa, eu quero fazer essa técnica.
Eu iria falar o seguinte: você pode fazer. Só que de tempo em tempo. Eu acho que é bom vim aqui para a gente fazer uma tricoscopia do seu couro cabeludo para ver se está acumulando resíduo. Desde que não esteja, é tranquilo.
Se não tiver sentindo coceira, se não tiver sentindo que está vermelho, se você estiver sentindo que o cabelo está limpo é muito tranquilo e você pode continuar se não sentir queda e nada. Ótimo! Faz a experiência e continuamos.
Agora a partir do momento que eu examinar e ver que tem alguma alteração a gente faz alguma mudança e eu te oriento e tudo.
Acho que até é uma experiência legal para a pessoa e pra mim. Eu de maneira alguma desencorajaria alguém a fazer.
Mas da mesma forma não encorajaria, porque eu não acho que não é nada que a gente tem como algo documentado, com artigos, pode até ter, mas não é coisa de livro.
Pode ser algo, algumas coisas isoladas: deve ter artigos, mas não é nada que vem de livro.
Então, por exemplo, poderia fazer um teste.
Faz aí por um tempo, depois a gente volta, eu examino você, examino seu couro cabeludo.
A gente faz um exame para ver se está dando certo, para ver se está acumulando resíduo, para ver se está se sentindo bem, depois a gente reavalia.
Eu acho que seria super válido se algum paciente quisesse fazer acompanhamento por mim seria até uma super experiência. Eu sou muito aberta.
Até mesmo na alimentação eu falo: faz um teste, fica sem comer, por exemplo, glúten, lactose.
Eu oriento: fica sem comer esses nutrientes por três meses, para ver como você vai se sentir e tal, e tal.
A pessoa fala: ah, mas será que vai mudar alguma coisa?
Eu falo: fica sem comer para você ver como vai ser, quem sabe.
A pessoa faz o experimento.
Aí volta e fala: nossa eu achei que mudou tal e tal coisa. Se você quiser você continua sem comer. Se você achar que não vale a pena você volta.
E a pessoa mesmo tem que sentir se vale a pena continuar ou se não vale. Se é aquilo mesmo que ela quer e a gente ir acompanhando no caminho.
A nossa função é acompanhar mesmo, e dar suporte para alguma mudança que a pessoa quiser fazer nesse meio tempo.
Tem muita coisa que o médico muitas vezes tem que “impor”.
Mas tem muita coisa também que a gente tem que respeitar as preferências do paciente.
Melhores Hidratantes Naturais Para Os Cabelos
Guilherme – Com certeza Patrícia.
Com certeza não tem leitura suficiente que vá substituir a experiência própria da pessoa de testar realmente as estratégias, deixar por um tempinho para ver se ela se adapta.
Daí vem a importância de a pessoa conversar com o profissional dela a respeito dos resultados.
Nesse sentido, Patrícia ainda falando um pouquinho dessa questão de alternativas naturais que estão em voga, a gente viu que várias pessoas têm usado óleo de coco para hidratar o cabelo e até mesmo gordura, por exemplo, do caldo de ossos.
Isso é saudável? É‘ok fazer isso ou não?
Eu acho que são justamente as mesmas pessoas que rejeitam os produtos mais industrializados que buscam essas opções.
Dra. Patrícia Guimarães – Sim. O óleo de coco, assim como muitos óleos, é usado para fazer “umectação” e também é usado para fazer “fitagem”, por exemplo.
É válido, mas eu gosto mais de usar óleo de coco no caso do comprimento do fio (assim como eu mencionei no caso dos condicionadores).
Porque, como a gente já falou, o couro cabeludo por si só já é oleoso, por mais seco que você acha que seu couro cabeludo é, ele não é.
Porque é a única parte que produz óleo.
Então às vezes você optar por fazer um desses tratamentos seria substituindo uma máscara ou substituindo esses produtos de salão seria para hidratar ou para nutrir, enfim, aí você pode fazer sim com óleo de coco.
Tem gente que coloca antes da academia.
Coloca óleo de coco e vai para academia malhar e tal, depois lava.
Mas eu estou vendo muita gente fazendo isso no couro cabeludo. Eu não concordo muito por esse motivo que eu falei: pela deposição e vai acumulando resíduos. Depois para tirar é difícil.
Mas quer fazer isso no couro cabeludo eu oriento que use o shampoo de limpeza profunda de 15 em 15 dias mais ou menos.
Porque esse shampoo de limpeza profunda ele vai limpar mesmo mais que o shampoo normal.
Ele limpa e retira esses resíduos que ficam. Então o que acontece? Pode usar esses óleos mais naturais para fazer hidratação? Pode.
O que eu acho interessante, acho super interessante a pessoa ser mais adepta a esse estilo natural, acho interessante a pessoa procurar por produtos veganos, produtos “cruelty free”.
Eu também tenho usado cosméticos nesse sentido. Então acho super válido.
Só que nesse caso de fazer essa umectação ou até usar para hidratação óleo de coco, o óleo de coco também tem sido usado para muitos outros fins, eu acho que é mais válido usar só no comprimento.
A pessoa pode usar da orelha para baixo, como eu tinha falado dos condicionadores e das máscaras.
Tem gente também que usa para dormir. Dorme e no outro dia tira. Eu não acho interessante por quê? Porque o tempo de contato é muito longo.
Aí acaba também dorme e vai parar no couro cabeludo, aí eu acho também pode ocorrer que faça um depósito.
É mais interessante você ficar duas horas, três horas.
Ou fazer igual eu falei: vai faz, passa e faz uma ginástica e depois tira. Já é tempo o suficiente para hidratar.
Tem muita gente que faz com óleos essenciais que também é uma coisa natural.
Enfim, são formas mais naturais de fazer esses tratamentos. Azeite de oliva, óleo de abacate, óleo de coco, óleo de semente de uva, óleo de argan que o pessoal usa.
Até agora você falou do caldo de ossos, eu não sabia que estava fazendo essa moda aí.
Mas vários desses naturais aí são usados para fazer hidratação, umectação, enfim, até fitagem que é para cabelos anelados, aí eles fazem como se fosse fazer os cachos com óleo, aí deixa o cacho e depois enxagua, para modelar o cacho, as mulheres com cabelos cacheados, fazem isso para deixar o cacho mais bonito.
Uma forma melhor do cacheado chama fitagem.
Agora, em contrapartida o que eu não recomendo muito são essas receitas caseiras aí: bate não sei quantos de maionese, mais não sei quantos de abacate.
Então é melhor a pessoa comprar um creme.
Aí bate um ovo e não sei o que e passa na cabeça. Aí já é demais. Já é meio puxado.
Então acho que tudo tem limite. Usar esses óleos até que vai, mas aí dessas outras coisas é melhor a pessoa usar o ovo e o abacate para comer, aí vai dar mais resultado na alimentação do que usar para passar no cabelo.
Procedimentos Prejudiciais E Não-Prejudiciais À Saúde Do Cabelo
Roney – A gente falou aqui de vários assuntos, desde produtos para limpeza, essas ondas mais naturais, mais “naturebas”, falamos desses produtos de passar como o óleo de coco.
Aí queríamos saber se você acha que alguns tipos de tinturas ou alisamentos ou procedimentos estéticos para o cabelo são prejudiciais?
Dra. Patrícia Guimarães – Sendo o mais sucinta possível, o formol, a escova progressiva e afins.
Não existe escova progressiva sem formol, nem botox, nem escova com morango, com chocolate e etc. Essas escovas que eles falam por aí ou então botox, todos eles contêm formol.
O formol como a gente sabe ele é proibido para alisamento de cabelo.
O único formol que é permitido em cosméticos ou produtos é com concentração de 0,2% que é para conservação do produto.
O formol para alisar um cabelo tem que ter no mínimo de mais ou menos 6%. Então o que acontece?
Todos os procedimentos em que você passa um produto, passa uma chapinha ou então um secador sai uma fumacinha… ou ele tem formol ou ele tem algum primo ou irmão do formol.
Então as pessoas precisam ficar atentas, às vezes até donos de salão, cabeleireiro compra algum produto e o vendedor fala: é um botox, é uma escova do Alasca, do Marrocos, escova marroquina e não sei o que.
Só que nisso tem outro nome escrito ácido, qualquer coisa sei lá.
Eles inventam vários nomes aí para vender, para enganar as pessoas.
Mas tudo isso é formol. Porque o formol é o único.
Não, existem outros alisantes, mas o formol (sem ser os alisantes muito mais fortes) é o único que alisa mesmo e deixa ainda o cabelo com aspecto brilhante.
Fora ele, o que alisa são o hidróxido de guanidina, hidróxido de lítio, hidróxido de sódio, tioglicolato de amônio.
Mas o formol que alisa e solta aquela fumacinha quando a gente passa o secador, aí a gente formata o cabelo da forma que quiser.
Mas aí vem a pessoa: mas era uma escova disso e daquilo, é só um botox de realinhamento de fios… E às vezes a pessoa fala “ah, minha cabeleireira falou que não é formol, que é outra coisa”.
Sabe, o formol para o cabelo em si não é tão ruim.
Claro que não é bom, mas não é ruim também.
Só que o problema dele é que ele é tóxico.
Ele é tóxico para o couro cabeludo, tóxico para quem aplica, para o cabeleireiro que pode dar vários problemas.
Também para quem está recebendo.
É lógico por causa de câncer, por causa do cabeleireiro que aplica e está sendo exposto a esse componente o dia inteiro, por exemplo, dentro de um salão com aquela fumaça. Ele é cancerígeno, e pode dar alergia.
Pode dar alergia, pode dar vários outros problemas dentre eles, problemas na traqueia, na garganta, nos olhos.
Exposição prolongada pior ainda que é no caso dos profissionais que aplicam.
Mas também para o cabelo causa extremo afinamento, quando feito várias vezes no mesmo cabelo.
Também quem está fazendo tratamento para cabelo e usar isso não é uma opção.
A Mensagem Final Da Dra. Patrícia Guimarães
Então já que você pediu para dar uma mensagem final. Fica uma mensagem final: para as pessoas, por exemplo, quem está fazendo um tratamento e até quem está planejando, quem está fazendo tratamento para o cabelo, primeiro, pergunta para o seu médico antes: estou querendo fazer isso e isso.
Querendo usar essa e essa tinta, será que é conveniente? Pega o nome, pega o frasco, pega o rótulo, leva e pergunta.
Eu falo isso para as minhas pacientes, até shampoo que quer usar, tirar do rótulo e me manda. Tira foto dos componentes.
Tinta diferença, tintura, tonalizante tem muita diferença, uns tem água oxigenada, amônia e outros não tem. Isso faz muita diferença.
Aí estou querendo alisar o meu cabelo ou estou querendo fazer qualquer coisa.
Pergunta para o salão o que vai usar. Se precisar, tira uma foto, mostra para o seu médico, pergunta: será que eu faço ou será que não faço é conveniente?
O médico está ali para isso para te orientar e te falar se deve fazer ou não deve.
Então pede uma orientação do profissional se aquilo é bom de se fazer.
Até mesmo se te oferecer um creme, um tratamento qualquer, o médico que tiver te acompanhando ele vai ter essa capacidade de orientar.
“Esse não, esse tipo não é bom para você…e, se você fizer isso, você faz dessa e dessa forma.”
Porque o cabeleireiro também às vezes não é obrigado a saber se faz aquilo e tudo.
Mas o médico que está cuidando de você, ele é responsável pelo o seu cabelo, ele tem sim que saber o que você pode fazer e o que não pode. Se é conveniente você fazer ou não é.
Então, se você tem o tricologista e ou se você tem alguma dúvida de alguma coisa de passar e não passar, de fazer ou não fazer…
Pede a pessoa: eu quero um produto, quero tirar uma foto do rótulo dele para me perguntar ao meu médico se eu faço ou não faço. Então eu acho que não custa.
É melhor do que depois você ter um dano, uma quebra ou até de repente você vai pensar que vai ter uma queda, tendo reboliço, as vezes nem é, mas pensa que é.
A gente recebe muitos pacientes: ah, acho que o meu cabelo começou a cair mais depois que fiz isso, isso e aquilo ou quebra.
Porque na maioria dos casos é quebra.
A quebra é porque o cabelo ficou mais enfraquecido por causa de algum procedimento e está quebrando. A pessoa acha que é queda, mas é quebra.
Então, a mensagem que eu passo é que a gente tem sempre que confiar desconfiando desses produtos e até dos procedimentos feitos em salão ou então em locais que você não conheça.
Se você tiver um médico de sua confiança e talvez tiver alguma dúvida, procure e pergunte sobre esses produtos, esse shampoo ou condicionador.
Se você tiver dúvida leva o rótulo, leva o nome, pergunta, orientação, pergunta orientação sobre cada componente, pesquisa. Que o médico vai te orientar sobre isso.
Eu oriento todos os pacientes sobre tintura, sobre passar tonalizante, passar tintura, passar permanente, se pode fazer alisamento…
Se não puder, eu oriento outra forma que a pessoa pode fazer para ficar com o cabelo que ela se torne satisfeita.
A gente não pode proibir nada que a pessoa faça.
Às vezes, é preciso orientar que não faça uma coisa — mas a gente dá uma saída pra ela fazer outra, entendeu?
Temos que alertar que certas coisas não são legais, que não são convenientes fazer, e aí fica a cargo da pessoa entender e fazer o que vai ser melhor para saúde dela e do cabelo.
Roney – Excelente mensagem final. Excelente, muito bom!
A gente queria aproveitar para agradecer sua presença, agradecer seu conhecimento. Pedir para você deixar suas mídias sociais por onde o pessoal te acompanhar.
Dra. Patrícia Guimarães – Eu que agradeço. Foi muito bom!
Agradeço muito a oportunidade de poder esclarecer mais um pouco. Eu queria também por último…
Rapidinho aqui falar sobre o livro que a minha professora Doutora Maria Fernanda, Hudson e Andreia Mateus fizeram. Tem um capítulo que ele é especial de cosméticos capilares que não é o meu capítulo.
Meu capítulo: Alopecia Androgenética Feminina.
Esse livro é um livro direcionado para o público médico e dermatologista, mas o público leigo também se beneficia muito.
Para quem gosta muito de cabelo, o livro chama: Dermatologia das Alopecias e Estudos dos Cabelos.
Então, quem gosta de cabelo é um prato cheio.
Eu aprendi muito no livro e estou conseguindo ensinar também um pouco através do meu capítulo.
Está sendo um orgulho pra mim porque eu tenho um capítulo do assunto que eu gosto muito que é Alopecia Androgenética Feminina, nesse capítulo de cosméticos capilares também tem tudo sobre isso que eu falei, dos shampoos, dos condicionadores, desses que a gente falou.
Aí quem quiser aprender mais dá uma olhadinha lá. As minhas redes sociais são:
- Instagram: @dra.patríciaguimaraes
- Facebook: drapatriciaguimaraes
Lá no Instagram tem os telefones dos consultórios em que eu atendo em São Paulo e Belo Horizonte.
Tem várias pessoas que me procuram lá no consultório através de vocês.
Eu também agradeço muito a confiança. A confiança de vocês também em me chamar para falar e a oportunidade é sempre bom a gente poder esclarecer.
Espero que depois venham mais dúvidas sobre outros assuntos e a gente possa gravar mais.
Tomara que as pessoas tenham consciência e também tenham mais dúvidas para a gente poder falar mais sobre o assunto de cabelo que eu acho que tem de ser abordado.
Roney – Com certeza, Patrícia. Mais uma vez muito obrigada a gente vai deixar os links aqui na descrição de suas mídias sociais e o livro também que você indicou.
Com certeza ainda vai ter ainda mais gente indo te procurar depois desse podcast que ficou muito bom!
Dra. Patrícia Guimarães – Que bom!
Roney – Também gostaria de agradecer os Tanquinhos e Tanquinhas que nos escutaram até aqui, muito obrigado por sua audiência.
Se gosta dos nossos podcasts e quer ter acesso a mais episódios, é só se inscrever no seu player favorito.
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Tem episódios novos todas às segundas e sextas-feiras.
A gente se fala num próximo episódio. Um forte abraço.